Golpistas estão se passando pelo assessor jurídico do Sindicato dos Professores Municipais de Santa Maria (Sinprosm) e enviando mensagens aos professores, via WhatsApp, sobre supostos valores a receber de um processo judicial. Porém, o Sinprosm alerta que se trata de uma tentativa de golpe.
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Em entrevista ao programa Fim de Tarde CDN, na Rádio CDN (93.5 FM) nesta quarta-feira (7), o advogado do sindicato, Giorgio Forgiarini, disse que essa é uma tentativa recorrente de golpe, que já teria ocorrido pelo menos em cinco ocasiões somente neste ano.
– Os golpistas entram em processos judiciais que estão disponíveis na internet, pegam dados pessoais dos envolvidos e passam a mandar mensagem sobre uma suposta liberação de valores. A partir de então, eles condicionam o recebimento desses valores somente após um depósito que deve ser feito pelo cidadão. Desavisado, o cidadão realiza essa transferência, porém se trata de um golpe. Vale lembrar que eles usam fotos do sindicato ou até minhas para dar um ar de credibilidade - contou.
Conforme o advogado, dezenas de professores teriam sido contatados e boletins de ocorrência foram registrados diretamente com a Polícia Civil. Um servidor, inclusive, chegou ao ponto de realizar esse depósito aos golpistas:
– Recebemos uma enxurrada de ligações para o nosso escritório, informando que foram contatados. Mas em função de alguns detalhes percebidos, houve uma desconfiança, e aí o golpe não vingou. Foram percebidos erros de ortografia nas mensagens enviadas, algumas discrepâncias nas informações. Por isso, a maioria percebe que se trata de uma tentativa de golpe.
Questionado sobre a possibilidade da vítima conseguir resgatar a quantia enviada, o advogado considera esse processo difícil, pois os números usados para a aplicação das fraudes são considerados "difíceis de serem rastreados".
Para realizar o boletim de ocorrência, a vítima pode recorrer à Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) de Santa Maria ou por meio da Delegacia de Polícia Online (clique aqui).
Orientações
Giorgio Forgiarini conta que essa situação tem ocorrido com uma "frequência cada vez maior" e por isso, é necessário redobrar o cuidado ao receber mensagens ou qualquer contato via WhatsApp:
– Se alguém entrar em contato e disser que há um valor a receber da justiça, porém é necessário fazer um depósito antes, isso é uma mentira. Não existe qualquer possibilidade de ser cobrado para receber quantias pela Justiça.
Outro ponto reforçado pelo advogado do Simprosm é ficar atento aos pequenos detalhes, como erros de ortografia ou até números de processos incorretos. Além disso, a orientação é que recorra ao número real do escritório e questione sobre esse assunto.
– De preferência, tente conversar pessoalmente com o seu advogado antes de fazer qualquer depósito ou passar informações – finaliza.
Fique alerta
- Confirme com seu advogado ou com a instituição citada na solicitação: sempre converse pessoalmente ou por videochamada com seu advogado ou a instituição vinculada para garantir a autenticidade da comunicação
- Desconfie de urgências: mensagens que criam senso de urgência são uma tática comum de golpistas
- Evite links desconhecidos: não clique em links de fontes desconhecidas ou forneça dados pessoais
- Verifique com o Tribunal de Justiça: se tiver dúvidas sobre a veracidade de uma mensagem, entre em contato diretamente com o Tribunal de Justiça do Estado ou consulte seu advogado
Professores da UFSM foram vítimas de golpe semelhante neste ano
Em março deste ano, Seção Sindical dos Docentes da UFSM (Sedufsm) alertou para um golpe semelhante, após professores da universidade terem sido vítimas de um golpe financeiro aplicado por criminosos que se passam por representantes do sindicato docente.
Utilizando o aplicativo WhatsApp, os golpistas informam falsamente aos docentes sobre supostos valores a serem recebidos referentes a vitórias em ações judiciais. Eles solicitam que as vítimas realizem transferências via Pix para cobrir despesas fictícias, como custas de tabelionato, prometendo a liberação dos valores após o pagamento.
A Sedufsm alertou que não realiza esse tipo de contato para solicitar depósitos ou transferências financeiras. A orientação é que, ao receber mensagens suspeitas, os docentes entrem em contato diretamente com a Sedufsm ou com a assessoria jurídica oficial para verificar a veracidade das informações.
Golpes semelhantes já foram registrados anteriormente na instituição. Em fevereiro de 2021, o Centro de Processamento de Dados (CPD) da UFSM emitiu um alerta sobre tentativas de phishing direcionadas a professores, nas quais e-mails falsos solicitavam a validação de dados pessoais.
Confira a entrevista na íntegra: