
Foto: Beto Albert (Arquivo/Diário)
O padrasto da criança de 1 ano e 15 dias que morreu após se afogar em uma banheira foi solto pela Justiça. A informação foi confirmada pela delegada Luisa Souza, titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), responsável pela investigação. Segundo a defesa do jovem, identificado como Kauan Jorge de Oliveira, 27 anos, a morte do enteado se trata de uma "fatalidade".
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O suspeito havia sido preso em flagrante no dia 5. Ele deixou o presídio no dia seguinte.
Em relação à mãe da criança, a delegada informa que, por ela não estar na residência no momento do fato, não está sendo investigada.
Ainda conforme a delegada, no dia do crime, o padrasto relatou em depoimento que “esqueceu da criança” na banheira enquanto conversava com um amigo sobre futebol.
– Durante o depoimento, o padrasto acabou confessando que teria deixado a criança na banheira por cerca de 20 a 30 minutos, sem sequer ir olhar ou fiscalizar. Ele relatou que se distraiu durante uma conversa com um amigo sobre futebol, esquecendo da criança na banheira. Vale lembrar que o menino havia feito 1 ano há pouco tempo e era completamente dependente de qualquer ato – afirma a delegada.
O caso foi registrado na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) e segue em investigação pela Polícia Civil.
O que diz a defesa
Os advogados Ariel Cardoso e Bruno Paim informaram à reportagem do Bei que, em 11 de junho, assumiram a defesa de Kauan Jorge de Oliveira. Eles se manifestaram por meio de nota, informando que o jovem está "devastado emocionalmente, pois nutria amor e carinho pela criança". Segundo os advogados, "em nenhum momento o padrasto teve qualquer intenção de causar mal à criança". O fato teria sido uma fatalidade.
Confira a nota dos advogados:
“Trata-se de um caso extremamente triste, que, apesar de causar grande comoção midiática, não supera a dor que o investigado vem enfrentando. Ele encontra-se hoje devastado emocionalmente, pois nutria extremo amor e carinho pela criança. Tanto é que, na condição de padrasto, desempenhava todos os cuidados em relação a ela.
O caso é triste, mas Kauan em nenhum momento teve qualquer intenção de causar mal à criança, conforme consta nos autos.
Por fim, a defesa confia que, ao longo da investigação, será possível demonstrar que o ocorrido foi uma fatalidade, e que Kauan, hoje devastado, não agiu com frieza ou desumanidade em relação ao menor.
A defesa reforça seu compromisso com a verdade dos fatos e com o devido processo legal, deixando claro que os pré-julgamentos derivados do clamor popular apenas tornam ainda mais doloroso um cenário já triste para todas as partes — principalmente para o investigado, que hoje convive com a dor da perda de um filho.”
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