Foto: Beto Albert (Diário)
Com o início da Operação Fafnir da Polícia Federal (PF), nesta quarta-feira (19), a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) se posicionou sobre o caso envolvendo uma de suas fundações. Trata-se de possíveis manipulações contábeis e transferências irregulares de recursos realizadas por uma funcionária da Fundação de Apoio à Tecnologia e Ciência (Fatec), entre 2019 e agosto de 2024. Nesse período, o prejuízo foi estimado em mais de R$ 4,7 milhões.
Sobre o caso, veja abaixo a nota de posicionamento da instituição. Nela, consta que, após recurso interno, a funcionária da Fatec foi demitida.
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Nota da UFSM na íntegra
"A FATEC, Fundação de Apoio à Tecnologia e Ciência, identificou, por meio de seus controles internos, um desvio de recursos e comunicou imediatamente a UFSM, o Ministério Público e a Polícia Federal. Na época, a fundação instaurou sindicância relacionada à funcionária supostamente envolvida. Com a conclusão dos trabalhos internos, houve demissão da envolvida. A UFSM conta, atualmente, com cinco fundações aprovadas em Conselho Universitário para fazer a gestão de seus projetos, dentre elas, a FATEC. A UFSM possui personalidade jurídica diferente da FATEC e, apesar disso, acompanha o caso para proteger projetos, pesquisadores e supervisores financeiros impactados, direta e indiretamente, pela conduta da funcionária demitida."
Posicionamento da Fatec
A reportagem conversou com o assessor jurídico da Fatec, Victor Hugo Vianna. Ele reforça que, por ser uma investigação em curso, e em sigilo, muitos detalhes não podem ser apresentados. Segundo ele, o cuidado é para que não atrapalhe ou prejudique o trabalho da Polícia Federal.
O caso
A principal investigada da operação da Polícia Federal é uma funcionária de 55 anos da Fatec, apontada como participante em um esquema de desvio de fundos. Seu marido e os dois filhos do casal também estão sob investigação.
O esquema criminoso consistia na apropriação indevida de verbas públicas, pagamento de despesas pessoais com o dinheiro da fundação e a utilização de empresas e contas bancárias de terceiros para ocultar o patrimônio adquirido de forma ilícita.
Em julho de 2024, uma discrepância de R$ 20 mil foi detectada nas contas da fundação. Quando confrontada, a funcionária começou a fazer transferências para compensar o déficit, o que alertou a auditoria da UFSM.
Outros
O delegado responsável pela operação, Anderson de Lima, foi contatado pela nossa reportagem. Até às 16h desta quarta-feira (19), ele não havia retornado as solicitações. A reportagem também contatou o departamento de Fundações do Ministério Público, que fiscaliza as fundações do Estado. Conforme profissional que trabalha no setor, eles fazem acompanhamento administrativo. Ainda reforçou que, no setor, não há nada que cite irregularidades administrativas relacionadas a Operação Fafnir, na Fatec.
Leia mais:
- Polícia Federal realiza operação para investigar desvio de R$ 4,7 milhões em recursos públicos na Fatec
- Fundação de apoio vinculada à UFSM investiga suposto desvio de dinheiro cometido por servidora
Investigação anterior
Nos 45 anos de existência, não é a primeira vez que há uma investigação em curso na Fatec. Ela já teve a história marcada por um momento delicado pela Rodin, desencadeada pela Polícia Federal (PF) e Ministério Público Federal (MPF) em novembro de 2007. O caso envolveu um desvio de R$ 44 milhões do Detran gaúcho.
Até então, a investigação não aponta relação entre a Rodin e o novo caso.
*Constam informações da assessoria da UFSM
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