SUS registra aumento nos atendimentos a casos de endometriose no Brasil; veja situação no RS

SUS registra aumento nos atendimentos a casos de endometriose no Brasil; veja situação no RS

Foto: Renan Mattos (arquivo/Diário)

Em alusão ao Dia Nacional de Luta contra a Endometriose, celebrado nesta quinta-feira (13), o Ministério da Saúde divulgou dados do Sistema Único de Saúde (SUS) sobre atendimentos na Atenção Primária à Saúde (APS) relacionados ao diagnóstico de endometriose. A doença é conhecida por permitir que células semelhantes às que revestem o útero (endométrio) cresçam em outras partes do corpo, principalmente na região pélvica, podendo causar inflamação, dor e a formação de tecido cicatricial (aderências). 


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A pasta ainda alerta que essa “é uma das principais doenças que afetam mulheres em idade reprodutiva e pessoas designadas com o sexo feminino ao nascer. No entanto, o diagnóstico e o tratamento ainda enfrentam grandes desafios, devido ao conhecimento limitado sobre as causas e o funcionamento. Estudos indicam que a identificação da doença e o início do tratamento adequado podem levar em média de 6 a 7 anos”. 

Segundo o Ministério da Saúde, foram realizados 82.693 atendimentos a mulheres com endometriose em 2022. No ano seguinte, o número subiu para 115.765. Já os dados de 2024, que ainda são preliminares, apontam 145.744 atendimentos. Analisando os três anos, é possível constatar um aumento de aproximadamente 76,24% no número de atendimentos com esta causa.  

Cenário estadual

Nos últimos três anos, os índices no Rio Grande do Sul também apresentaram um leve crescimento. Conforme a Secretaria Estadual da Saúde (SES RS), em 2022, ocorreram 3.506 atendimentos de mulheres na APS relacionados à endometriose. Em 2023, o número aumentou para 4.601 e, no ano seguinte, foram constatados 5.058 atendimentos relacionados à doença. Os dados em questão englobam também casos de endometriose no útero, ovário e na trompa de falópio. 

Com relação ao tratamento da doença, a SES RS reforça que “pode ser medicamentoso ou cirúrgico, ou ainda a combinação desses, e a escolha (do tratamento) deve levar em consideração a gravidade dos sintomas, a extensão e localização da doença, o desejo de engravidar, a idade da paciente, efeitos adversos dos medicamentos e taxas de complicações cirúrgicas. Cada pessoa deve ser avaliada individualmente e o tratamento definido junto ao profissional de saúde, tanto os métodos farmacológicos, quanto cirúrgicos, se indicados, são fornecidos pelo SUS”.

Fique atenta aos principais sinais e sintomas da endometriose

  • cólicas menstruais intensas que não melhoram com analgésicos comuns
  • dor pélvica fora do período menstrual
  • inchaço abdominal antes e durante a menstruação
  • dor no fundo da vagina durante relações sexuais com penetração
  • dor ao evacuar ou alterações intestinais bruscas durante a menstruação (diarreia ou constipação)

Internações

Nos últimos três anos, foram registradas 2.086 internações hospitalares por endometriose no Estado, sendo 674 em 2022; 712, em 2023 e 700, em 2024. Segundo a SES, a faixa etária com maior número de hospitalizações por conta da doença nos últimos três anos foi a de mulheres de 40 a 49 anos (863 casos ao todo), seguida pelas de 30 a 39 anos (442) e 50 a 59 (377).   

O início do processo para obter o diagnóstico de endometriose também é explicado pela SES RS: 

“O primeiro passo para obter o diagnóstico é realizar o exame ginecológico clínico na unidade de saúde. Identificada suspeita diagnóstica de endometriose e o manejo não possa ser realizado na Atenção Primária, seguindo os Protocolos de Regulação Ambulatorial do TelessaúdeRS em Ginecologia, ocorrem os encaminhamentos para a atenção especializada. A confirmação da suspeita pode passar por exames laboratoriais e de imagem. Cabe salientar que a endometriose pode ter difícil e demorado diagnóstico, o acompanhamento ginecológico é essencial para a detecção precoce da doença”.

Considerando o cenário, a pasta tem investido cada vez mais na saúde da mulher, sendo que o Estado possui, atualmente, “90 serviços que prestam assistência ginecológica com consultas, exames, tratamentos clínicos e/ou cirúrgicos. Destes, 25 são ambulatórios de especialidade em ginecologia, habilitados, conforme Portaria SES N° Nº 688/2024 que altera a Portaria SES/RS N° 537/2021, que regulamenta no âmbito do Estado do Rio Grande do Sul, o ASSISTIR – Programa estadual de Incentivos Hospitalares”. 

SERMulher RS

A endometriose é um dos principais eixos dos Serviços Especializados de Referência à Saúde da Mulher (SERMulher RS). De acordo com a SES RS, a iniciativa criada em 2024 “oferece o cuidado integral em saúde da mulher em uma abordagem que reconhece a complexidade e singularidade das necessidades de saúde específicas desse grupo, desde a prevenção e promoção da saúde até o diagnóstico e tratamento de condições específicas, possibilitando a sequência do trabalho de rastreamento e investigação iniciado na atenção primária e encaminhando as usuárias para a Atenção Terciária, quando necessário”.

O programa prevê 19 instituições com o SERMulher no Estado, sendo que sete já foram habilitadas nos municípios de Sapucaia do Sul, Tenente Portela, Pelotas, Bagé, Teutônia, Osório e Giruá. Novos locais devem ser divulgados em breve. Ainda segundo a SES RS, a iniciativa contará “um centro formador para inserção de dispositivos, como o dispositivo intrauterino (DIU), técnicas de coleta de exame citopatológico, entre outros”. 

Nestes locais, os encaminhamentos para o SERMulher RS serão feitos pelo Sistema de Gerenciamento de Consultas (Gercon), com base em critérios estabelecidos pelos protocolos de regulação ambulatorial do Telessaúde RS. 

Oferta dos serviços

Por mês, devem ser disponibilizadas a partir do SERMulher RS:

  • Consultas médicas – 2.660
  • Consultas por equipe multiprofissional – 4.104
  • Exames e procedimentos – 12.255

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