
Na sucessão da cadeira da linhagem Badke na Câmara de Vereadores, assume Guilherme Badke (Republicanos). Manequinho, como é conhecido, ganha o status de estreante, mas já são mais de 20 anos de vivência no Legislativo, ao lado do pai Manoel Badke (União Brasil), Maneco. Eleito com 1.279 votos, Guilherme chega para seguir um antigo legado mas, agora, com novos propósitos.
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A vizinha UFSM
É nos fundos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) que o vereador cresceu e tem boas lembranças de infância. A família, que morava bem próximo aos prédios universitários, viu a instituição nascer e ganhar forma. E essa história não se limita no amor e na vizinhança. Guilherme conta que 300 hectares de terra do bisavô foram desapropriados para a construção da Federal. E anos antes do projeto da UFSM se tornar realidade, o patriarca dos Badke sonhou com um prédio redondo na propriedade dele, com crianças e jovens. Com o Planetário viu o sonho se tornar realidade diante dos olhos da família.
É no Bairro Camobi que estão as memórias dos primeiros anos de vida. As brincadeiras preferidas eram futebol, skate e bicicleta. É por essas e outras que que o vereador se intitula “bem camobiense”, apesar de estar em quase todos os cantos da cidade. Na escola, logo encontrou um espaço político: o do Grêmio Estudantil. Foi nesse período que também se tornou filho de vereador quando, aos 15 anos, viu o pai assumir um posto no Legislativo pela primeira vez e onde permaneceu por 24 anos.
– Automaticamente, a gente começou a conversar e discutir política. Sempre admirando muito ele. E começou a ser ainda mais atuante no grêmio estudantil. Implantamos música e um recreio maior – afirmou Guilherme.
Para sempre o melhor cabo eleitoral do pai
Antes de se dedicar exclusivamente à política, Guilherme foi DJ por 17 anos, comerciante e atendente em uma agropecuária. É que a responsabilidade de ser pai cedo, aos 16 anos, o fez escolher esse caminho. Nesse tempo, foi cabo eleitoral do pai que seguia ativo na vida política:
– Eu tenho ele como exemplo, na questão de honestidade, respeito com as pessoas e forma como ele falava e se portava na política. Ele tem uma história muito grande que eu admiro e quero conseguir esse respeito. Hoje, ele é respeitado por onde vai.
Os anos de gabinete
Em 2014, o parlamentar entrou de fato nos gabinetes políticos quando foi assessor parlamentar do então deputado federal Onyx Lorenzoni (PL). Já em 2017, ingressou na prefeitura de Santa Maria. Lá, trabalhou por sete anos e seis meses, passando pelos setores dos alvarás, mobilidade urbana e microempreendedorismo. Por último, atuou como secretário adjunto de Licenciamento e Desburocratização.
– O serviço público me deixou muito feliz com o que eu estava fazendo. Dentro da prefeitura, você acaba ajudando muitas pessoas. Tinha vezes que eu atendia 200 pessoas por dia. Foram mais de 5 mil empreendedores que a gente ajudou – contabiliza o vereador estreante.
Quando o pai, Manoel Badke, encerrou a vida política no Legislativo e decidiu não concorrer nas eleições de 2024, as portas se abriram para Guilherme ser seu herdeiro político na Câmara.
– Eu só concorri porque ele disse que não iria mais concorrer. Não tem como concorrer contra o pai – ressalta.

Eleitorado e propósito
Sem um foco muito grande nas redes sociais, Guilherme foi fazer campanha na rua, no corpo a corpo. Em uma eleição em que as bandeiras e os panfletos já não tinham o mesmo efeito de pleitos anteriores, ele conta que bateu de porta em porta. Eram, em média, de 12 a 13 quilômetros percorridos por dia. Além disso, foi na família e nos amigos que encontrou a base eleitoral. E, claro, teve o auxílio do pai e de seus eleitores.
Os objetivos para os próximos quatro anos são muitos, mas tem um que ocupa o topo dessa lista: trabalhar para transformar a unidade de saúde Wilson Paulo Noal, no Bairro Camobi, em uma unidade de pronto atendimento (PA). Também serão foco do mandato, o auxílio aos empreendedores e a melhora no atendimento de idosos e crianças, especialmente aquelas com espectro autista.

– Sem educação e sem saúde, estamos perdidos, ao meu ver. E eu sempre gostei da saúde porque tu está lidando com vidas, está salvando vidas. Precisamos ter um atendimento mais humanizado para os idosos e crianças. São pautas que os secretários e os vereadores têm que sentar e discutir – afirma Guilherme.
A trajetória
- Natural de Santa Maria
- Tem 39 anos
- Formado em Gestão Pública
- Foi secretário adjunto de Licenciamento e Desburocratização
- É filiado ao Republicanos
- É casado e pai de três filhos