Há 23 anos, em 19 de junho de 2002, o jornal Diário de Santa Maria chegava na casa dos leitores pela primeira vez com os principais fatos da cidade e da região. De lá para cá, já são mais de 7 mil edições. Para celebrar a data, a reportagem visitou duas leitoras assíduas, que não abrem do “bom e velho jornal”, como uma delas se refere às edições impressas. Nas páginas do presente e do passado, que são guardadas como forma de recordação dos fatos, elas têm a principal fonte de informação – mesmo em tempos de ascensão das redes sociais ou da possibilidade do jornal em formato digital.
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Companheiro de rotina e na sala de aula

O gosto pelo jornal impresso é tanto que Gilsa Maria Spolaor, 59 anos, leva as edições impressas do Diário de Santa Maria para a sala de aula. Professora nos anos iniciais da Escola Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, ela busca despertar nos alunos um hábito antigo: a leitura do jornal.
Assinante há quase duas décadas, ela conta que o jornal está sempre à mão. Um costume que começou com os pais, com quem divide a leitura e a casa onde moram no Bairro Menino Jesus, em Santa Maria. Gilsa afirma que também acompanha as notícias pelas redes sociais ou pela televisão, mas não deixa de folhear o impresso todos os dias. A vantagem do jornal, para ela, é a informação sem horário ou ritmo estipulado:
– Sempre assinamos, porque é muito importante, para nós, ter as informações da região e da nossa cidade. Eu gosto da diversidade de assuntos. Também é uma aproximação com a leitura que a gente faz.
A leitura do jornal acontece, geralmente, à tarde e segue a ordem sugerida das páginas. Ela conta que lê tudo que é destaque. Da economia ao esporte, não tem assunto que ela não dê atenção:
– Começo o jornal do início mesmo, daí vou vendo o que se destaca. Se eu me interessar pelo assunto, eu leio. Sempre tem alguma coisa que chama atenção. Eu gosto de todos os assuntos então, quando vê, já terminei o jornal.
Questionada sobre as coberturas que mais a marcaram, Gilsa comenta sobre a Romaria da Medianeira que, neste ano, chega a 82ª edição. É no jornal que ela acompanha as celebrações e todos os assuntos que envolvem o crescimento do turismo religioso na cidade.
– Eu acompanho as notícias e o crescimento dos turistas que vêm para cá. E é a história da cidade, precisamos estar atualizados sobre isso – afirma a professora.
Memórias de família eternizadas no jornal impresso
Nas páginas do Diário de Santa Maria, Janete Pascotini, 64 anos, acompanhou a aprovação das duas filhas no vestibular, as conquistas profissionais e os registros da família. A assinatura do jornal foi uma herança da mãe, que nunca abriu mão de receber a edição impressa em casa.
– Quem assinava o jornal era a minha mãe. Quando ela faleceu, eu quis continuar porque a gente tem o costume. É uma tradição. E eu gosto do jornal impresso, porque eu acho que ali fica registrado – relata ela.

Em um canto da sala, onde mora, na região central da cidade, ela guarda as memórias – como se refere aos registros do jornal. Na pilha, estão as edições que contêm as fotos das formaturas das filhas, a homenagem após o falecimento da mãe e registros de nascimentos de novos membros da família. Na capa, uma marcação em caneta indica o assunto. Janete conta que guarda todo o jornal. Para ela, é importante revisitar os fatos do passado:
– São momentos que ficam registrados no jornal. Eu sempre gostei de guardar o jornal inteiro, porque na edição que tem o nascimento ou a formatura de um filho, por exemplo, tem ali o que estava acontecendo na cidade naquela época. Na hora, tu não dá muito valor, mas anos depois é bom olhar o que era notícia. Então, eu guardo muitos jornais. Fica eternizado ali.

A santa-mariense conta que não existe uma regra na hora da leitura. Pega o jornal em qualquer horário do dia e passa pelos principais assuntos do dia. Hábito que não pretende deixar de lado.
– Enquanto existir o jornal impresso, vou seguir com o hábito – finaliza ela.
23 anos de jornal Diário de Santa Maria
- O jornal Diário de Santa Maria foi criado em 2002 pelo Grupo RBS com o objetivo de cobrir os fatos e contar as histórias que acontecem em Santa Maria e região
- Em 2017, o jornal foi adquirido por um grupo de empresários locais e assim começou a expansão da empresa e a criação do Grupo Diário com investimentos em novas plataformas
- Nos últimos anos, além do site Bei, o jornal passou a ser, também, multimídia a partir do lançamento da TV Diário e do nascimento da Rádio CDN no final de 2021
