O governo gaúcho deve encaminhar, nos próximos dias, à Assembleia Legislativa um projeto de lei que prevê a separação do Corpo de Bombeiros da Brigada Militar. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, o texto está passando pelos últimos ajustes por parte da Casa Civil. Essa é uma antiga reinvindicação dos bombeiros gaúchos, que pedem a emancipação há cerca de 20 anos. A partir da separação, os bombeiros passariam a gerenciar seus próprios recursos.
Conforme o secretário estadual de segurança pública, Airton Michels, o projeto deve ser encaminhado em, no máximo, 30 dias. Porém, o prazo para a restruturação completa deve acontecer em até cinco anos.
Queremos fazer essa separação de forma paulatina para criar uma instituição que seja duradoura e que seja o mais eficiente possível para a sociedade gaúcha afirmou Michels à Rádio Gaúcha.
Para o Comandante dos Bombeiros em Santa Maria, tenente-coronel Luís Marcelo Gonçalves Maya, a separação vai representar maior autonomia.
Com a separação, tudo que for relacionado aos bombeiros deve andar mais rápido, por ter mais autonomia. A corporação vai poder planejar o próprio orçamento e saber quanto vai receber, para um planejamento a longo prazo explica Maya.
O problema na infraestrutura do Corpo de Bombeiros no Estado foi escancarado mais uma vez na última terça-feira, quando um incêndio de grandes proporções atingiu um prédio na zona norte de Porto Alegre. Apesar de as viaturas chegarem ao local poucos minutos após o chamado, foi preciso esperar uma hora até que uma segunda escada Magirus fosse levada ao local. A Capital conta com apenas uma escada mecânica em funcionamento, quando o ideal seriam pelo menos três.
E a carência enfrentada em todo o território gaúcho não se resume a escadas. Outra situação considerada crítica envolve a falta de viaturas e outros equipamentos, como os radiocomunicadores. Durante o atendimento, a corporação precisou da ajuda de caminhões-pipa terceirizados, que garantiram água para o atendimento. Sobre a cobrança e críticas referentes à falta de investimento, Michels diz que, nos últimos três anos, os investimentos somam R$ 30 milhões.