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20 pessoas perderam suas vidas nas estradas e no perímetro urbano de Santa Maria em 2024; confira os números

20 pessoas perderam suas vidas nas estradas e no perímetro urbano de Santa Maria em 2024; confira os números

Foto: Beto Albert (Diário)

Trecho da BR-158, em Santa Maria



Acidentes de trânsito são uma das principais causas de morte no país. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil está no top 3 dos países em que mais pessoas perdem suas vidas por esse motivo, ficando atrás de Índia e China. Ao olhar para o cenário local, analisando as rodovias que cortam Santa Maria e as vias internas da cidade, os sinistros de trânsito resultaram em 20 mortes até o momento neste ano. 


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No mesmo período de 2023, foram 15 vítimas fatais. Ou seja, são cinco mortes a mais em 2024. Porém, ao olhar os números, os acidentes contabilizados nas rodovias diminuíram em relação a 2023: são 385 contra 410. 


Para entender o que esses números significam e quais medidas estão sendo tomadas, o Diário conversou com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), com o Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) e com a Secretaria de Mobilidade Urbana de Santa Maria.


Rodovias federais

As rodovias federais mencionadas nesta reportagem são a BR-287, BR-158 e BR-392, dentro do perímetro de Santa Maria. Somente em 2024, segundo dados repassados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), 10 pessoas perderam suas vidas nesses trechos.

Trecho da BR-287, em Santa MariaFoto: Beto Albert (Diário)


Foram 217 acidentes contabilizados até a primeira semana de novembro, sendo 45 considerados graves. No mesmo período de 2023, haviam sido registrados 259 acidentes, sendo 71 considerados graves, com nove mortes. 


Segundo o policial rodoviário federal Pettine, a redução de acidentes graves neste ano representa uma queda de 42% em relação ao mesmo período de 2023:


– Todos os números são importantes. Buscamos reduzir o máximo possível a quantidade de óbitos. Comparando com o mesmo período do ano passado, o único número que cresceu foi o de mortes. Os outros fatores tiveram redução. Um outro ponto a ser reforçado é que, em decorrência das enchentes, ficamos um tempo sem fluxo de veículos nas rodovias federais. Após o retorno, houve um pico de elevação nos acidentes, mas não sabemos explicar quais foram os reais motivos que levaram a isso.


Segundo Pettine, duas rodovias pedem por atenção especial: a BR-158, no trecho entre Júlio de Castilhos - Santa Maria, e a BR-392, a partir de Santa Maria em direção ao Porto de Rio Grande, no sul do Estado. Segundo ele, o trânsito é intenso e o fluxo de veículos pesados é considerado grande:


Trecho da BR-392, em Santa MariaFoto: Beto Albert (Diário)


– Na BR-158, temos a maior parte da Travessia Urbana. É nela e nos arredores que ocorrem a maioria dos acidentes. É onde temos focado mais, inclusive nas fiscalizações específicas. Aumentamos em 8%, na comparação com 2023, as operações de combate embriaguez no trânsito, em 37% as operações de combate à ultrapassagem e triplicou as fiscalizações com foco em motocicletas. 


Ainda conforme a PRF, as principais causas de acidentes nas rodovias federais do município são a falta de atenção, o uso de celular enquanto, o excesso de velocidade, ultrapassagem em locais proibidos e o uso de álcool. 


Rodovias estaduais

RSC-287, a Faixa Nova de Camobi


As rodovias estaduais mencionadas nesta reportagem são a RSC-287, popularmente conhecida como Faixa Nova de Camobi, a ERS-509, também chamada de Faixa Velha, além da ERS-516. De acordo com dados repassados pelo Batalhão Rodoviário da Brigada Militar (BRBM), ocorreram três mortes neste ano, sendo duas na ERS-509 e uma na ERS-516.


Desde 1º de janeiro até 31 de outubro deste ano, de 89 acidentes registrados na Faixa Nova, pelo menos 36 deles deixaram feridos, mas sem nenhuma morte. No mesmo período do ano passado, do 86 de acidentes, pelo menos 38 resultaram em lesões, mas novamente sem óbitos.


Já na Faixa Velha, também desde 1º de janeiro até 31 de outubro de 2024, dos 77 acidentes, 33 deles deixaram feridos e duas pessoas morreram. Já no mesmo período do ano passado, foram registrados 61 acidentes, sendo que 26 deles deixaram feridos, mas sem nenhuma morte. 


Já na ERS-516, neste ano, foram registrados dois sinistros com danos materiais e uma morte. No mesmo período de 2023, foram quatro acidentes contabilizados, com quatro feridos, mas sem nenhuma vítima fatal. 


ERS-516, que liga São Martinho da Serra a Santa Maria Foto: Beto Albert (Diário)


De acordo com o capitão Thiago Nunes, do Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM), o número de acidentes até o fim de outubro deste ano já superou o total de ocorrências registradas durante todo o ano de 2023:


– Temos cerca de dois meses ainda pela frente e os números do ano passado já foram atingidos, com 168 acidentes registrados até o fim de outubro. Estamos passando por um momento de agravamento do cenário de sinistros de trânsito na Região Central. Os números mostram isso. Os motivos que levaram a isso são multifatoriais, não é possível precisar de forma cirúrgica.


O capitão afirma que é possível perceber, nos últimos anos, o aumento no fluxo de veículos nas rodovias, no sentido Centro-Camobi, o que pode ser explicado, principalmente, pelo aumento da urbanização na zona leste do município, com a construção de empreendimentos comerciais e residenciais. Com isso, o movimento torna-se maior.


– Outro fator que nos preocupa é a infraestrutura da RSC-287. Já foi feito um contato prévio com a prefeitura municipal, Poder Executivo e também com o Daer, com o objetivo de melhorar este aspecto. É necessário investir em iluminação noturna nesta rodovia. São diversos fatores que podem contribuir para o aumento de sinistros neste trecho – reforça.


Sobre a ERS-509, o capitão afirma que a duplicação acabou com o acesso direto do bairro à rodovia, agora com alças de acesso, possibilitando que os motoristas saiam do bairro, entrem na alça de acesso para somente depois ter acesso à estrada. Segundo ele, apesar das duas mortes ocorridas neste ano, a infraestrutura contribui para que essa rodovia registre menos sinistros que a Faixa Nova.


– A nossa posição como Comando Rodoviário não é apenas a fiscalização de trânsito, mas também trabalhamos pela melhoria e manutenção da via, contatando os órgãos competentes para que melhorem a infraestrutura desses locais –afirma.
 

Como forma de prevenção, segundo o capitão Nunes, é ideal que motoristas e condutores respeitem o limite de velocidade, que é de 60 km/h, tanto na RSC-287 quanto na ERS-509. 


– É necessário manter essa consciência no trânsito. Porque, no momento que o motorista ultrapassa o limite de velocidade ao tentar fazer uma manobra ou até uma ultrapassagem, pode não conseguir parar a tempo e atropelar alguém, como é o caso de uma das mortes registradas na Faixa Velha neste ano, que foi por um atropelamento. O excesso de velocidade e o desrespeito à sinalização são as maiores causas de acidentes nas rodovias da Região Central.


Números nas rodovias em 2024

Rodovias
Acidentes
Mortes
Federais
217
10
Estaduais
168
3
Total
385
13

*Dados referentes a 1º de janeiro até 31 de outubro de 2024 repassados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e pelo Batalhão Rodoviário da Brigada Militar (BRBM).


Números nas rodovias em 2023

Rodovias
Acidentes
Mortes
Federais
259
9
Estaduais
151
0
Total
410
9

*Dados referentes a 1º de janeiro até 31 de outubro de 2023 repassados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e pelo Batalhão Rodoviário da Brigada Militar (BRBM).



Cenário no perímetro urbano de Santa Maria

Não é somente nas rodovias que cortam Santa Maria que os acidentes e as mortes decorrentes do trânsito tiveram um aumento em 2024. Dentro do município também. De acordo com dados repassados pela Secretaria de Mobilidade Urbana, sete pessoas já perderam a vida neste ano, contra seis em 2023. 


Em relação ao número de sinistros, em 2024 foram registrados 479 acidentes que resultaram em vítimas com lesões corporais dentro da cidade. Já durante todo o ano passado, esse número foi de 527. 


Segundo o secretário da pasta, Orion Ponsi, 2022 e 2023 contabilizaram cada um, seis mortes dentro do trânsito do município. 


– Dentro da curva de tendência dos sinistros de trânsito, temos uma redução de um pico que chegou a 21 mortes ao ano, para agora uma média de oito mortes por ano. São sete mortes até o momento aqui, é claro que não queríamos contar com isso, mas é um número bem inferior do que acusava a curva de tendência há alguns anos atrás.


Ainda conforme os dados repassados pela secretaria, esses 479 sinistros resultaram em 553 vítimas de lesão. Isso porque um sinistro pode deixar mais uma pessoa ferida. Além disso, foram sete sinistros com vítimas fatais, resultando em sete mortes.


– Sinistro abrange diversos tipos de ocorrências, de diversas naturezas, que podem ser colisões, atropelamentos, capotamento, choque, etc. As sete mortes registradas neste ano envolvem tanto casos de atropelamentos quanto colisões – explica.


O local que mais registrou sinistros com vítimas de lesões corporais neste ano foi a Rua Euclides da Cunha, que passa pelos Bairros Nossa Senhora das Dores e Itararé. Segundo Ponsi, foram 21 ocorrências neste trecho, enquanto em 2023 foram 18, mas sem nenhuma morte.


– A solução ali é da infraestrutura. Ali há registros de diversos sinistros, inclusive atropelamentos. Ela é uma via de ligação importante para a região leste da cidade, com captação de fluxo intra-bairro bastante significativa. O recente asfaltamento ali gera um aumento de velocidade, encurtando o espaço de ação e reação de quem trafega por ali. Estamos fazendo diversas análises ali para ver como é possível reduzir esse cenário. 


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