
Fotos: Beto Albert (Diário)
Cerca de 15 mil pessoas foram imunizadas até o momento. Público alvo da campanha na cidade, segundo a SES, é composto por cerca de 135 mil pessoas
Após antecipar a campanha contra a gripe, Santa Maria busca manter um fluxo constante de vacinação dos grupos prioritários. Até o momento, cerca de 15 mil pessoas já foram imunizadas contra a doença, mas o número pode ser maior, segundo a Secretaria Municipal da Saúde.
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Vale lembrar que o público-alvo da imunização na cidade, conforme os critérios estipulados pelo Ministério da Saúde e dados da Secretaria Estadual da Saúde (SES), é de cerca de 135 mil pessoas, e a meta é imunizar 90% desse público. Para isso, a Secretaria Municipal da Saúde tem apostado na oferta dos imunizantes nas unidades de saúde em horários específicos, turnos estendidos e alternativos; dentro de escolas municipais e estaduais e em ações especiais como o Dia D, que deve ocorrer no sábado em, pelo menos, 10 unidades de saúde.
A estratégia se faz necessária para aumentar os índices de cobertura vacinal contra a doença (que em anos anteriores foram baixos) e, consequentemente, evitar sobrecarga nos pronto-atendimentos, novas hospitalizações e até mesmo, mortes por conta da gripe. Segundo o Painel Estadual de Hospitalizações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), a cidade registrou quatro óbitos e 14 internações devido a Influenza em 2024, sendo a maioria em Unidades de Terapia Intensiva (UTI).
O avanço no cronograma de imunizações contra a gripe recomendado pelo Ministério da Saúde também possibilitará que a campanha seja ampliada, chegando à população em geral.
Mobilização
A primeira ação contra a gripe em Santa Maria ocorreu em 5 de abril, dois dias antes da mobilização nacional, em seis unidades de saúde localizadas em regiões diferentes da cidade. Na ocasião, 2.930 pessoas foram imunizadas, sendo protegidas contra as cepas H1N1, H3N2 e B da Influenza.
Em entrevista ao Diário, a superintendente da Vigilância em Saúde, Cecília Pedro, falou sobre o atual número de imunizados e a porcentagem alcançada na cobertura:
– Foram aproximadamente 15 mil pessoas, mas o número é dinâmico e pode ser maior, uma vez que as aplicações ocorrem diariamente nas unidades de saúde. Ainda não temos os percentuais da cobertura disponíveis no painel nacional, mas até então, os grupos que mais procuraram (a vacinação contra a gripe) foram os idosos e os trabalhadores da saúde. Já indígenas e privados de liberdade, vacinamos a totalidade.
Para além dos grupos que já fazem parte do Calendário Nacional de Vacinação (crianças de 6 meses a menores de 6 anos, gestantes e idosos a partir de 60 anos), o público-alvo da estratégia também é formado por:
- Trabalhadores da Saúde
- Puérperas
- Professores dos ensinos básico e superior
- Povos indígenas
- Pessoas em situação de rua
- Profissionais das forças de segurança e de salvamento
- Profissionais das Forças Armadas
- Pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais (independentemente da idade)
- Pessoas com deficiência permanente
- Caminhoneiros
- Trabalhadores do transporte rodoviário coletivo (urbano e de longo curso)
- Trabalhadores portuários
- Funcionários do sistema de privação de liberdade
- População privada de liberdade, além de adolescentes e jovens sob medidas socioeducativas (entre 12 e 21 anos)
*Os demais que não se enquadram serão vacinados em um período ainda sem data definida pelo Ministério da Saúde
Procura
Uma das preocupações da Secretaria Municipal da Saúde é voltar a registrar baixa procura pelas doses contra a gripe. Em 2024, o índice de aplicação da vacina contra a gripe foi de 50%, sendo considerados os números de gestantes, crianças, idosos, puérperas e povos indígenas imunizados. Mas, nos demais grupos, a procura foi baixa.
O mesmo movimento foi percebido em 2023, quando a cobertura vacinal dos grupos supracitados foi de 55%. Neste cenário, os mais vulneráveis, como crianças, idosos e pessoas com comorbidades, são os que mais sofrem.
Em 2025, há esperança de que o cenário de Santa Maria para a vacinação seja diferente. Segundo Cecília, a principal estratégia da pasta tem sido disponibilizar o imunizante em horários específicos, turnos estendidos e alternativos nas unidades de saúde, mas também em lugares importantes como dentro de escolas.
– Sabe-se que a gripe é uma doença respiratória que pode agravar e gerar hospitalizações, principalmente para os grupos mais vulneráveis, como crianças, idosos, pessoas com comorbidades, os quais justamente integram os grupos prioritários. Por isso, salientamos a importância da imunização. A procura (pelas doses) tem sido constante e os primeiros dias foram mais intensos. Mas, nossa dificuldade maior é atingir os grupos das crianças, gestantes e puérperas. Por enquanto, a procura tem sido satisfatória – avaliou a superintendente da Vigilância em Saúde.
Questionada sobre a ampliação da campanha para a população em geral, Cecília afirma que a Secretaria da Saúde ainda não tem uma data.
– Ainda não temos essa informação, mas primeiramente precisamos priorizar os grupos e atingir o maior número de vacinados, bem como, aguardar que o PNI (Programa Nacional de Imunizações) autorize a imunização da população em geral – concluiu.

Novas doses
A Secretaria Estadual da Saúde segue com o encaminhamento de doses contra a gripe para as Coordenadorias Regionais de Saúde (CRS). Considerando as quatro remessas de doses de vacina contra a gripe, o Rio Grande do Sul já recebeu mais de 3,2 milhões de doses, o que representa cerca de 60% da população estimada nos grupos prioritários no Estado.
Até o momento, conforme a Secretaria Municipal da Saúde, Santa Maria tem em torno de 35 mil doses entre os estoques das unidades de saúde e reserva no setor de imunizações.