
Foto: TV Brasil (Reprodução)
Cerco ao atirador em Novo Hamburgo, que durou toda a madrugada desta quarta-feira, repercutiu na imprensa nacional
O homem que matou três pessoas e feriu outras nove em Novo Hamburgo, na manhã desta quarta-feira (23), tinha histórico de quatro internações por esquizofrenia. Mesmo com diagnóstico de doença mental, ele possuía registro de colecionador, atirador desportivo e caçador (CAC) e mantinha quatro armas – duas pistolas, uma espingarda e um rifle –, além de munição. O secretário da Segurança Pública, Sandro Caron, criticou a licença de CAC dada ao atirador, identificado como Edson Crippa, 45 anos.
– Qualquer um de nós sabe que no momento em que se der acesso a uma arma de fogo e a farta munição a uma pessoa com esquizofrenia, uma tragédia vai ocorrer. A pergunta não é se vai ocorrer, e sim quando vai ocorrer – disse o secretário em coletiva de imprensa, para falar sobre o caso.
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O chefe da Polícia Civil, delegado Fernando Sodré, diz que todas as armas eram legalizadas.
– É um cenário de guerra. Ele tinha farta munição, duas pistolas, uma calibre 9 milímetros e uma calibre .380, e mais duas carabinas, e efetuou disparos em cima dos policiais durante todo o tempo - informou Sodré.
Diante da tragédia, diversos órgãos que defendem o desarmamento da população aproveitaram a situação para trazer o tema à tona. O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se manifestou nesse sentido. Em postagem na rede social X, ele criticou a “distribuição indiscriminada de armamentos na sociedade”.
“O trágico episódio ocorreu após denúncias de maus-tratos contra um casal de idosos na casa do atirador, que possuía quatro armas registradas em seu nome. Isso não pode ser normalizado: a distribuição indiscriminada de armamentos na sociedade, com grande parte deles caindo nas mãos do crime, é inaceitável”, escreveu Lula, que se solidarizou com as famílias das vítimas. Confira:
Um atirador matou três pessoas e feriu outras nove em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul. O trágico episódio ocorreu após denúncias de maus-tratos contra um casal de idosos na casa do atirador, que possuía quatro armas registradas em seu nome. Isso não pode ser normalizado: a…
— Lula (@LulaOficial) October 23, 2024
O crime
Edson Crippa foi encontrado morto dentro da casa da família na manhã desta quarta-feira (23). Ele matou o pai, Eugênio Crippa, 74 anos, o irmão Everton Crippa, 49 anos, e o policial militar Everton Kirsch Júnior, 31. A mãe e a cunhada de Edson ficaram feridas. O atirador também feriu a tiros seis PMs e um guarda municipal.
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