
Foto: Daniel Marenco(Reprodução/Folhapress)
Registro de 2021, quando o papa esteve com saúde fragilizada.
Cada figura de Cristo que conduz a Igreja Católica tem suas características, e o papa Francisco seria aquele que teve como objetivo fomentar o encontro do povo, acredita a irmã do Instituto Secular das Irmãs de Maria de Schoenstatt, a teóloga Maria da Graça Sales Henriques, 80 anos. Ela reside, atualmente, em Santa Maria, mas trabalhou por 15 anos em Roma, Itália, no Conselho Pontifício do Vaticano, durante o papado de João Paulo II.
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Mesmo tendo conhecido o papa João Paulo II, que atuou de 1978 a 2005, a irmã acha difícil compará-lo com Francisco, o qual não conheceu. Para ela, cada um tem sua história e se leva em consideração o momento histórico do mundo em que se viveu. Cada papa teria sua personalidade e missão, e se tratando do primeiro chefe latino-americano da Santa Sé a cultura do encontro se destaca.
– Ele não era um papa que se enquadrasse facilmente em regras de protocolo, aliás, rompeu, muitas vezes, o protocolo, porque o importante para ele, como ele próprio dizia, era o encontro. O encontro com o povo, o encontro com as pessoas. Ele falava da cultura de vínculos, de contatos, justamente de proximidade, de reconciliação e de perdão, onde ele é necessário. Ele era um papa do povo, simplesmente. Sua última bênção, no domingo, me marcou. Ele citou três ideias chave: 'Respondamos com amor ao ódio, com luz às trevas. Perdão à guerra e à violência.' – cita irmã Maria.
A irmã participou nesta segunda (21) do programa F5, na Rádio Central Diário de Notícia (CDN), 93.5 FM.
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Assunto de Santa Maria
Além do título de Rainha do Povo Gaúcho atribuído a Nossa Senhora da Medianeira de Todas as Graças, foi durante o papado de Francisco que o processo de beatificação do Servo de Deus diácono João Luiz Pozzobon avançou – ele que nasceu em São João do Polêsine e que morou em Santa Maria por mais de 50 anos. A vida de Pozzobon já foi avaliada por consultores teólogos do Dicastério da Causa dos Santos, do Vaticano, e passou para bispos e cardeais.
– É difícil pensar se tudo isso vai afetar no andamento do processo. Mas trabalhei na causa de Pozzobon e, inclusive, o conheci. Acredito profundamente na santidade dele e que a causa vai continuar. Agora, teremos que dar tempo ao novo papa, para que conheça o diácono – projeta irmã Maria.