Foto: Bate-Papo Astronômico/Divulgação
Com menos de duas horas de diferença, dois meteoros de grande magnitude foram observados no céu da região central do Rio Grande do Sul, na madrugada desta segunda-feira (23). O fenômeno foi registrado pelo observatório do Bate-Papo Astronômico, que opera no Santa Maria Tecnoparque.
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Segundo Fabrício Colvero, diretor executivo do observatório, estes meteoros são considerados de grande magnitude em virtude de seu alto brilho. O fato de terem ido na mesma direção e a baixa diferença de tempo entre os dois também indica que eles provavelmente derivam de uma mesma chuva de meteoros.
– Quando esse objeto entra na atmosfera, a velocidade dele é muito alta, acima de 100 mil km/h. Essa velocidade é tão grande que ele comprime os gases da atmosfera. Pelas leis da termodinâmica, quando se comprime um gás, ele esquenta. É o que gera aquela luz muito forte, que é chamada de plasma – explica Colvero.
De acordo com o diretor do Bate-Papo Astronômico, o primeiro dos meteoros é do tipo explosivo, o que pode ser observado nas imagens. Porém, Colvero explica que mesmo pequenos meteoros, alguns com cerca de um centímetro de diâmetro, geram forte luminosidade, em virtude da sua velocidade.
Confira as imagens registradas pelo observatório
O que acontece com os meteoros na atmosfera?
Meteoros são fragmentos geralmente de rocha, gelo ou metal, provenientes de cometas ou asteroides. Segundo Colvero, normalmente, estes objetos se fragmentam quando entram na atmosfera. Vários fatores, como velocidade, ângulo e tipo de material, impedem ou contribuem para que um fragmento chegue ao solo.
– Quando ele é um objeto metálico, é mais fácil “sobreviver”. Todos esses fatores vão definir se ele será extinto completamente ou se algum fragmento reste. Os pequenos normalmente extinguem totalmente. Esses dois certamente não sobraram fragmentos. Eles chegam aqui na Terra como areia, como pó – explica Colvero.
Para que cheguem até o solo, os meteoros precisam ser de grande dimensão e que gerem grandes fragmentos: os meteoritos.
– Aí sim, quando esses materiais geram meteoritos, eles chegam ao solo. Podem até causar algum dano, atingir uma casa, uma pessoa. É raro, muito raro, mas pode acontecer – conta o diretor do projeto.