Dengue: ações de combate ganham força em 2025; confira como está o cenário em Santa Maria

Dengue: ações de combate ganham força em 2025; confira como está o cenário em Santa Maria

Foto: Beto Albert (Diário)

O Ministério da Saúde está implementando uma nova estratégia para combater o mosquito Aedes aegypti, vetor de doenças como dengue, Zika e chikungunya. A iniciativa envolve a instalação de estações disseminadoras de larvicida (EDLs), desenvolvidas com base em estudos sobre os hábitos de oviposição – quando a fêmea do mosquito expele seus ovos.


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Essas estações contêm feltros impregnados com minúsculas partículas de larvicida. Quando a fêmea do Aedes aegypti deposita seus ovos no recipiente, o larvicida impede o desenvolvimento dos ovos. Além disso, a fêmea contamina suas patas com o larvicida e o dissemina em outros locais, aumentando a eficácia do controle.

 
O projeto, que começou como uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) há cerca de sete anos, agora é uma política pública do Ministério da Saúde. A implementação está focada em áreas de difícil acesso, como comunidades vulneráveis de regiões periféricas, cemitérios e loteamentos, onde os agentes de controle de endemias enfrentam maiores desafios.

 
De acordo com o secretário adjunto de Vigilância em Saúde e Ambiente da pasta, Rivaldo Cunha, resultados de testes preliminares realizados em Belo Horizonte mostram uma redução significativa nos casos de dengue e na infestação pelo mosquito. Outras localidades como Fortaleza, Recife e Rio de Janeiro, também receberam o experimento, enquanto projeto de pesquisa, e agora poderão receber em maior escala como política pública.

Tecnologias

O secretário-adjunto destacou a importância de novas tecnologias, considerando que métodos tradicionais não têm sido suficientes para controlar a população do mosquito.

 
– O Brasil está há quase 40 anos usando as mesmas metodologias para combate ao Aedes. Precisamos reconhecer que é preciso inovar e trazer novas tecnologias, de acordo com a evolução da ciência. Então, com essa constatação, o Ministério da Saúde decidiu que toda e qualquer nova tecnologia que estiver disponível e apresente resultados eficazes, poderá ser utilizada em larga escala – explicou Cunha.

 
Além das estações disseminadoras, outras tecnologias como a Wolbachia (bactéria que impede a transmissão de doenças pelo mosquito) estão em uso. Desenvolvida no Brasil também por pesquisadores da Fiocruz, essa tecnologia é considerada uma das mais promissoras dos últimos 100 anos para o controle do Aedes aegypti. Conforme Cunha, a iniciativa será utilizada em maior escala pelo Ministério da Saúde a partir de 2025, assim como o uso de insetos estéreis e a borrifação residual intradomiciliar.

 
– Cerca de 60% dos insetos na natureza possuem a Wolbachia naturalmente e não transmitem doenças. Os cientistas decidiram então introduzir a bactéria na fêmea do Aedes aegypti, observando que ela perdeu a capacidade de transmitir o vírus da dengue, chikungunya, Zika e febre amarela. É como se fosse uma vacina na fêmea do mosquito. Isso é altamente transformador – enfatiza.

 
Durante a entrevista, Cunha também falou sobre o papel da população na eliminação de focos do mosquito vetor da dengue, que se prolifera principamente em água parada:

 
– É importantíssimo que cada cidadão cuide do seu espaço, observe e retire do ambiente quaisquer objetos que possam acumular água.


Cenário de Santa Maria
Em Santa Maria, o combate à dengue também passa por uma série de ações, que vão desde vistorias residenciais até parcerias com instituições da cidade. Considerando a chegada do verão 2025, que é a época mais propícia para a proliferação do mosquito, a Vigilância em Saúde já iniciou o cronograma com ações em alguns locais de Santa Maria.

 
– Estamos antecipando nossas ações, porque temos um levantamento de bairros que já tem focos do mosquito Aedes aegypti. Embora tenhamos ainda baixo risco para epidemia graças ao trabalho que fizemos durante o ano e as temperaturas, já há bairros em que foram encontradas larvas do mosquito como Passo das Tropas, Noal, Campestre do Menino Deus, Nossa Senhora do Rosário, Presidente João Goulart, Pinheiro Machado, Diácono João Luiz Pozzobon e Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Então, já iniciamos a aplicação do larvicida e pulverização nesses locais e já fizemos nova aquisição de insumos para tocar todo o ano de 2025 – afirmou o superintendente da Vigilância em Saúde, Alexandre Streb, em entrevista anterior ao Diário.


Sintomas de dengue

  • Febre alta com duração de dois a sete dias
  • Dor atrás dos olhos
  • Dor de cabeça
  • Dor no corpo e nas articulações
  • Vômito
  • Diarreia
  • Mal-estar geral
  • Manchas vermelhas na pele, com ou sem coceira


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