Delegado de São Gabriel se manifesta sobre a morte da menina Isabelly e diz que há evidência de crime de maus-tratos

O delegado Daniel Severo, responsável pela investigação da morte de Isabelly Carvalho Brezzolin, de 11 anos, em São Gabriel, divulgou nota oficial nesta terça-feira (13) esclarecendo os motivos que levaram à prisão em flagrante dos pais da criança. A menina morreu na última quinta-feira (8), no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm). A polícia investiga se Isabelly sofreu abuso sexual e maus-tratos.


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Segundo o delegado, a prisão foi realizada com base nos elementos colhidos no momento em que a Polícia Civil tomou conhecimento dos fatos. Isabelly foi levada ao hospital na manhã de quarta-feira (7) pela mãe. "Três conselheiras tutelares estiveram no Hospital Santa Casa de São Gabriel, a pedido de funcionários da instituição, diante de suspeitas de lesões graves na criança, inclusive genitais, além de possíveis fraturas", informou Severo. 


A Brigada Militar foi acionada e, ao constatar a gravidade da situação, solicitou o apoio da Polícia Civil. Conforme o delegado, Isabelly já estava intubada e com dreno no tórax quando os policiais chegaram. Documentos médicos e depoimentos apontavam que a menina chegou em estado de choque ao hospital.


Conforme a nota de Severo, a mãe da vítima relatou à polícia ter flagrado seu companheiro realizando carícias indevidas na filha, o que teria provocado uma discussão entre o casal. Com base nesses relatos e na documentação médica disponível na ocasião, foi lavrado o Auto de Prisão em Flagrante (APF) pelos crimes de "maus-tratos com resultado grave e estupro de vulnerável".


O delegado também questionou o vazamento do laudo pericial à imprensa antes que o documento chegasse oficialmente à Polícia Civil. Ele afirmou que, independentemente do laudo, "há materialidade evidente do crime de maus-tratos, agora qualificado pela morte, uma vez que a vítima teve atendimento médico negligenciado pelos responsáveis".


Sobre o crime de estupro, Severo ressaltou que o ato não se limita à penetração, mas a qualquer conduta de cunho libidinoso. Segundo ele, os "indícios existentes até o momento da prisão e ao longo da investigação reforçam essa hipótese".


"A Polícia Civil atua com responsabilidade como garantidora das liberdades e garantias constitucionais. No entanto, diante de elementos que apontem para a culpa, deve agir para evitar a impunidade e assegurar a investigação criminal", afirmou o delegado na nota.


Laudo aponta pneumonia como causa da morte

Na segunda-feira (12), a reportagem do Bei teve acesso, com exclusividade, ao laudo da necropsia do corpo de Isabelly, que aponta sepse (infecção generalizada) decorrente de complicações de uma pneumonia como causa da morte. O documento, elaborado pelo médico-legista, afirma que não há sinais de trauma por violência física ou sexual.


Na conclusão do laudo, o perito afirma que "a morte ocorreu por complicações sépticas de pneumonia, sem nenhum sinal de trauma por violência sofrida e nenhum sinal de violência sexual".


Ao Diário, a direção técnica da Santa Casa de São Gabriel informou, na segunda-feira (12), que nenhum dos exames realizados no momento da entrada de Isabelly no hospital apontou fraturas de costelas ou indícios de violência sexual na vítima.


A investigação
Inicialmente, foi noticiado pela Polícia Civil de São Gabriel que a menina teria sido vítima de agressões e abuso sexual. Os principais suspeitos seriam os pais, Elisa de Oliveira Carvalho, 36 anos, e José Lindomar Nunes Brezzolin, 55. Eles foram presos após a filha dar entrada no hospital com sinais que indicariam violência, como costelas fraturadas, pulmão perfurado, hematomas pelo corpo e lesões nos órgãos genitais. Aos policiais, o casal alegou que a filha havia caído da cama e negou o crime.


A defesa de Elisa nega o crime. Já José Lindomar é atendido pela Defensoria Pública, que ainda não retornou os contatos da reportagem para comentar o caso.


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