Os efeitos do segundo turno sobre a reorganização do governo municipal

Claudemir Pereira

Os efeitos do segundo turno sobre a reorganização do governo municipal

Há quem diga que Ewerton Falk não estaria muito interessado em retornar ao governo municipal, ele que, até se desincompatibilizar para virar candidato a deputado federal pelo PL, era secretário de Licenciamento e Desburocratização. Mas a coluna pode afirmar, via fonte próxima ao poder, que seu retorno seria interessante, e não necessariamente ao mesmo posto. A razão? “É agregador, além de competente”, deu conta a fonte.

Se Falk volta ou não é impossível afirmar. O certo, porém, é que o comportamento em relação a ele é exemplar para afirmar que, tanto quanto na direção da Câmara, como você leu aqui semana passada, também no Centro Administrativo a gestão não sofreu fissuras de natureza política, não obstante as diversas candidaturas defendidas no primeiro turno e a postura agora, no segundo, especialmente no que toca ao pleito estadual – onde as divergências são maiores.

Afinal, além do próprio ex-secretário Falk, é do PL, no qual inclusive é importante liderança, também o titular da pasta de Administração e Gestão de Pessoas, Marco Antonio Mascarenhas. Ambos e mais alguns militantes de Onyx Lorenzoni têm posto cativo na sede do executivo. Não houve, ao que se sabe, nenhum conflito político-administrativo com o mar de tucanos em torno da ilha dos ex-demistas e pesselistas.

No governo estão, enfim, o próprio prefeito Jorge Pozzobom e outros graúdos militantes juramentados da candidatura tucana de Eduardo Leite. O que inclui o Chefe de Gabinete Alexandre Lima, o Procurador Guilherme Cortez e o secretário de Desenvolvimento Social, João Chaves. O trio é da direção local do PSDB – e o último, inclusive, é o presidente.

Não se sabe, mas é possível – provável, há quem diga – que Pozzobom promova, nos primórdios de 2023, e conforme o resultado eleitoral deste outubro, uma reorganização na gestão municipal. Não mexeria nos cargos chaves, necessariamente, salvo se algum grandão se transfira para a órbita estadual. Mas poderia fazer até mesmo uma dança das cadeiras, pensando justamente no pleito municipal de 2024, o próximo desafio eleitoral.

Pesaria para isso a correlação de forças no parlamento. Onde, por sinal, leitistas e onyxistas igualmente não tiveram qualquer conflito, o que facilitaria o rearranjo. Apenas para relembrar e refletir, exceto a esquerda e o MDB, aliás dividido, e o PP, as forças estão bem nítidas, no campo governista: os vereadores Alexandre Vargas e Getúlio de Vargas, ambos do Republicanos, e Manoel Badke, do União Brasil (a caminho do PL), são Onyx. E os tucanos Admar Pozzobom, Givago Ribeiro e Juliano Soares, por óbvio, defendem Leite.

A partir deles, o cenário está aberto. E é bom prestar atenção aos próximos movimentos. Eles vão se refletir lá adiante, em 2024. Pode apostar.

Eles até são suplentes. Mas não serão titulares. Entenda por quê

Semana passada, a coluna publicou relação dos dois suplentes de deputados federais e estaduais de cada partido e/ou federação. Mas há um reparo necessário: nem todos poderão virar titulares, como a nota sugere.

Afinal, houve os que, embora tenham sido o primeiro e o segundo mais votados de sua grei, após os eleitos, não atingiram 10% do quociente eleitoral. Portanto, não poderão assumir. Aliás, isso será oficializado em meados de novembro, quando houver a diplomação dos eleitos, pela Justiça.

De todo modo, para que não fique dúvida, da lista dos suplentes a deputado federal, sete não alcançaram 19.839 votos (10% do quociente: 198.381) e estão fora. São os casos dos psolistas Jurandir Silva (16.933 votos) e Humberto Matos (8.236), dos petistas Reginete Bispo (19.728) e Anacleto Zanella (19.281), da novista Sâmila Monteiro (6.908), do liberal Rossano Gonçalves (17.275) e do pessebista Mario Bruck (15.280 votos).

Também não têm chance de virar titular, embora sejam primeiro e segundo colocados após o(s) eleito(s) de seu partido, três suplentes de deputado estadual. Nenhum obteve o mínimo de 11.176 votos (10% dos votos do quociente: 111.760 votos). São eles Gio Krug (11.631 votos), do PSD, e os petebistas Adriano Bressan (8.180) e Evandro Meirelles (6.963 votos).

Enfim, o que pensa o presidente do PDT

Semana passada, com base em mensagem do próprio, a coluna registrou o descontentamento do presidente do PDT, Marcelo Bisogno, com a decisão de seu partido de recomendar voto em Eduardo Leite (foto), sem exigir dele posição em relação à privatização da Corsan.

Embora o escriba não tenha dito que o dirigente deixaria de cumprir a decisão, aparentemente foi o entendimento, ao menos do próprio. Que, assim, fez novo contato. A seguir, as palavras dele.

“Sempre seguirei as decisões do partido ou suas lideranças. Foi assim que fiz em 2020, quando Romildo Bolzan na época estava articulando sua candidatura ao governo e pediu que nos posicionássemos a favor de Sérgio Cechin à prefeitura, pois existia articulação estadual com lideranças do PP. Agora seguirei a orientação partidária. Questionei há poucos dias duas bandeiras que eu sempre defendi desde a época de vereador: sou totalmente contra a venda da Corsan e Banrisul. Mas não estou em dúvida no segundo turno: tenho posição definida. Meu voto será crítico ao Eduardo Leite. E para presidente, meu voto é Lula”.

Então, tá.

Luneta

ONYX E MOURÃOSemana passada, o lado tucano e os emedebistas aliados, daqui e da região, fizeram a festa para Gabriel Souza, o candidato a vice-governador, na chapa liderada por Eduardo Leite. Nesta semana, o outro lado é que estará em Santa Maria. Além do pretendente ao Piratini, Onyx Lorenzoni, do PL, vem um reforço e tanto. No caso, o vice-presidente da República e senador eleito Hamilton Mourão, do Republicanos.ONYX E MOURÃO IINa reta final da campanha, liberais e seus partidários daqui e de comunas próximas apostam na mobilização regional a uma semana do pleito. Tanto que pretendem recepcionar Onyx (foto) com lotação completa de militantes, no almoço do Salão do Santuário Divino Espírito Santo, na antiga Igreja dos Amaral, em Camobi. Mesmo que ágape político-eleitoral, inclusive por imposição legal, seja por adesão.QUE COISA!Não devia espantar o veterano que escreve essas mal traçadas. Mas é incrível. O espaço cronológico entre a traição a um projeto político e a adesão a outro (não raro escolhendo a parceria errada) está caindo vertiginosamente. Não é mais entre uma eleição e outra, o que já é um estupor, mas de um turno para outro. Olhe ao redor, confira as fotos nas redes sociais, e perceberá. Que coisa!ALIANÇA?O colunista não ousa afirmar se encontros são oficiais, oficiosos ou apenas “trololó de rua”. Mas é fato que militantes das duas agremiações papeiam com vistas a 2024. No caso, PT e PDT, que ao menos nos últimos dois pleitos, mais que distantes, foram mesmo é adversários. Há quem diga que, agora, a aliança acontece. Mas só, como disse um pedetista ao colunista, se Valdeci Oliveira concorrer a prefeito.PARA FECHARA começar por Luiz Carlos Heinze, a maioria do PP, que não se classificou para o segundo turno gaúcho, se posicionou em favor de Onyx Lorenzoni, do PL. Mas uma parte importante foi para o lado de Eduardo Leite, do PSDB. Inclusive a família Covatti (Silvana e Júnior, mãe e filho, ambos reeleitos deputados). Mas, e em Santa Maria, como ficam os apoiadores da dupla? Vão junto ou ficam com o senador?

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