solidariedade

Programas são aliados no combate à fome e ao desperdício em Santa Maria

Thays Ceretta


Foto: Charles Guerra (Diário)/Voluntários do Banco de Alimentos de Santa Maria entregaram produtos ao Lar de Miriam

Solidariedade e gratidão são sentimentos que caminham juntos. E, para mudar a situação de pessoas que vivem em vulnerabilidade social, programas buscam levar melhor qualidade de vida a quem mais precisa. Na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social de Santa Maria, estão cadastradas pelo menos 20 instituições que trabalham com pessoas que necessitam de ajuda. Auxílio que, a partir de agora, virá de mais um projeto criado na cidade. É que Santa Maria passou a integrar a rede do Banco de Alimentos, Organização da Sociedade Civil de Interesse Público sem fins lucrativos, ligado ao Conselho de Responsabilidade Social e Cidadania (Cores) da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs).  

Formado por um grupo de empresas e instituições não governamentais, o Banco de Alimentos interage como um gerenciador de desperdícios administrando três operações: coleta, armazenamento e distribuição qualificada e gratuita de alimentos para instituições beneficentes. O primeiro criado no Brasil foi em Porto Alegre, no ano 2000. A rede de solidariedade difundiu-se em 22 localidades, representando 34 cidades do Rio Grande do Sul, além de Curitiba e Rio de Janeiro. Desde o início, já arrecadou cerca de 400 toneladas de alimentos.

O programa busca combater a desnutrição e a obesidade, gerando mais saúde, bem-estar, menor evasão e melhor assimilação na escola, diminuição da violência, maior inclusão social, mais respeito e cidadania, trabalhando para levar alimentos a quem precisa. Com a criação em Santa Maria, a expectativa é arrecadar cerca de 80 toneladas por mês na cidade, mas, para isso, é preciso unir forças e parceiros, colaboração que virá de muitos lados.

- O nosso trabalho depende da recepção da comunidade de Santa Maria. Até o momento, os custos estão sendo divididos entre os voluntários, o que é normal no começo, mas, ao mesmo tempo, um desafio. Para sanar as necessidades, seria importante que 50 mil pessoas doassem 2 quilos de alimentos. São 100 toneladas que vão ajudar, e muito - ressalta o presidente executivo do Banco de Alimentos de Santa Maria, Antonio Cesar Ferreira, que é militar e voluntário na ação.

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O grupo ainda está buscando empresas parceiras e fazendo o cadastro das entidades que serão beneficiadas junto à Secretaria de Desenvolvimento Social e a entidades que prestam serviço comunitário na cidade. A intenção é criar pontos de coleta pelo município, projeto que está sendo formatado, mas que já foi batizado: Santa Maria Sem Fome.

Conforme a vice-presidente executiva do Banco de Alimentos, Sandra Cardoso, o estatuto já está pronto e em fase de registro para obter o CNPJ. O local para armazenar os alimentos foi doado pela prefeitura e fica no Bairro Urlândia. Desde a criação, no último dia 30 de novembro, já foram arrecadadas 2,2 toneladas de alimentos.

- Hoje, não temos um número de entidades que poderão ser atendidas. O Banco pode atender qualquer entidade que esteja voltada para a promoção social de pessoas carentes. Tudo isso vai depender da adesão da sociedade, do empresariado e do poder público - salienta Sandra, que é enfermeira e voluntária do Banco de Alimentos de Santa Maria.

DOAÇÕES 

As primeiras doações já foram feitas. Uma delas, na sede da Associação dos Selecionadores de Materiais Recicláveis (Asmar), foi de 460 quilos de alimentos, e outra, da mesma quantidade, no Lar de Mirian e Mãe Celita. A coordenadora do lar, Suzi Sangoi, comemora e garante que essa ajuda vai beneficiar as 43 crianças e adolescentes de 0 a 18 anos que moram no local, além das outras 50 crianças que são atendidas no turno inverso ao da escola: 

- Todo esse auxílio vai nos tirar do sufoco. Tem épocas que a gente recebe mais doação de roupas e brinquedos, e ficamos preocupados com a alimentação das famílias carentes às quais a gente envia cestas básicas. As doações vão dar um alívio.

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Mesa Brasil do Sesc: outro aliado no combate à fome e ao desperdício

Divulgação Sesc/Na Associação Espírita Vinha de Luz, foi feita a oficina espetinhos de frutas

Outro programa que visa combater a fome e o desperdício de alimentos é o Mesa Brasil do Sesc, ligado ao Sistema Fecomércio RS. No Brasil, foi lançado em 2003 e, hoje, tem sede fixa em sete cidades. Uma delas é Santa Maria, onde o programa existe há 11 anos. Desde então, o Mesa Brasil beneficia entidades do município e também de Júlio de Castilhos, Santiago, São Sepé, Itaara, Alegrete, Tupanciretã, Uruguaiana, São Borja e Santana do Livramento.  

Nesse período, a sede de Santa Maria foi beneficiada com mais de 8,1 toneladas de alimentos, complementando cerca de 21,5 milhões de refeições de 33 milhões de pessoas. Isso foi possível graças ao apoio de 59 doadores que ajudam 102 entidades sociais.

O Mesa Brasil mantém uma logística própria, fazendo, diariamente, rotas de colheita urbana com veículo do Sesc. A iniciativa fortalece os atendimentos nas entidades sociais em ações educativas que estimulam o aproveitamento integral dos alimentos, reduzindo o desperdício por meio de oficinas e atividades lúdicas. Essas ações visam multiplicar a importância de diminuir as carências nutricionais de crianças, adultos e idosos por meio da alimentação saudável.

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A sede possui um caminhão que faz a coleta e a entrega para as entidades cadastradas. Segundo o gerente do Sesc de Santa Maria, Pedro Cézar Saccol Filho, com as ações educativas, o Mesa Brasil Sesc Santa Maria já capacitou mais de 16 mil pessoas ao longo desses 11 anos. A prefeitura também doou para o Mesa Brasil um depósito para armazenar os alimentos, mas a maioria deles é coletada e entregue no mesmo dia.

PARCERIA

Há nove anos, o programa Mesa Brasil do Sesc entrega as doações para o Centro Comunitário Infantil da Vila Carolina, beneficiando 106 pessoas.  

- A parceria com o Mesa Brasil Sesc começou em 2008. Sem a parceria do Sesc, eu não conseguiria manter a qualidade da alimentação que oferecemos, proporcionando alimentação adequada e com variedade - comenta a diretora do Centro Comunitário, Vânia Collares.

Para quem doa, poder ajudar é gratificante.

- Eu sou muito feliz em fazer parte do Programa Mesa Brasil, onde temos a certeza de que a mercadoria é encaminhada da melhor forma possível e tem o melhor aproveitamento dos alimentos por parte das entidades sociais - diz Allan Lumertz, diretor de uma distribuidora de bananas da cidade.

COMO AJUDAR 

Banco de alimentos 

  • E-mail: [email protected]
  • Telefones: (55) 3221-7871 ou (55) 99973-6434
  • Endereço: Rua Valdir Costa da Silva, 564, Bairro Urlândia

Mesa Brasil

  • E-mail: [email protected]
  • Telefone: (55) 3223-2288
  • Endereço: Avenida Itaimbé, 66, Centro

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