Moradores da Vila Ipiranga, no Bairro Passo das Tropas, vivem um drama há mais de cinco anos. Um grande buraco se formou na Rua Adão Castro de Medeiros, bem em frente à casa da aposentada Maria Conceição da Silva da Rosa, 76 anos, que há 15 reside no bairro. Quando ela ou o filho precisam sair, é sempre um transtorno.

_ Aqui é um lugar tranquilo para morar, mas basta uma chuva para a água entrar no meu pátio, alaga tudo e não podemos sair. Até colocamos uma elevação na porta de casa para água não entrar. Além disso, tem esse buraco aqui que deixa tudo mais difícil _ diz ela.
A aposentada conta que já pensou em sair do local em razão dos alagamentos, que são ainda mais problemáticos por conta de um córrego que passa na parte de trás da residência dela. Em tempos de muita chuva, professores e alunos de uma escola próxima precisam encarar a água que, às vezes, fica na altura dos joelhos, para conseguir chegar ao colégio.
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_ Há dias em que alaga tanto que eu nem mando as minhas crianças para a aula, porque a gente não tem nem como sair de casa _ conta Teresa dos Santos Simões, 62 anos, moradora do bairro há mais de 10 anos.
Ainda de acordo com Teresa, aos menor sinal de chuvarada, o jeito é correr para erguer móveis e eletrodomésticos e para garantir que animais e crianças permaneçam em locais seguros e secos. A moradora diz que já perdeu móveis em outras enxurradas. A casa que fica mais próxima ao córrego alagou completamente, os cachorros da família morreram afogados e os móveis foram levados pela água.
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A dona de casa Andriele Gaievski, 25 anos, mora com os dois filhos pequenos e o marido, também na Rua Adão Castro Medeiros e, quando chove, ela já não dorme direito. Moradora do bairro há quatro anos, ela também já perdeu móveis em alagamentos na Vila Ipiranga.
_ Em muitas enchentes, a gente não perdeu nada porque conseguiu levantar tudo a tempo, mas a água fica pelo joelho dentro de casa. Eu acabo indo para casa da minha mãe _ diz..
DÍFICIL DE PASSAR

Além das enxurradas, os moradores também convivem com outro problema no bairro: a ponte na Rua Sady Machado Freitas, que está em péssimo estado. A via faz cruzamento com a Rua Adão Castro de Medeiros. As madeiras que ficam na parte de baixo da estrutura estão podres, e as de cima estão soltas. Há duas semanas, a ponte quebrou , e os moradores colocaram galhos de árvore para avisar aos motoristas dos riscos que se estendem aos pedestres, já que não há guarda-corpos na passagem.
Ainda conforme a vizinhança, o caminhão do lixo e os Correios pararam de passar pelo local em decorrência do problema.

_ É um ótimo lugar para morar, mas as ruas não são asfaltadas e tem essa ponte estragada e aquele buraco enorme na rua. Eu já gastei mais de R$500 em pedras para colocar na rua e amenizar a cratera. Outros moradores também já colocaram britas ou cascalhos na rua para ter algum resultado. Estamos esquecidos pelo poder público. Se não vamos à prefeitura reivindicara alguma coisa, ninguém faz _ lamenta o autônomo Jerbe Adriano Campos, 39 anos, que, há oito, mora no local.
Campos afirma que já foi diversas vezes ao Executivo para reclamar sobre o buraco e também sobre a ponte. Em dias de alagamento, os moradores das ruas Sady Machado Freitas e Adão Castro Medeiros dizem ficar praticamente ilhados nas suas casas.
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O QUE DIZ A PREFEITURA
Sobre os buracos
Conforme a Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos, foi feita uma vistoria técnica no local na manhã de quarta-feira. De acordo com a pasta, por tratar-se de uma rua de chão batido, é uma via que requer manutenção periódica. A Secretaria informa que equipes estão trabalhando na comunidade e que a Rua Adão Castro de Medeiros já está incluída no cronograma de manutenção, que inclui empedramento, patrolamento e compactação da via. No entanto, em função da chuva, é necessário aguardar que o terreno esteja seco para que os trabalhos sejam retomados.
Sobre a ponte
De acordo com a Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos, a ponte já recebeu melhorias, e foram trocadas as madeiras da estrutura. Segundo o secretário Paulo Roberto de Almeida Rosa, a prefeitura não tem nenhum projeto para trocar a ponte de madeira por uma de concreto no local, já que o Executivo está com averba contata para as arrumações.