data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Fabiano Marques (Diário)
ATUALIZADA: matéria atualizada às 21h06min em 29 de janeiro de 2020
A violência contra pessoas transexuais tem assustado a comunidade nos últimos meses, com números que não param de se elevar. Só na Região Central do Estado, nos últimos cinco meses, cinco assassinatos de mulheres trans foram registrados. Nesta quarta-feira, Dia da Visibilidade Trans, a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) divulgou um relatório que aponta que em 2019, pelo menos 124 transgêneros - entre homens e mulheres transexuais, transmasculinos e travestis - foram mortos em todo o país em contextos de transfobia.
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Em Santa Maria, uma manifestação foi realizada na tarde desta quarta na Praça Saldanha Marinho. O principal objetivo foi chamar a atenção para a segurança pública e pedir por justiça nos crimes envolvendo violência de gênero.
- Foram cinco casos em que cinco trans, em lugares diferentes da cidade, tiveram as vidas tragicamente dizimadas. No caso mais recente, a Morgana foi morta brutalmente dentro da própria casa. Faltam políticas públicas e segurança. Se tivéssemos isso, não precisaríamos ter um dia específico para reivindicar nossos direitos, porque também somos cidadãos - comenta Luiza Barros, presidente do Bloco das Poderosas.
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PRECONCEITO EM PLENA MOBILIZAÇÃO
Segundo informações da Comissão de Diversidade Sexual e Gênero da OAB-SM, por volta das 17h45min, duas mulheres transexuais que participavam do evento notaram que estavam sendo fotografadas por uma mulher desconhecida, momento em que se dirigiram até ela para perguntar sobre o que se tratava, pois ela não fotografou o evento, mas sim apenas as duas.
Com ar de desprezo, a mulher teria se calado e saído em direção ao Calçadão, manifestando palavras de ódio e preconceito. Enquanto a mulher se afastava, proferia ameaças, dizendo que trabalhava para a polícia, que estava a serviço de um delegado, que não se metessem com ela, pois sabia que trabalhavam na noite, e onde seriam seus locais (ponto).
O local referido pela mulher é próximo onde as transexuais Verônica e Carol foram assassinadas.
Uma ocorrência policial foi registrada.
APLICATIVO PARA PEDIR SOCORRO
Após a manifestação, o 3º Encontro TransVisível: Nossos Corpos Vivem, Resistem e Lutam contra a Transfobia, realizado na sede do CPERS, debateu sobre os recentes crimes e medidas de segurança, com a participação da delegada Débora Dias, que está a frente da Delegacia de Proteção ao Idoso e Combate à Intolerância (Dpicoi), e a conselheira do Conselho LGBT RS Maria Luísa Gelatto.
No encontro, um aplicativo voltado a comunidade LGBTQI+ foi lançado na cidade: o TiaLu. Com ele, é possível adicionar dois contatos de amigos e familiares, que serão acionados ao clicar no "botão de socorro", mostrando também a localização da vítima que estiver em situação de violência ou perigo iminente. O app, desenvolvido na Paraíba, pode ser baixado gratuitamente tanto em celulares Android quanto IOS.
- A ideia é formar uma rede, é mais uma ferramenta de segurança. Queremos poder incluir também a Guarda Municipal no futuro - explica Marquita Quevedo, da ONG Igualdade, que trouxe o aplicativo para Santa Maria.