O pedreiro Miguel Souza Gonçalves, 56 anos, voltava para casa, em Santa Maria, depois de passar uma semana viajando a trabalho, quando vizinhos correram para avisá-lo que seu filho Adriano, 28, havia sido baleado após discutir com um agente da Susepe, morador do bairro São José.
Era por volta das 20h de sábado quando Gonçalvesl soube da notícia. Ao chegar no local do crime, cerca de oito quadras de distância da sua casa, ouviu dos moradores tudo que havia acontecido. O filho já havia sido levado para o Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), onde está internado em estado grave da UTI adulta.
Segundo o que os vizinhos contaram ao pai, Adriano estava passando na Travessa Rigão, a caminho de casa, quando viu que o suspeito ameaçava bater em crianças com um relho. O jovem o teria chamado de covarde, e a discussão começou.
Depois de dar duas coronhadas da cabeça do jovem, o suspeito teria disparado cinco tiros contra a vítima. Três deles acertaram Adriano - um na garganta, um no tórax e um em uma das pernas.
Por tamanha violência, o pai de Adriano questiona a alegação de legítima defesa relatada pelo suspeito à polícia.
_ Me admiro um delegado ter liberado ele, afirma Miguel inconformado.
Durante a luta pela sobrevivência de Adriano, a família se apoia para superar a dor e a indignação. A mãe da vítima e a namorada de Adriano, com quem ele tem um relacionamento há oito anos, não saem do hospital desde que ele foi levado para lá.
Ainda sem entender, Gonçalves se pergunta:
_ E se fosse com um filho dele (do agente)? Que motivo ele teve para atirar contra meu único filho?
Enquanto tenta reunir forças, o pai da vítima espera por justiça.
_ Que exemplo ele (agente) vai dar aos presos?
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