Fotos: Beto Albert (Diário)
Registro desta terça-feira (12). Muitas casas da Rua Canario foram desocupadas.
Seis meses após a enchente, a dúvida segue: as famílias poderão voltar ao Morro do Cechella após deslizamentos de abril e maio? A resposta para essa questão ainda é desconhecida, e é o Plano Municipal de Redução de Riscos de Santa Maria que deve guiar os próximos passos. O estudo técnico está sendo feito para saber o que fazer e onde as ações serão aplicadas com prioridade.
Em entrevista ao programa Bom Dia, Cidade, da Rádio CDN, na manhã desta segunda-feira (11), o atual prefeito, Jorge Pozzobom (PSDB), e seu chefe de gabinete, Alexandre Lima, explicaram a importância do estudo técnico.
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Para que intervenções de desassoreamento, taludeamento, drenagem, microdrenagem, macrodrenagem, realocação da família sejam postas em prática, é necessária a identificação técnica.
– Como a cesta básica é dada com o critério técnico social, essa decisão de voltar também é feita em cima dos estudos técnicos que estão sendo feitos pela Universidade Federal de Santa Maria e pelos Serviços Geológicos do Brasil. Então, são profissionais altamente capacitados, de referência nacional e internacional – detalha Lima.
Atualmente, o Morro Cechella, no Bairro Itararé, onde Emily Ulguin da Rocha, 17 anos e sua mãe Liane Ulguin da Rocha, 45 anos, morreram após deslizamento, está com o número mínimo de famílias. Os 10% que ficaram, das 700 famílias, moram na estrada do morro.
Muitas das casas da Rua Canario, mesmo ponto da tragédia estão, hoje, vazias e sem telhados. A reportagem esteve nesta terça-feira (12), e viu a lama que invadiu os lares, e fez com que a rua se pareça deserta, ainda nos cômodos. O pouco sinal de movimento estava na placa no portão com 'venda-se picolé' e um chaveiro na porta em formato de touca de Papai Noel.
Valor destinado
Conforme o atual prefeito de Santa Maria, Jorge Pozzobom (PSDB), o governo federal liberou R$ 30 milhões para a Rua Canário, no Morro do Cechella, e Vila Churupa. As intervenções ainda não foram feitas, pois dependem de estudo.
– Temos que fazer todo o estudo, para depois sabermos qual vai ser a melhor intervenção. Por que vou colocar R$ 30 milhões em um local que tem chance de as pessoas terem que sair de lá? – confirma Pozzobom.
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Mapeamento de áreas de risco em Santa Maria
As atividades de mapeamento de áreas de risco alto e muito alto do município começaram em julho de 2023, contemplando bairros e trechos da cidade como Urlândia, Santos, Lídia, Beco da Babilônia, Arco-Íris, entre outras. O monitoramento é coordenado por uma equipe da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Atualmente, a equipe atua no Bairro Km3 e nas vilas Schirmer (Bairro Presidente João Goulart) e Bilibio (margens da BR-158, subida para Itaara). E, agora, no Morro do Cechella.
A gestão pública indica que hoje Santa Maria tem 26 áreas de risco (antes eram 118) detectadas pela cartografia de risco geológico, feita pelo Serviço Geológico do Brasil. O dado é resultado de um estudo técnico completo. Desde janeiro, eles acompanham a Defesa Civil do município.
Ações já desenvolvidas pela prefeitura
- Instrumentalização da Defesa Civil
- Compra de carro, drone, demais equipamentos
- Mapeamento geológico em andamento
- Atualização do plano Municipal de Redução de Risco em andamento