"Foi possível vincular as quatro apreensões ao investigado central do caso", detalha delegado da PF sobre esquema de bebidas contrabandeadas em Santa Maria

Em meio à Operação Ânfora, deflagrada nesta quarta-feira (11), a Polícia Federal (PF) visitou oito pontos em Santa Maria. Em quatro deles foram encontradas bebidas importadas em grande escala. Conforme o responsável pelas investigações, o delegado federal Anderson Lima, até o momento nenhum dos investigados em integrar o esquema milionário de descaminho de bebidas importadas do Uruguai e da Argentina foi preso. Medidas cautelares determinadas pela Justiça Federal foram tomadas, como o sequestro de imóveis, a apreensão de veículos e o bloqueio de valores em contas bancárias, o que totaliza um valor de até R$ 2 milhões.

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O foco dos mandados foi a Região Central do Rio Grande do Sul. Em Santa Maria foram oito e Uruguaiana um. Foram apreendidas mais de mil garrafas de bebidas importadas, com fortes indícios de entrada clandestina no país.

Investigação corre por 2 anos 

Com início em 2022, as investigações começaram após denúncias sobre a comercialização em larga escala de bebidas estrangeiras em Santa Maria

– A operação iniciou em 2022 a partir de informes de que uma determinada pessoa mantinha uma comercialização de vinho em grandes escala aqui na região central de Estado. A partir de afastamento do sigilo bancário e monitoramentos telemáticos (dados de uso do telefone), conseguimos comprovar materialidade. Os mandados confirmaram a materialidade com apreensão de mercadorias em quatro endereços. Todos, vinculados ao mesmo investigado – pontua o delegado. 

Histórico 

Segundo a PF, o esquema estava ativo desde 2021 e envolvia sofisticados mecanismos de ocultação de recursos. Apurações revelaram que os investigados utilizavam contas bancárias de uma agência lotérica em Santa Maria para movimentar valores ilícitos.

 As apreensões visam reforçar as provas contra o grupo e assegurar o ressarcimento dos recursos, minimizando os prejuízos causados pelo esquema.

Os investigados 

Ainda nesta quarta-feira (11), prisões em flagrante não estão descartadas. Isso depende do retorno e avaliação de todas as equipes nos seus respectivos endereços de apreensão. Neste caso, não foram determinadas prisões preventivas. 

Ainda assim, a Justiça Federal em Santa Maria determinou diversas medidas cautelares, como o sequestro de imóveis, a apreensão de veículos e o bloqueio de valores em contas bancárias, totalizando até R$ 2 milhões. Os investigados também foram submetidos a restrições, como proibição de sair do país, suspensão do direito de dirigir, monitoramento eletrônico e restrições de contato entre si.

Os envolvidos poderão responder por descaminho, associação criminosa e lavagem de capitais, com penas que podem chegar a 17 anos de prisão.

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Chegada ao Brasil 

A escolha das cidades foi estratégica, já que Uruguaiana era uma rota de entrada das bebidas, indica Lima. 

– Esse alvo (da investigação em Uruguaiana) faz parte da associação criminosa, inclusive teve mercadorias apreendidos durante a investigação, e era também um ponto de depósito. Embora, na busca desta quarta não foi encontrada a mercadorias, é um dos alvos e também passa por diversas medidas de restrição – complementa o delegado. 

Mandados e medidas judiciais

• Santa Maria – oito mandados de busca e apreensão, 18 medidas cautelares diversas de prisão, dois imóveis sequestrados e dois veículos apreendidos
• Uruguaiana – um mandado de busca e apreensão e três medidas cautelares