A prestação de serviço da Corsan/Aegea em Santa Maria foi tema central de uma audiência pública, realizada na noite desta quarta-feira (19). Na Câmara de Vereadores, parlamentares discutiram problemas no abastecimento de água no município e cobranças elevadas apontadas pelos consumidores.
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A presidente da Comissão de Políticas Públicas, Assuntos Regionais e Distritais, vereadora Helen Cabral (PT), abriu a audiência. A parlamentar mencionou os relatos dos usuários recebidos pelos representantes da Câmara que incluem cobrança de taxas de esgoto, reclamações sobre atendimento, cobrança de multas indevidas e problemas no abastecimento de água. Na oportunidade, ela esclareceu que o objetivo é sanar as dificuldades da população, especialmente a de baixa renda:
– Na última segunda-feira, nós fizemos a primeira oitiva da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) e ouvimos um número expressivo de consumidores. Então, essa audiência pública tem o objetivo de ouvir aquelas pessoas que estão aqui para termos mais um instrumento do Poder Legislativo para tentar contribuir e amenizar o sofrimento de milhares de consumidores de Santa Maria, que não estão conseguindo pagar a sua água.
O vice-presidente da comissão,Marcelo Bisogno (União Brasil), também se manifestou:
– Esse é um tema que tem causado muita dor de cabeça. Aqui, hoje, estamos unindo Poder Executivo, Legislativo, os órgãos que representam a nossa sociedade, Poder Judiciário, estamos demostrando que existem autoridades no município que estão atentos a tudo que está acontecendo. A gente tem estudado o contrato (com a Corsan) e teremos, com certeza, uma longa caminhada pela frente.
Após, o microfone foi ocupado pelos demais membros da comissão, representantes do Executivo e, também, da OAB e do Procon. Os consumidores que estiveram na audiência também se manifestaram.
Ronaldo Isaias, morador do Bairro Salgado Filho, relata que o valor da sua conta de água teria sido reajustado em mais de 500% nos últimos 12 meses.
– De R$ 140, nós fomos pagar R$ 634,32. A nossa casa fica a cinco metros abaixo do sistema de esgoto e eles estão cobrando de nós R$ 200 a mais. Não tenho como pagar. Amanhã, vai ser cortada a minha água. Não posso deixar a minha esposa e os netos lá com problema de falta de água.
O superintendente municipal de Serviços Públicos e Saneamento, Ivan Beuter Nazaroff, destacou que o poder público e os órgãos competentes devem e irão unir forças para garantir o bem-estar da população. Além disso, ele destacou que, embora a prefeitura não tenha meio legal ou contratual para cobrar diretamente a Corsan, uma de suas competências será a de solicitar à Agergs e, essa sim, exigir as melhorias e correções da companhia.
– Fica na competência da prefeitura a questão das obras, de atender o cronograma e verificar a qualidade de asfalto, mais na parte operacional, enquanto que a Agers é a responsável pela parte de tarifa, a parte de controle de qualidade [da distribuição]. E cabe também à prefeitura cobrar a Agers desses assuntos – completa.
Além disso, ele destacou que, em reunião entre a prefeitura e a agência, realizada na terça-feira (18), ficou definido que a população pode entrar diretamente em contato com a Agers para fazer reclamações.
– A Agers tem acesso a todo o histórico da Corsan. Se for realmente verificada uma irregularidade, eles congelam a conta imediatamente até que a denúncia seja apurada e resolvida.
A ausência de representantes da Corsan/Aegea também foi questionada durante a audiência pública. Ainda na tarde desta quarta-feira (19), em nota, a assessoria da empresa se manifestou. Disse que a Corsan "não foi convidada oficialmente" e que está à disposição da comunidade para qualquer esclarecimento.
O que disse a Corsan
"A Corsan não foi convidada oficialmente para a referida audiência pública. Porém, gostaríamos de reforçar que a companhia vem prestando informações sobre sua operação aos gestores municipais sempre que acionada e seguirá à disposição para todo e qualquer esclarecimento que se faça necessário".
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