Foto: Gabriel Haesbaert (Diário/Arquivo)
O Conselho de Representantes do Sindicato dos Agentes da Polícia Civil do RS (Ugeirm) decidiu paralisar as atividades da categoria entre os dias 8 e 9 de agosto em todo o Rio Grande do Sul. A decisão foi tomada após análise da necessidade de se aprofundar a mobilização para que haja uma negociação efetiva entre o governo do Estado e os policiais civis.
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Entre as motivações da categoria, estão o fato de os agentes estarem há mais de um ano e meio sem promoções e há mais de cinco anos com apenas 6% de reposição salarial, além da reforma do IPE Saúde, que confisca parte dos salários dos policiais civis.
O sindicato também cita que a base do governo estaria tentando barrar a tramitação do Projeto de Lei Complementar 04/2023, que garante a Paridade e a Integralidade aos policiais que ingressaram na instituição após 2015.
Em entrevista ao ‘Bom Dia, Cidade!’, da Rádio CDN 93.5, Pablo Mesquita, escrivão de polícia e secretário-geral da Ugeirm, comentou sobre a paralisação de 48h e a suposta desvalorização da carreira dos agentes por parte do governo de Eduardo Leite.
— Nós vamos para o quinto ano deste governo, governo que foi pautado pela retirada dos direitos dos servidores públicos, dentre eles, os policiais. Que impôs, de forma indireta, um confisco dos nossos salários quando fez a reforma da previdência, e agora com a reforma do IPE Saúde. Tudo isso nos coloca numa posição bem difícil, e tem efeitos na saúde mental e física dos policiais que não aguentam mais a retirada dos direitos, a falta de reajuste e a desvalorização — pontua.
Mesquita também aponta que o governo do Estado, ao mesmo tempo em que divulga para a população as últimas conquistas obtidas na área da segurança pública, acaba por não reconhecer o trabalho realizado pela categoria para que os indicadores sejam positivos:
— O governo tem se utilizado muito da propaganda com trabalho da polícia, tem alardeado aos quatro cantos que os índices (de criminalidade) estão reduzidos. Enfim, nós queremos só a valorização do trabalho que está sendo prestado e que tem se prestado a produzir essa pauta política para o governo — expõe o secretário-geral
Atendimento da Polícia Civil nos dias de paralisação
A orientação do sindicato é para que não sejam feitas operações policiais e nem cumprimento de mandados de busca e apreensão nos dias de paralisação. Conforme Mesquita, o atendimento em Delegacias de Polícia de Pronto Atendimento (DPPAs) deverão ser apenas em casos de flagrantes, e aqueles mais graves envolvendo grupos vulneráveis: adolescentes, mulheres e idosos, além dos casos de homicidio e violência sexual. Para isso, uma manutenção de 30% do efetivo estará atendendo os casos mais graves.