data-filename="retriever" style="width: 100%;">Fotos: Gabriel Haesbaert (Diário)
O primeiro final de semana de cemitérios públicos abertos para visitação durante a pandemia foi marcado pela surpresa. Ao chegarem Ecumênico Municipal, o maior da cidade, diversas famílias depararam com uma cena que, há anos, já é rotina. Contudo, desta vez, em especial, tornou-se o principal assunto dentro do cemitério: o vandalismo. Durante os sete meses em que esteve com as portas fechadas, túmulos e jazigos foram alvo de ladrões em busca de metais para revender no mercado paralelo. A dimensão do problema, no entanto, só foi conhecida neste final de semana, com a reabertura.
Túmulos inteiros sem nenhuma letra, com absolutamente todas as peças de metal furtadas, viraram rotina nas vielas do local. Os criminosos não pouparam nem mesmo o local onde está enterrado o menino Bernardo Boldrini (foto abaixo), morto em 2014. A placa de metal, com a foto e o nome do garoto, foi levada, assim como muitos outros itens em todo cemitério.
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A reportagem do Diário visitou o Ecumênico no sábado e no domingo. Em cerca de 1h em que permaneceu no local, nos dois dias, mais de 30 famílias procuraram a equipe para reclamar do vandalismo. A absoluta maioria estava indignada com a situação do túmulo de algum ente querido após sete meses sem visitações.
- Eu costumava vir ao cemitério várias vezes por ano, mas, por causa da pandemia, fiquei meses sem poder visitar. Agora, tomei um susto com o que vi. Muitos objetos foram levados daqui. Espero que tomem alguma providência - relata a aposentada Líria dos Santos, 72 anos.
A mesma indignação é compartilhada pelo desempregado Júlio Pfeifer, que foi ao local onde estão enterrados pai, mãe e avós.
- Levaram argolas e placas. Está tudo destruído. Mas isso eu já imaginava que poderia acontecer com todo esse tempo fechado - constata.
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MEDIDAS
Por meio de nota, no sábado, a prefeitura de Santa Maria afirmou que, durante o período em que os cemitérios permaneceram fechados, o Executivo seguiu tomando medidas para evitar o acesso de vândalos ao Cemitério Ecumênico. O que, segundo a prefeitura, é algo constante, mesmo antes da pandemia.
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Ainda de acordo com o Executivo, na parte dos fundos do Ecumênico, em área que dá acesso à Rua Samuel Kruschim, foi construído um muro a fim de evitar a entrada de estranhos no espaço. A iluminação e a vigilância também foram reforçadas, com a instalação de câmeras e guardas municipais fixos, nos três turnos, bem como a manutenção dos mais de cinco hectares por meio de corte de grama e de limpeza. A prefeitura também informou que foram feitos registros de ocorrências policiais, com prisões em flagrante de vândalos.
Questionada novamente pela reportagem sobre a situação, a prefeitura afirmou ontem que os episódios de vandalismo não são exclusividade deste período e, durante vários anos, têm acontecido ocorrências, mesmo existindo guarda no local. O fato, inclusive, de que, até o primeiro semestre deste ano ainda não existia muro de contenção na parte dos fundos do cemitério, facilitava muito a ação dos bandidos. O que aconteceu, segundo o Executivo, é que, com o fechamento do espaço no período da pandemia, as manutenções que eram periódicas, e as de colocações de objetos furtados, não foram possíveis. Assim, "olhando em um contexto geral, os túmulos não puderam ser reparados, como acontecia antes".
PREJUÍZOS
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A prefeitura orienta que as pessoas que identificarem avarias nos túmulos dos entes no Ecumênico, preencham um formulário e descrevam o dano identificado. Os casos serão avaliados e encaminhados aos setores responsáveis ou mesmo à polícia para que se possa dar andamento nos trâmites administrativos de apuração, inclusive para possibilidade legal de eventuais indenizações.
O documento deve ser entregue para algum servidor, no próprio Cemitério Ecumênico, ou na sede da Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos. O formulário também ficará disponível no site da prefeitura (santamaria.rs.gov.br).
Os cemitérios estarão abertos hoje para visitação, das 7h às 18h, sendo que o turno da manhã é destinado, preferencialmente, aos grupos de risco. A entrada nos locais deve obedecer os protocolos de segurança, tais como uso obrigatório de máscara e distanciamento mínimo de dois metros.