Foto: Mauricio Barbosa (Arquivo/Diário)
Na madrugada de 24 de abril de 2023, Felipe Rita, na época com 38 anos, foi morto a facadas pelo namorado de sua ex-companheira, Elson Dias Gonçalves. O fato ocorreu no Bairro São João, em Santa Maria. Ariane Sangoi, ex-mulher da vítima, que era testemunha no processo, agora figura como ré.
+ Receba as principais notícias de Santa Maria e região no seu WhatsApp
Na época, Gonçalves alegou legítima defesa e afirmou que Rita havia invadido a casa de Ariane e teria ameaçado os dois. O réu responde por homicídio triplamente qualificado (emprego de meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima e motivo torpe).
Já Ariane foi acusada pelo Ministério Público (MP), ainda em 2023, por omissão de socorro e favorecimento pessoal. A denúncia não foi aceita pela Justiça na época, e o MP recorreu ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS), onde o recurso foi aceito.
– O Elson já era réu no processo desde sempre. Agora, a Ariane também figura no polo passivo da ação penal como ré. Antes, ela era uma das testemunhas. Com isso, a instrução criminal foi reaberta – diz o advogado Cristiano Pretto, que atua na defesa dos dois réus.
Ambos respondem em liberdade. A próxima audiência do caso tem data marcada: dia 3 de abril, pela manhã, no Fórum de Santa Maria, de forma presencial.
– Devem ser ouvidas as testemunhas de acusação e defesa. Os réus são os últimos a falar – explica Bruno Seligmann de Menezes, que atua na defesa da família da vítima.
Expectativa das defesas
Cristiano Pretto, advogado de defesa de Ariane e Elson:
"A Ariane, em nenhum momento, se omitiu de prestar socorro. Foram juntadas provas no processo. Sobre o Elson, mantemos a mesma linha".
Bruno Seligmann de Menezes, advogado de defesa da família de Felipe Rita:
"Nós entendemos que a inclusão da Ariane como ré é uma medida mais do que necessária. Lutamos muito para que acontecesse. Ela foi peça chave na ocorrência e deve ser responsabilizada por isso."
Relembre o caso
O crime aconteceu pouco depois das 2h do dia 24 de abril de 2023 na Rua Anaurelina Coden Portela, no Bairro São João, na região oeste de Santa Maria. Na época, foi registrado como o 26º homicídio do ano na cidade.
A ex- companheira da vítima morava na residência onde Felipe Rita foi morto. Eles estariam separados há pelo menos dois meses, mas o ex-companheiro teria ido até a casa e, quando chegou no local, Ariane estava acompanhada de Elson, seu atual namorado.
Rita e Ariane teriam discutido, quando Elson teria se envolvido na discussão e entrado em luta corporal com Rita no pátio da casa. A vítima foi golpeado com cerca de oito facadas. De acordo com câmeras de monitoramento do local, Ariane assistiu à cena, mas não interferiu para impedir as agressões contra o ex-companheiro.
Em entrevista do Diário na época, Ariane Sangoi disse que a morte de Rita foi uma “fatalidade”, e que Elson teria agido em legítima defesa. Ela informou que o ex-companheiro havia invadido a sua casa, durante a madrugada, e que teria ameaçado a ela e o namorado de morte. Leia a matéria aqui.
Em uma entrevista exclusiva ao Bei, também na época, William Moraes, irmão de Rita, disse que o maior desejo da família da vítima é que a verdade seja esclarecida. Leia a matéria neste link.
Leia mais:
- Caso Felipe Rita: MP denuncia ex-companheira da vítima pelos crimes de omissão de socorro e favorecimento pessoal
- Caso Felipe Rita: um ano após crime, acusação aguarda análise de recurso no Tribunal de Justiça contra a ex-mulher da vítima
- Caso Felipe Rita: testemunhas de acusação são ouvidas em audiência no Fórum; família da vítima faz ato por justiça
