
Foto: Beto Albert (BD, 30/08/2024)
As investigações tiveram início a partir de denúncia encaminhada pela própria FATEC
A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira (19), a Operação Fafnir, com o objetivo de investigar e reprimir um esquema de desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro envolvendo a Fundação de Apoio à Tecnologia e Ciência (FATEC), vinculada à Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). A operação foi realizada após a constatação de indícios de manipulação contábil e transferências irregulares de recursos.
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Foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão, além do bloqueio de bens móveis e imóveis dos investigados. Entre as medidas cautelares deferidas pela Justiça Federal estavam a quebra de sigilo bancário, fiscal e eletrônico, e o sequestro de seis automóveis e três imóveis. O objetivo do bloqueio é garantir o ressarcimento dos cofres públicos ao final do processo.
O esquema criminoso consistia na apropriação indevida de verbas públicas, pagamento de despesas pessoais com o dinheiro da fundação e a utilização de empresas e contas bancárias de terceiros para ocultar o patrimônio adquirido de forma ilícita. O prejuízo causado ao erário foi estimado em mais de R$ 4,7 milhões, entre os anos de 2019 e agosto de 2024.
No âmbito dessa investigação, em agosto de 2024, uma funcionária de 55 anos da FATEC foi suspensa de suas atividades até a conclusão das investigações, após ser apontada como participante em um esquema de desvio de fundos. Em julho de 2024, uma discrepância de R$ 20 mil foi detectada nas contas da fundação. Quando confrontada, a funcionária começou a fazer transferências para compensar o déficit, o que alertou a auditoria da UFSM. Seu esposo e os dois filhos do casal também estão sob investigação.
A investigação está focada nas compras realizadas pela família da suspeita desde 2019, sugerindo que o prejuízo poderia ser significativamente maior se fosse considerado um período desde 1997, ano em que a funcionária começou a trabalhar na FATEC.
Os investigados podem responder pelos crimes de peculato, associação criminosa e lavagem de capitais, com penas que podem ultrapassar 20 anos de prisão.
A operação recebeu o nome de "Fafnir", em referência ao personagem mitológico da mitologia nórdica, cuja ganância destrutiva refletiu as ações dos envolvidos no desvio de recursos.
Relembre o caso:
Em agosto de 2024, a Fundação de Apoio à Tecnologia e Ciência (FATEC), vinculada à Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), iniciou uma investigação interna após detectar indícios de manipulação contábil e transferências irregulares de recursos. A apuração revelou um esquema de desvio de verbas públicas, no qual uma servidora da FATEC estava envolvida. A funcionária foi afastada de suas funções até o término da investigação.
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