"No dia do crime, Thiago Felber usou meios de dissimulação, como o uso do celular, para iludir a criança", afirma delegado sobre indiciamento do pai do menino Théo em São Gabriel

Maria Júlia Corrêa e Rafael Menezes

Foto: Thais Immig (Diário)

Depois da Polícia Civil concluir o inquérito policial que indiciou Thiago Ricardo Felber, 40 anos, pelos crimes de tentativa e homicídio qualificado contra seu filho, Théo Felber, de 5 anos, o delegado Daniel Severo, titular da DP de São Gabriel, concedeu entrevista ao programa Fim de Tarde CDN (93.5 FM), na tarde desta terça-feira (22), e falou mais sobre a conclusão do caso.


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Segundo o delegado, o documento foi concluído e remetido à Justiça na manhã desta terça. Agora, a Polícia Civil fica à disposição para atender quaisquer solicitações, caso necessário, por parte do Ministério Público (MP). Há um prazo, a partir de agora, para o MP realizar a denúncia contra o acusado, e o Judiciário para tramitar esse pedido.


Confira por quais crimes Tiago Felber foi indiciado:

1. Tentativa de homicídio qualificado: por tentar matar o filho por esganadura, motivado por ciúmes e desejo de vingança contra a ex-companheira.

2. Homicídio qualificado: por matar o filho ao jogá-lo de uma ponte, utilizando de meios cruéis e dissimulados para cometer o crime.


Sobre a qualificação dos crimes, o delegado explica as qualificadoras: motivo fútil se deve a ciúmes e vingança da ex-companheira. O comportamento do acusado teria se agravado quando soube, dias antes, que a mãe do menino, Abigail Luisa Ferreira Felber, 30 anos, estava namorando. Mediante asfixia foi o que ocorreu no dia anterior, quando o menino foi esganado, enquanto meio cruel foi a qualificadora para quando ele atira o menino da ponte para que a vítima morresse afogada.


– No dia anterior, caía uma grande tormenta na cidade e ele aproveitou esse barulho para abafar eventuais gritos de resistência do filho. Já no dia do crime, ele usou meios de dissimulação, adulou o filho com o celular e levou para tomar refrigerante, para iludir a criança e levá-la para a morte - informa o delegado.


Possível perfil do acusado

Severo diz que traçar um perfil do agressor de violência doméstica é variado. No caso de Felber, o acusado não tinha registros anteriores.


– Tem gente que  tem ficha policial extensa, inclusive com outros crimes, enquanto outros que não possuem qualquer registro. Tiago se encontrava no segundo perfil, esse era ele. Ele tinha somente uma ocorrência que foi registrada como dano, sem relação com violência doméstica contra a ex-companheira nem contra o filho. Mesmo assim, de acordo com relatos de pessoas que conviviam com ele, o acusado era uma pessoa de temperamento difícil, mais estourado, além de ser ciumento – finaliza.


Confira a entrevista completa:


O que revelou o laudo pericial

A reportagem do Bei teve acesso exclusivo ao laudo do Instituto-Geral de Perícias (IGP), que apontou a causa da morte do menino Théo. O documento técnico confirma que a criança morreu em decorrência de traumatismo crânio-encefálico provocado por instrumento contundente, compatível com uma queda de altura.


O laudo também apontou a presença de paracetamol no organismo da criança, em uma dosagem compatível com uso terapêutico, sem relação direta com o óbito. Segundo os peritos, não foram encontrados vestígios de álcool ou outras substâncias ilícitas, descartando qualquer tipo de sedação ou intoxicação anterior ao crime. Além disso, os exames confirmaram sinais de esganadura.


Relembre o caso

Na noite de 24 de março de 2025, Tiago Felber tentou esganar o filho em um quarto de casa, mas desistiu após a criança resistir. No dia seguinte, levou Théo para um passeio de bicicleta, durante o qual ofereceu refrigerante e permitiu que o menino usasse seu celular para distraí-lo. Aproveitando-se da confiança do filho, Felber o jogou de uma ponte, resultando na morte da criança. 


Em depoimento, o pai afirmou que o assassinato foi motivado por vingança contra a ex-companheira, mãe de Théo. Felber revelou que seu “plano A” era matar a ex-mulher e seu namorado, mas, ao não conseguir, optou por matar o filho como “plano B”.


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