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OPINIÃO: O processo eleitoral

Eduardo Rolim

Com as tímidas reformas do processo eleitoral, feito a capricho para facilitar a reeleição do atual Congresso, só teremos algum progresso nas eleições de 2022. Então, teremos a possibilidade de elaborar listas partidárias onde poderemos incluir nomes respeitáveis e honestos, de acordo com a confiança que cada partido oferecer aos seus eleitores. Ainda teremos 50% dos votos em distritos eleitorais, correndo o risco de o poder econômico e midiático permitir a inclusão dos tradicionais corruptos. Caberá ao eleitor vigilante escoimar esses traidores da nação.

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Com os processos da Lava-Jato em mente, deveremos, desde já, anotar os nomes dos corruptos e negociadores de voto nas decisões que deveriam ser tomadas unicamente visando o bem da pátria. Deveremos anotar porque a memória é curta, e as belas caras e falastrões sempre estarão presentes. Os eleitores já estão sensibilizados por essas desgraças que infelicitaram o Brasil, basta que o passar do tempo não apague de suas memórias. Vamos reavivar esses fatos durante toda a campanha eleitoral que virá e já poderemos ir adiantando a limpeza desde 2018!

Não cessa aí a nossa vigilância, porque, depois do voto depositado na urna, vem o processo de computação. Aí, reside outro grande perigo. Não deveremos esquecer o que ia acontecendo no Rio de Janeiro com a “Proconsult”, quando da primeira eleição de Leonel Brizola para Governador. Não fossem a coragem e agilidade da denúncia internacional, a fraude teria se consumado. Até hoje não esqueci daquelas duas horas de interrupção da divulgação dos votos na última eleição. A totalização feita em Brasília, em gabinete fechado, sem a presença da imprensa, é uma suspeita de corrupção que não me abandona.

A fragilidade de nossas urnas eletrônicas, criticada por muitos, pode ser contrabalançada pela fiscalização dos partidos. Em primeiro lugar, deve ser público e acessível aos partidos o programa implantado nos computadores. A fiscalização e a análise por técnicos competentes devem ser uma imposição incontestável. Cabe ao STE regulamentar essa decisão. Mas, aí, já tem o Gilmar Mendes...

A votação nas mesas eleitorais é muito difícil de ser fraudada. Havendo a presença dos fiscais partidários, ninguém se atreveria a tanto. Se o programa estiver correto, não poderá haver fraude. O risco começa a acontecer quando do processo de totalização. No âmbito municipal, é difícil de ocorrer. Deveria haver uma conjuração entre muitas pessoas, o que é improvável; desde que o programa esteja correto. Na computação em nível estadual, sendo pública e com acesso da imprensa e dos partidos, dificilmente aconteceria. Já no âmbito federal, a coisa muda de figura. Lá está o verdadeiro perigo, pois, tanto quanto eu saiba, o processo de totalização é feito em ambiente fechado. Se tivermos pleno acesso à essa totalização, com a presença obrigatória de fiscais de todos os partidos e da imprensa, talvez possamos evitar a traição dos corruptos.

Enfim, dentro de um ano, já poderemos saber dos resultados desse processo de verdadeira redenção nacional, se assim o povo decidir. O voto é nossa única arma!


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