Fotos: Divulgação
A data que marca os 120 anos do Servo de Deus Diácono João Luiz Pozzobon reuniu os devotos em São João do Polêsine neste domingo (8). O dia foi marcado por encontro na Igreja São Pedro, na localidade de Ribeirão, mesmo local da Casa Museu de Pozzobon. O acervo pode ser acessado pelas 600 pessoas presentes. Logo após, os fiéis concluíram a programação na missa. Entre os presentes, estavam vários familiares do Diácono.
A Casa Museu é aberta ao público. Visitam romeiros de vários países do mundo. Do Brasil, moradores de diferentes Estados comparecem na cidade da Quarta Colônia para conhecer e se aproximar da história de Pozzobon. Conforme a responsável pelo acervo Valserina Gassen, cerca de 2 mil turistas passaram pelo local nesse último ano.
A data também marcou uma importante realização para a história do servo de deus: o avanço da causa de beatificação do Servo de Deus em Roma. O processo entrou recentemente em uma nova fase, com a entrega da positio (documento que relata a vida do Diácono e como ele viveu as virtudes heroicas).
– A documentação reunida que relata a Vida e Obra do Diácono representa o primeiro passo para torná-lo Venerável, e na sequência a Beatificação – descreve Valserina, com expectativa.
Leia mais:
- Processo de beatificação de João Luiz Pozzobon é entregue e será analisado pelo Vaticano
- Morte de professores da UFSM: polícia ainda procura por segundo envolvido no crime
- Químea: 21 anos transformando o Brasil com sustentabilidade e inovação ambiental
Na história
Diácono João Luiz Pozzobon ficou conhecido ao redor do mundo por ter iniciado, em Santa Maria, a Campanha da Mãe Peregrina. Essa iniciativa de oração do terço e de veneração a Nossa Senhora por meio das imagens peregrinas da Mãe e Rainha completa, em 2025, 75 anos.
E o objetivo é que o reconhecimento de seus feitos cresça. Depois de 30 anos de um longo trabalho de pesquisa histórica, religiosa e científica, o processo de beatificação do diácono João Luiz Pozzobon e a documentação pedindo para ser reconhecido o que seria o primeiro milagre atribuído a ele foram entregues este ano no Vaticano e estão prontos para serem analisados.
+ Entre no canal do Diário no WhatsApp e confira as principais notícias do dia
São dois passos importantes na causa que tenta fazer com que Santa Maria e a Quarta Colônia tenham seu primeiro santo na Igreja Católica. E mais: seria o 1º diácono permanente no mundo a virar santo.
O processo de 10 mil páginas foi resumido no chamado Positio, que é o documento de 800 páginas que foi entregue este ano ao Vaticano e que pede sua canonização. Dicastério da Causa dos Santos, no Vaticano, e o papa Francisco vão dar o aval ao pedido.
Quem foi o diácono Pozzobon
- Nasceu em 12 de dezembro de 1904, em Ribeirão, localidade de São João do Polêsine. De origem pobre, largou os estudos para ajudar o pai na lavoura;
- Em 7 de setembro de 1947, Pozzobon participou do lançamento da pedra fundamental do santuário de Schoenstatt, onde teve início o seu contato com a Mãe Peregrina. Três anos depois, em 10 de setembro, começou a Campanha da Mãe Peregrina;
- Ordenado diácono pelo bispo dom Érico Ferrari, em 1972. Passou a fazer casamentos, batizados e enterros. Não podia rezar missas e absolver pecados;
- Em 1978, a fama de Pozzobon ganhou o mundo. Ele visitou a Europa, conheceu o papa João Paulo 2º e foi à Argentina falar da Mãe Rainha;
- Em 27 de junho de 1985, aos 81 anos, foi atropelado por um caminhão quando ia para uma missa, no Santuário de Schoenstatt, às 6h30min, e morreu.
O Movimento de Schoesntatt
- O padre José Kentenich nasceu na Alemanha em 1885 e, em 1914, durante a 1ª Guerra, fundou o Movimento Apostólico de Schoesntatt em uma cidade alemã;
- Kentenich foi perseguido pelo nazismo e condenado a três anos de prisão em um campo de concentração. Depois de sua libertação, ele iniciou uma série de viagens, por vários países, para fazer crescer o movimento;
- Em 1948, ele esteve presente na inauguração do Santuário de Schoenstatt de Santa Maria, o primeiro do Brasil.
Exemplo de fé
- Em 1950, o diácono recebeu uma imagem da Mãe Rainha. Ele rezava 15 terços por dia (825 preces);
- Ele deu a ideia de, a cada 30 famílias, colocar uma imagem da Mãe Peregrina, para passar de casa em casa. Ele distribuiu 2,7 mil imagens da Mãe pela região. Em 2011, havia mais de 200 mil réplicas da imagem em 96 países;
- João Pozzobon carregava 19 quilos nas peregrinações. A imagem da Mãe Rainha pesava 11 quilos, e a pasta que levava com vestes e outros materiais religiosos, 8 quilos;
- Ele percorreu 140 mil quilômetros a pé com a imagem no ombro para visitar famílias, escolas, presídios e hospitais;
- Pozzobon criou a Vila Nobre da Caridade, no Cerrito, com 14 casas que abrigam famílias pobres. ele ajudava a conseguir emprego e a fazer as crianças estudarem.