Robôs, experimentos e projetos ambientais marcaram o segundo dia da 3ª edição do “Espaço Educar e Empreender” em Santa Maria. Alunos de diversas etapas escolares das 80 escolas da Rede Municipal de Ensino se reuniram no Park Hotel Morotin para expor os seus trabalhos e concorrer na 6ª Feira Municipal de Ciência, Tecnologia e Sustentabilidade e na 3ª Feira Municipal de Empreendedorismo e Inovação.
Promovido pela Secretaria de Educação (Smed) o espaço busca mostrar os trabalhos desenvolvidos durante o ano nas escolas e espera reunir 12 mil pessoas até o dia 21 de outubro. O objetivo principal é promover condições para que educadores, crianças e estudantes sejam protagonistas de um processo educacional que vá além da simples transmissão de conhecimentos. Para a secretária da pasta a Feira de Ciências é o ponto alto do evento e relata perceber um maior comprometimento dos participantes nessa edição pós-pandemia.
– A gente vê as crianças desenvolvendo a capacidade de transmitir os seus conhecimentos e percebemos esse encantamento que eles têm ao ver os trabalhos dos outros colegas. Quando tivemos que parar por causa da pandemia ficávamos nos indagando se devíamos retomar o evento e como faríamos isso. Agora vemos que esse retorno é essencial e está ocorrendo com uma dimensão muito diferente do que era antes. Sentimos que a missão está sendo cumprida –afirma Lúcia Madruga.
De robótica a preocupação com a saúde
Otávio Scolari (à esquerda), Gustavo Espinosa (ao centro) e Alan Vieira (à direita) levaram seus robôs para a feira O pequeno Wesley Bueno apresentou armadilhas para capturar o mosquito da dengue
Os alunos do 6º e 7º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Vicente Farencena representaram a turma de robótica da instituição. Com robôs movidos a energia solar e a pilha produzidos por eles mesmos, apresentaram conceitos de mecânica, eletricidade e programação. Otávio Scolari, 11 anos, conta que já havia participado da feira em outras edições, mas é a primeira vez que expõe trabalhos dessa área.
–Eu comecei a me interessar por robótica porque via muitos vídeos sobre construção de robôs e quando abriu uma turma disso na minha escola eu resolvi entrar. É muito legal poder trazer os nossos trabalhos, pois não fica só para a gente, aqui nós podemos mostrar para outras pessoas e isso pode gerar ideias novas – relata o estudante.
Gustavo Espinosa, 11, quis entrar para a turma no segundo trimestre deste ano, pois gosta de mexer com tecnologia. Para ele a experiência de exibir seu trabalho é muito boa e estava empolgado para ver as iniciativas das outras escolas.
–A feira está muito legal, já dei uma boa explorada, tem vários outros projetos de robótica que pudemos conhecer e conversar com os alunos de outras escolas – comenta Gustavo.
A Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) Sinos de Belém também esteve presente no evento e decidiu trazer soluções para uma questão de saúde pública. Os estudantes desenvolveram junto com as professoras um repelente caseiro e sustentável contra o mosquito da dengue que utiliza limão, álcool, óleo e cravo. Além disso, Wesley Bueno, de apenas 6 anos, explicou como eles criaram uma armadilha capaz de capturar o mosquito.
–Usamos uma garrafa PET e uma tela que prende as larvas que o mosquito coloca na água e então elas não conseguem sair. Assim ficamos com menos mosquitos para nos picar e nos trazer doenças –disse durante a sua apresentação,
Meio Ambiente em destaque
Laura Moro Gomes (à esquerda) e Adriene Pena (à direita) trouxeram o húmus produzido na escola
Um tema que sempre ganha grande relevância no “Espaço Educar e Empreender” é o meio ambiente. O evento trouxe muitas iniciativas sobre sustentabilidade para as feiras e para o 4º Seminário Municipal de Educação Socioambiental: Semeando O Futuro. Para o prefeito Jorge Pozzobom levar essa temática para as escolas é muito importante e as ações desenvolvidas pelos alunos podem dar ideias para o Executivo.
– Escutei aqui pela primeira vez sobre o que é economia circular, vou apresentar esse conceito para o vice-prefeito para podermos levar o trabalho dessas crianças para a economia criativa que estamos implementando no município. Estou muito feliz em ver as crianças preocupadas com o meio ambiente. O que elas aprendem aqui, sem sombra de dúvida vão levar para dentro de casa e mudar os hábitos de seus familiares também – enfatiza o prefeito.
As alunas Laura Moro Gomes, 13, e Adriene Pena Vieira, 12, da EMEF Major Tancredo Penna de Moraes apresentaram uma ação que busca gerar renda para a escola. O projeto Minhocário proporciona a reciclagem de resíduos orgânicos, por meio da criação de minhocas. Com os restos de alimentos provenientes da cozinha escolar as alunas conseguem produzir um excelente adubo, o húmus.
–Esse húmus nós vendemos por 5 reais e o dinheiro arrecadado é revertido para fazer melhorias na nossa escola. Gostamos muito de trabalhar com isso e que a nossa escola tenha nos dado essa oportunidade de poder mexer com a horta e com a natureza. Eu fico muito feliz fazendo isso e é uma atividade que algumas escolas não tem – relata Laura.
Programação
O evento ocorre até essa sexta-feira (21) com apresentações artísticas e a premiação dos melhores trabalhos apresentados.
Dia 21 de outubro
Das 8h30min às 11h30min: 6ª Feira Municipal de Ciência, Tecnologia e Sustentabilidade, apresentação de trabalhosDas 8h às 17h: 3ª Feira Municipal de Empreendedorismo e Inovação da RMEA partir das 15h30: Premiação