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OPINIÃO: Nova família, novo pai!

Carmen Andrade

A família hodierna tem configurações que desafiam seus membros a novos papéis. A paternidade é um. Hoje tem-se nova visão do que é ser pai e vislumbra-se uma função diferenciada da relação pai-filho. O pai aparece, tenuemente, como elemento evolutivo, com nova aspiração e necessidade, entre elas, a afetiva, apesar do conflito deste homem sobreviver entre a ideia atual de paternidade e a herdada no mundo vivido com seu pai.

Estudos das novas percepções de família mostram a incidente vontade masculina de ser pai, e que, falar nisso, é concordar com o contexto social, cultural, econômico, científico e político. Como a família, a paternidade no tempo e no espaço assumiu diferentes desenhos, tornou-se objeto de pesquisa, em especial sobre seu papel na criação do filho, seu lugar na família, desconstrução do pater poder, e necessidade do homem-pai se achar.Com esta transformação, o papel do homem mudou. De chefe do lar e detentor do poder sobre seus membros, passou pela busca da identidade de gêneros, chegando na igualdade de homens e mulheres, tanto legal quanto na vida doméstica.

A figura paterna, que foi obscura, provou sua relevância e funcionalidade para com a prole, e tem provado que, o pai, da chegada do filho até a vida adulta, é responsável por relações sentimentais e indutor da formação de atitude e pensamento. O pai não é mais visto como castrador, ditador da postura e do lugar dos familiares, o que fica entre a mãe e o filho, o causador de amor e ódio, coibidor de sentimento, garantidor da diferenciação dos gêneros. Traços da figura paterna acompanham a vida do filho, muitos gestos, atitudes e personalidade são vinculadas à figura do pai.

Mesmo assim, o pai atual pode perder o lugar de autoridade do lar para um elemento, às vezes, tido de menor importância para a criação do filho, que é o de só provedor, afetivamente irresponsável pois o afeto, historicamente, é atributo materno bem como o saber sobre o filho, fato este que tende a enfraquecer a figura do pai. Aí, resgatar o pai, problematizar sua falta, é trabalho que incita a todos que se deparam com as questões que abrangem a família. A necessidade afetiva do novo pai, considerando o empoderamento da mulher, a mudança comportamental e cultural, força o homem a participar mais na criação do filho, inclusive na busca legal de direito sobre a paternidade afetiva e licença para cuidar do descendente em igualdade com a da mãe.

O novo pai vive uma metamorfose de sentimento e estereótipo, a família mudou seu lugar. O homem-pai deve se readaptar à igualdade de direito e à nova figura de autoridade sobre o filho, fato que acentua a relação sentimental entre pai e filho, levando o homem a buscar mais tempo e direito em relação ao filho, tendo a afetividade como base de sua argumentação. Novas famílias, novo pai!

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