
Foto: Beto Albert (Diário)
Levantamento do Instituto Trata Brasil aponta que o país registrou mais de 344 mil internações por doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado no ano passado. Desse número, 168,7 mil têm causa em alguma infecção propagada por um inseto-vetor, principalmente a dengue.
Em segundo lugar, as internações têm origem em doenças de transmissão feco-oral (transmitidas pelas fezes de um indivíduo infectado), como as gastroenterites causadas por vírus, bactérias ou parasitas, com 163,8 mil casos.
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Divulgada na última semana, a pesquisa revela, ainda, que crianças e idosos são os que, normalmente, adoecem com mais gravidade, necessitando de hospitalização. Entre as pessoas internadas em 2024, conforme o levantamento divulgado pela Agência Brasil, cerca de 70 mil eram crianças de até 4 anos, o correspondente a 20% do total. Nessa faixa etária, a incidência foi de 53,7 casos a cada 10 mil pessoas, três vezes mais do que a média de todas as idades.
Menos gastos
Boa parte dos gestores públicos não prioriza obras de saneamento, até porque não são vistosas aos olhos dos eleitores. Só que ações concretas nessa área são investimentos. Prova disso são as projeções apresentadas pelo Instituto Trata Brasil: estima que o avanço da oferta de água tratada e da coleta e tratamento de esgoto pode reduzir em quase 70% a taxa de internações do país e promover uma economia de R$ 43,9 milhões por ano. Inclusive, a Fundação Nacional de Saúde (FNS) projeta que, a cada R$ 1 investido em saneamento, economiza R$ 9 em saúde. Comprovadamente, mais saneamento significa redução de gastos com saúde, menos hospitais superlotados e mais qualidade de vida da população. Por isso, é tão importante os gestores públicos mudarem a mentalidade cultura. Saneamento básico deve ser, sim, prioridade.