Colecionadores de armas e caçadores esportivos de Santa Maria são investigados por colaborar com facções criminosas

Colecionadores de armas e caçadores esportivos de Santa Maria são investigados por colaborar com facções criminosas

Foto: Ministério Público

Foi desencadeada na manhã desta terça-feira (17), em Santa Maria, além de 33 cidades gaúchas e uma catarinense, a Operação Desarme, que visa combater fraudes na concessão e manutenção de registros de Colecionadores, Atiradores e Caçadores (CACs), utilizados por criminosos para adquirir armas de forma irregular. A ação foi realizada pelo Grupo de Ações Especiais de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio Grande do Sul (Gaeco/MPRS), Ministério Público Militar da União (MPM), Exército Brasileiro (EB), Brigada Militar e Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe).


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Pelo menos metade dos 82 mandados foram cumpridos em Santa Maria, evidenciando a relevância estratégica do município na operação. Embora o MP não tenha divulgado detalhes, a reportagem do Bei apurou que entre os investigados está um professor universitário de Santa Maria, condenado por estelionato. O suspeito possui cerca de 40 armas registradas como CAC, e a investigação busca determinar se ele repassava armamentos para criminosos. O que chamou a atenção do MPM foi a quantidade de armas em nome do professor, que, devido à condenação, não teria direito a registro de caçador esportivo.


O promotor de Justiça João Afonso Beltrame, coordenador do 8º Núcleo Regional Gaeco – Central, destacou que as ações tiveram início após o MPM identificar crimes fora de sua competência e repassar as informações ao Gaeco. Beltrame reforçou que a operação apontou o fornecimento de armas e munições para facções criminosas, aumentando o poderio bélico dessas organizações.


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Um balanço parcial divulgado registrou a prisão em flagrante de um suspeito por porte ilegal de armas, além da apreensão de mais de 60 armas, 90 munições, um drone e diversos documentos. Durante a ação, foram cumpridos 82 mandados de busca e apreensão, inclusive em quatro presídios, com o apoio de cães farejadores para a localização de celulares.


O promotor André Dal Molin, coordenador do Gaeco, afirmou que a operação reforça o compromisso no combate ao comércio ilegal de armas no Estado. Segundo ele, a parceria entre o Gaeco e o MPM foi fundamental para retirar de circulação armamentos utilizados por criminosos.


– Estamos atentos à obtenção e ao repasse de armas que fortalece o poderio bélico das facções no Estado – destacou ele.


A operação mobilizou mais de 360 agentes e contou com a participação de promotores de Justiça do MPM e o apoio do Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados (SFPC) do Exército. De acordo com o chefe do SFPC, coronel Nei Altieri, o material apreendido será armazenado em unidades do Exército à disposição do Ministério Público. Ele explicou que, ao detectar irregularidades, os registros fraudulentos são cancelados, impedindo que as permissões sejam utilizadas para novos crimes.


As investigações identificaram nove CACs com fortes indícios de ligação com facções criminosas e outros 32 CACs envolvidos em crimes de fraude perante o Exército e demais irregularidades. Foram detectadas 141 armas irregulares, que tiveram apreensão determinada durante as ações desta terça-feira (17).


Cidades onde ocorreram as ações

No Rio Grande do Sul

  • Porto Alegre
  • Santa Maria
  • Júlio de Castilhos 
  • Jaguari 
  • Canguçu
  • Pinheiro Machado
  • Rosário do Sul
  • Três de Maio
  • Santa Rosa
  • Santo Antônio das Missões
  • Não-Me-Toque
  • Giruá
  • São Luiz Gonzaga
  • Sananduva
  • Passo Fundo
  • Bento Gonçalves
  • Antônio Prado
  • Caxias do Sul
  • Vacaria
  • Gravataí
  • Canoas
  • Viamão
  • Cachoeira do Sul
  • Osório
  • Xangri-lá
  • Arroio do Sal
  • Capão da Canoa
  • Sapiranga
  • Charqueadas
  • Igrejinha
  • São Leopoldo
  • Santo Antônio da Patrulha
  • Sapucaia do Sul
  • Campo Bom

 Em Santa Catarina, a operação ocorreu em Bombinhas.

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