Apelido popular e olhar atento para os animais: quem é Adelar Vargas, vereador reeleito para o 3º mandato em Santa Maria

Forjado no movimento comunitário, especificamente da região oeste de Santa Maria, na Vila Jockey Club, Adelar Vargas dos Santos, popularmente conhecido como Bolinha, foi reeleito para o terceiro mandato no Legislativo municipal. E será um dos dois representantes do MDB na Câmara.


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São-pedrense de nascimento, ele veio para Santa Maria com os pais aos 4 anos e morou por 40 anos nas redondezas da Vila Jockey Club, cenário do Jockey e de memoráveis corridas de cavalos, que teve seu auge entre as décadas de 70 e 90. Na juventude, Bolinha trabalhou como engraxate em dias de carreira, mas foi no centro comunitário da vila, onde foi presidente por oito anos, que encontrou a sua vocação: a política.

 

Por 8 anos, Adelar foi presidente da Associação Comunitária da Vila Jockey ClubFoto: Pablo Iglesias


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De 1993 a 2010, Bolinha percorreu os corredores do Palacete centenário da Vale Machado como assessor parlamentar do vereador Claudio Rosa (PMDB na época), falecido em 2021, que também despontou na política por meio do movimento comunitário na mesma localidade.

 
– Eu só sou vereador porque saí do movimento comunitário. Também fui presidente da União das Associações Comunitárias de Santa Maria UAC) e, com isso, nesse período, a gente trabalhou com todas as comunidades e também conseguiu, aos poucos, levantar a Jockey Club. Calçamos ou asfaltamos todas as ruas da comunidade e, a partir disso, passamos a desenvolver a região, diminuir a criminalidade, trabalhar com os jovens, as escolas e também com os idosos. Fazíamos eventos, atividades culturais, trazíamos as universidades, também o Senac para dar oportunidades a essas pessoas – recorda o vereador.



Secretário municipal 

A partir dessa vivência, o olhar para a periferia da cidade passou a ser mais apurado. O trabalho à frente das comunidades o credenciou para ser indicado secretário municipal de Ação Comunitária, Cidadania e Defesa civil no governo de Cezar Schirmer (MDB), entre os anos de 2010 e 2016. Nesse período, o emedebista procurou ser o interlocutor do Executivo, por meio de ações nos bairros. Foi nessa época que, segundo ele, surgiu o apelido Bolinha, dado pelo chefe do Executivo.

 
– Um dia, o prefeito Schirmer começou a me chamar de Bolinha e eu pedi para que continuasse me chamando de Adelar, mas ele seguiu e o apelido pegou. Mas o meu apelido mesmo é Kiti, que era de um personagem da televisão e que eu brincava na rua quando era guri – conta o ex-secretário.

 
Dos 1.648 votos recebidos, a grande maioria veio da periferia, como das Vilas Lídia, Renascença e Jockey Club, dos bairros Boi Morto e Tancredo Neves e do Loteamento Piratini.


– Há muitos anos, a gente tem um trabalho muito forte em todas as vilas e nunca abandonamos essas comunidades. Eles nos chamam e nós estamos atuantes para defender e ajudar eles tanto na Câmara quanto na prefeitura – destaca o vereador.



Bandeiras defendidas 

Defensor da causa animal, Bolinha, 58 anos, é formado em Gestão Pública e é pai de quatro filhos. Seu principal projeto é a defesa, proteção e saúde dos animais, por meio da castração de animais de rua, adoção, lares temporários e entidades que trabalham com a causa. Além disso, defende políticas públicas aos idosos e também pelo reconhecimento da fibromialgia como uma deficiência física.

 

Seu principal projeto é a causa animal Foto: Pablo Iglesias


– Eu costumo dizer que, aqui em Santa Maria, existe a causa animal antes de mim e depois de mim. Eu consegui o Castramóvel, que castrou mais de 4 mil animais da cidade, o que diminui a reprodução e a presença dos animais abandonados nas ruas. Também estamos prestes a inaugurar, junto com o governo do Estado, uma fábrica de ração que vai funcionar dentro do presídio, que vai fornecer esse alimento aos animais de rua. Também estamos lutando para garantir um lugar seguro para os animais de grande porte que ficavam no instituto Iabea, que foi destruído pelas enchentes de maio – ressalta Bolinha.

 
No entanto, a defesa dos animais também foi uma questão de alerta nesta eleição, pois outros candidatos, que também foram eleitos, defendem a mesma pauta. O que fez com que o número de votos diminuísse consideravelmente (1.011 votos a menos) em comparação com 2020, quando recebeu 2.659 votos e foi o segundo mais votado entre os 21 parlamentares. Já em 2024, foi o penúltimo a garantir vaga.


A trajetória 

  • 58 anos
  • Natural de São Pedro do Sul
  • Filiado ao MDB
  • Formado em Gestão Pública, foi líder comunitário, assessor parlamentar, secretário de Ação Comunitária, Cidadania e Defesa Civil no governo de Cezar Schirmer (2010 a 2016), vereador por dois mandatos (2016 e 2020) e presidente da Câmara de Vereadores em 2020

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