Foto: Divulgação
Pela primeira vez em 20 anos de Brigada, a soldado Aline Perazzollo usou a famosa manobra de Heimlich, salvando a vida da pequena Betina, de apenas 19 dias
O que era para ser mais uma noite de plantão se transformou em um dos dias mais marcantes na carreira da policial militar Aline Urach Perazzollo, 44 anos. Na noite de domingo (3), ela foi a responsável por salvar a vida da bebê Betina, de apenas 19 dias, por meio da manobra de Heimlich, em Santiago.
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A soldado cumpria sua jornada no Centro Integrado de Operações (Ciop), do 5º Regimento de Polícia Montada (5º RPMon), quando passou a ouvir gritos de um colega. Ao sair para ver o que estava acontecendo, deparou com a bebê roxa, olhos virados e o corpo mole, trazida pela avó, que pedia ajuda. A menina teria se afogado com leite materno. Foi nesse momento, que a PM precisou praticar a técnica de primeiros socorros pela primeira vez:
– Tenho um filho de 16 anos e nunca precisei usar a manobra. Sempre vi vídeos para saber fazer. Me ajoelhei, coloquei ela na minha perna e iniciei o procedimento. Foi tudo muito rápido.
Logo nos primeiro movimentos, Betina começou a reagir, vomitando leite e mexendo seus pequenos braços e pernas. Uma colega chamou a viatura e a bebê foi levada ao Grupo Hospitalar Santiago.
– Durante todo o caminho, segui fazendo a manobra. Quanto mais fazia, mais ela vomitava. Chegou um momento em que ela chegou a tentar morder meu dedo, pois precisava colocá-lo na garganta dela, para forçar o vômito – conta.
Mesmo com toda a reação positiva, faltava o choro do bebê, que seria a confirmação de que a situação estava sob controle. Foi nesse instante que a policial fez um pedido especial:
– Eu pedi: bebê, chora, por favor! Eu sei que o momento do choro indica que está tudo bem, é a maior reação que ela podia dar. Foi aí que ela começou a chorar, muito alto, ela abriu um berro. Mesmo assim, entrei no hospital com ela no colo e corri até o médico.
Quando Aline encontrou com o profissional e explicou, aflita, o que estava acontecendo, o médico a tranquilizou. Ele analisou o bebê e viu que Betina estava salva.
– Foi uma emoção muito grande. Estava tomada pela adrenalina. Depois, entreguei ela para a avó e para a mãe, que também estavam muito nervosas. Nos abraçamos e choramos bastante. Logo depois, a bebê já mamou de novo, acredito que deveria estar faminta. As pessoas que estavam trabalhando lá foram muito legais também - relata.
A pessoa certa na hora certa. Aline conta que não iria trabalhar naquele dia, pois tinha uma celebração pessoal. Os planos mudaram, e o destino lhe colocou naquele plantão, para salvar Betina.
– Não consegui dormir ainda. Em momento algum eu pensei em desistir de salvá-la. Eu tive certeza que iria salvá-la. Estou há quase 20 anos na Brigada Militar e tenho certeza que essa foi a noite mais gratificamente da minha carreira. Nada é tão gratificante quanto o que aconteceu nesta noite. Não sei se vou passar por outro momento como esse – finaliza a policial.
Outro caso ocorreu Santiago no final de semana
Na noite do dia 25 de outubro, uma equipe do esquadrão, durante policiamento de rotina, foi parado pela condutora de um veículo onde uma criança de 1 ano estava desacordada, afogada e convulsionando.
De imediato os policiais iniciaram o atendimento realizando manobra de Heimlich que é a ação de desobstrução das vias aéreas e também massagem cardiorrespiratória até a chegada no hospital onde prosseguiu o atendimento médico.
*Com informações do 5º RPMon.
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