“O objetivo da vacina não é impedir que a pessoa se infecte. Mas que ela não morra”, diz médica sobre vacinação contra a Covid-19

A notícia sobre o envio dos primeiros lotes com vacinas contra a Covid-19 para o Rio Grande do Sul foi recebida por muitos com alegria e esperança. Em 19 de janeiro de 2021, as primeiras doses do imunizante foram aplicadas em duas profissionais da saúde como um gesto de respeito e agradecimento aos serviços prestados. O momento foi eternizado na capa do Diário do dia seguinte. 

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Na época, a enfermeira Cecilia Pinheiro Pedro atuava no Setor de Imunizações da Secretaria Municipal da Saúde, dando suporte em todas as ações. Hoje, superintendente da Vigilância em Saúde, ela reflete sobre as conquistas e os desafios da pandemia:

 – A Covid-19 nos demandou empatia, trabalho em equipe, dedicação e muita responsabilidade na vacinação, orientações e demais cuidados. Principalmente trabalho em equipe, o que viabiliza que desafios, como os que vivenciamos na pandemia, possam ser superados. Hoje, temos um cenário de mais de 90% da cobertura vacinal, no qual só foi possível diante de muito trabalho entre as unidades básicas de saúde, a Vigilância em Saúde, as entidades parceiras, as instituições de ensino e voluntários, em conjunto a gestão da Secretaria Municipal de Saúde.

Conforme dados do Setor de Imunizações, mais de 248 mil pessoas receberam, pelo menos, uma dose do imunizante contra a doença entre 19 de janeiro de 2021 e 17 de março de 2025. Já o total de doses aplicadas, entre primeira, segunda e reforços, foi de mais de 700 mil.

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Embora os índices sejam altos, Cecilia demonstra preocupação com os grupos mais vulneráveis: as crianças.
– Na população acima de 5 anos, na qual considera-se imunizado com pelo menos uma dose, atingimos mais de 90%, que totalizam os 250 mil vacinados.Nas crianças, tivemos uma dificuldade maior na adesão, e a cobertura vacinal não ultrapassou 50% – explica.

O movimento anti-vacina, fortalecido durante a pandemia por conta de fake news sobre os imunizantes, é um dos fatores que têm contribuído para o atual cenário. Um dos argumentos mais utilizados é de que pessoas que já se imunizaram continuam contraindo a Covid-19. Segundo a médica infectologista Jane Costa, é preciso entender melhor como funciona o processo:

 – Ainda recebemos pacientes com Covid-19, mas com quadros leves. As pessoas têm um pico febril e uma dor de garganta com duração de um dia e, depois, desaparecem. Isso pode ocorrer porque a cepa é menos virulenta. Mas um grande percentual é por conta da vacina. O objetivo dela não é impedir que a pessoa se infecte, mas, sim, que ela não morra disso. É assim que funciona qualquer vacina. Existem vacinas que são capazes de impedir que a pessoa se infecte, mas a grande maioria melhoram a resposta imune para que as pessoas não morram disso.

Oferta

Com os avanços na cobertura vacinal dos brasileiros contra a Covid-19, o Ministério da Saúde atualizou a caderneta de vacinação de alguns grupos. Hoje, o imunizante contra a doença é recomendado no cronograma para crianças, idosos e gestantes. As novas orientações também mudaram a estratégia em Santa Maria.

 – Atualmente, a oferta continua ocorrendo semanalmente, conforme um cronograma organizado por semana, na tentativa de manter a oferta em diversos pontos da cidade. A procura reduziu, uma vez que ultrapassamos 90% de pessoas imunizadas. Mas o público que ainda carece vacinar é o das crianças. Muitos pais ainda têm receio de imunizar os filhos contra a Covid-19 – analisa a superintendente.

 Segundo Cecília, o Setor de Imunizações conta com doses das vacinas Moderna (para crianças de 6 meses ou mais), Pfizer pediátrica (para crianças de 6 meses a menores de 5 anos) e Sérum, da fabricante Zalika, para 12 anos ou mais. Para saber mais sobre a agenda de vacinação de Santa Maria, acesse o site da prefeitura.