Caçapava do Sul

Família é amarrada com lençóis enquanto bandidos fogem com dinheiro e cheques

Marilice Daronco

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Depois de cinco horas de espera na frente de uma distribuidora de bebidas, em Caçapava do Sul, um trio de bandidos que estava em um Clio branco rendeu o dono do estabelecimento, Marcos Barcellos Longara, 50 anos, quando ele chegava em casa, por volta da 1h de segunda-feira. Sem esconder os rostos, os assaltantes _ um deles armado com uma espingarda e os outros dois com revólveres _ já chegaram anunciando o que queriam: o cofre com o dinheiro.

Além do empresário, a mulher dele, de 50 anos, e uma filha do casal, de 13, foram amarrados com lençóis. A família foi trancada no banheiro enquanto os bandidos reviravam a casa em busca de dinheiro. Eles levaram uma pasta com R$ 5 mil em dinheiro e R$ 70 mil em cheques.
Segundo a vítima, o trio ficou menos de 15 minutos na casa.
_ Mas, para nós, pareceu uma eternidade. Eles faziam muitas ameaças e diziam que não tinham vindo de tão longe, Rio Grande, para saírem da casa sem nada. E que estavam dispostos a "derrubar um", a "deixar um no chão" _ conta Longara.

A Polícia Civil de Caçapava do Sul está investigando o caso. Depois que os bandidos deixaram a casa, o empresário conseguiu se desamarrar e chamar a polícia. Foi só nesta segunda-feira, quando examinou as imagens das câmeras de vigilância de sua empresa, que Longara percebeu que havia sido seguido pelos bandidos e que o carro em que eles estavam foi estacionado em frente ao estabelecimento às 18h de domingo. Apesar de eles terem dito que eram de Rio Grande, o empresário percebeu nas imagens que a placa do carro era de Santa Maria.

Confira uma entrevista com o empresário:

Diário de Santa Maria _ O senhor não percebeu  em nenhum momento que estava sendo seguido?
Marcos Longara
_ Não. Só vi quando fui olhar as imagens das câmeras de segurança da empresa e percebi que eles tinham estacionado lá na frente às 18h e só saíram quando eu fui para casa, à 1h.

Diário _ Como eles entraram na sua casa?
Longara
_ Eu abri o portão, entrei com o carro e estacionei. Assim que desci, já estava cercado. Então, eles me renderam, armados, mas de cara limpa. Assim que entramos, foram até os quartos e trouxeram a minha esposa e a minha filha. Eles rasgaram um lençol do nosso quarto e nos amarraram. Nos levaram até o banheiro e fecharam o box com a gente dentro e calçaram a porta com uma cadeira.

Diário _ Sua empresa já havia sido arrombada há três anos. Por que o senhor acha que, desta vez, resolveram atacá-lo em casa?
Longara
_ Certamente era alguém que sabia que eu costumo carregar dinheiro comigo. Tanto que eles levaram a pasta com os R$ 5 mil em dinheiro e R$ 70 mil em cheque.

Diário _ Eles ameaçaram muito a sua família?
Longara
_ Sim, diziam o tempo todo que estavam dispostos a "derrubar um", a "deixar um no chão". Foi um terror. Foi rápido, mas, na hora, pareceu uma eternidade. Eles repetiam que queriam o cofre, o cofre. Mas eu não tenho um cofre em casa.

Diário _ E quando eles desistiram do cofre?
Longara
_ Eles só foram embora quando acharam a minha bolsa com o dinheiro. Assim que eles apagaram a luz, eu forcei os lençóis, empurrei a porta e nos soltei. Eles tinham levado nossos telefones, então, tive dificuldades para chamar a polícia.

Diário _ Vocês tinham mais dois carros na garagem, além de outros objetos de valor, por que acredita que eles não levaram mais nada?
Longara
_ Há duas quadras da minha casa, estava ocorrendo um evento. Na cidade, todo mundo me conhece, todos conhecem o meu carro e o da minha esposa. Acho que eles já tinham esse plano de agir rápido assim que eu chegasse em casa.

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