Nível de rio baixa e população começa a voltar para casa em Jaguari nesta quinta-feira

O município de Jaguari amanheceu com um cenário mais "confortável" nesta quinta-feira (19), segundo o prefeito Igor Tâmbara (MDB). O nível do rio Jaguari, que atingiu a marca de 13 metros na quarta-feira (18), baixou dois metros e atingiu a cota de 11 metros acima do normal. Em entrevista ao programa Bom Dia, Cidade! (CDN 93.5 FM), ele relatou a situação do momento no município.

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– Nos tranquilizou um pouco, mas, ao mesmo tempo, com essa diminuição, começou a aparecer o tamanho dos problemas que vamos ter que enfrentar. (A situação das) estradas rurais e das casas destruídas é algo que tem nos impactado muito, mas que, com muito trabalho e esforço conjunto, vamos reconstruir – disse o prefeito.

De acordo com Tambara, há cerca de 30 dias, a prefeitura busca alternativas para minimizar os impactos das chuvas no município. O acumulado de maio chegou a cerca de mil milímetros em Jaguari. Nas últimas 72 horas, foram registrados aproximadamente 400 mm. Na manhã da quarta-feira (18), foi assinado decreto de calamidade pública. Outros dois decretos, de situação de emergência, estão em vigor no município: o primeiro da estiagem, em janeiro, e o segundo da chuva, em maio deste ano.

Comitê de crise

Diante da grave situação provocada pelas cheias, a prefeitura instalou Gabinete de Crise, em conjunto com a Defesa Civil do Estado e do município, com o Exército, com a Brigada Militar e com os Bombeiros, para coordenar as ações de resposta e assistência à população atingida. No começo da manhã desta quinta-feira, o grupo se reuniu para discutir a segunda fase da operação. 

– A primeira fase foi a retirada das famílias. Agora, passamos para a fase de, com algumas casas fora da área de risco e não mais alagadas, ajudar na limpeza e reorganização das famílias. É muito importante que essas famílias voltem à normalidade o quanto antes. Estamos com todas as nossas equipes distribuindo material de limpeza e de higiene e vários voluntários chegando na nossa cidade para ajudar – detalhou Tâmbara.

Conforme relatado pelo prefeito, 320 casas chegaram a ser atingidas pela água. Com a queda do nível do rio, este número baixou para cerca de 180 a 200 casas ainda com água. Tambara acredita que, sem novas chuvas, é possível que o número de pessoas fora de suas residências caia para entre 300 e 400, visto que mais de mil pessoas precisaram deixar suas casas desde a segunda-feira (16).  

Estragos e prejuízo 

Segundo levantamento do Comitê de Crise, entre 100 a 120 pontes, bueiros e pontilhões foram levados pela força da água. Uma nova contabilização dos estragos deve ser feita até o final do dia para obter uma projeção do prejuízo financeiro. Com este cálculo será possível apresentar os dados para angariar recursos, a partir de planejamento para reconstrução. A estimativa é para que isso seja feito até sábado (21), conforme Tambara.

A situação mais preocupante, além das residências invadidas e danificadas pela água, é a condição das estradas do interior do município. 

– Não ficou nem o rastro. No interior, a água começou a baixar e é possível ver que não tem mais a estrada, parece que é só uma lavoura, não tem mais nada. Com isso, as pessoas não conseguem chegar até a cidade. Nós temos uma localidade aqui que, normalmente, seria um percurso de 16 km. Provavelmente, para chegarmos nela, teremos que fazer um desvio pelo município de Santiago. Só nesse trajeto tem três pontes que foram levadas embora – relatou o prefeito. 

Confira a entrevista completa