Marcado pela perda da pigmentação da pele, o vitiligo é uma doença que não apresenta sintomas. As manchas brancas e de tamanho variado, que podem se espalhar pelo corpo, na maioria das vezes, aparecem primeiro nas extremidades como mãos, pés, nariz e boca. O vitiligo não é contagioso e não traz prejuízos à saúde física, porém, fatores emocionais e o estresse podem estar ligados à doença, que é verificada em 1% da população mundial, conforme a Sociedade Brasileira de Dermatologia.
A médica dermatologista Cristine Dapont Mari explica que o vitiligo é uma doença complexa, causada, geralmente, por problemas autoimunes de base hereditária. O portador apresenta defeitos nas células que conferem cor à pele e que produzem a melanina, os chamados melanócitos. Assim, sob o efeito de fatores estressantes, físicos ou emocionais, as células tornam-se mais suscetíveis aos danos externos, como sol, substâncias químicas e alterações metabólicas e hormonais, entre outros.
– O estresse não funciona, por si só, como causa direta do vitiligo, mas, sim, como um importante fator desencadeante, frequentemente visto na prática clínica. Embora não exista teoria comprovadamente definitiva a respeito dessa relação vitiligo/estresse, a experiência pessoal de cada indivíduo com a doença aponta para uma grande importância em fatores emocionais vinculados a estresses variado – comenta Cristiane.
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Ainda conforme a médica, o vitiligo, normalmente acomete, de forma semelhante, homens e mulheres, sejam brancos, pardos ou negros. As áreas do corpo afetadas pelas manchas ficam mais sensíveis, por isso, é importante evitar exposição ao sol e usar protetor solar de alta proteção, pois a pele fica mais suscetível a queimaduras. O histórico familiar também deve ser levado em conta. Portanto, se há pessoas na família com vitiligo, o recomendado é redobrar a atenção.
É o caso do aposentado Porfírio Soares Ignácio, 74 anos. Ele conta que lembra quando o pai tinha as machas pelo corpo e que achava normal. Há 34 anos, é Porfírio quem convive com a doença. Ele conta que a primeira mancha apareceu na unha e, agora, está presente em outras partes do corpo.
– Quando estou mais preocupado, parece que as manchas aumentam. Não me incomodo com isso, nunca sofri preconceito. Tenho que cuidar bastante quando vou para o sol, a pele fica sensível e parece que queima, até já formou bolha – conta o aposentado, afirmando que, desde que descobriu o vitiligo, não faz tratamento, mas usa protetor solar.
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A doença pode afetar pessoas de todos os tipos de pele e não tem cura, mas, sim, tratamento. Por isso, a importância do diagnóstico precoce. A dermatologista alerta que os tratamentos são individuais e dependem do quadro do paciente.
– O diagnóstico precisa ser feito por um dermatologista. O padrão de ouro no tratamento do vitiligo ainda segue sendo a fototerapia, mas não está disponível em Santa Maria pelo SUS. Podemos optar até mesmo por "não tratar", o que já se configura numa modalidade terapêutica – acrescenta a dermatologista Cristine.
RECOMENDAÇÕES
– Se notar o aparecimento de mancha branca na pele, procure um dermatologista para diagnóstico e tratamento. Não há como prevenir as lesões de vitiligo ou a progressão da doença
– Tome sol com cuidado, por períodos curtos, usando protetor solar, mas evitando a exposição ao sol entre 10h e 16h
– Reaplique o protetor solar a cada duas horas, especialmente se estiver na praia ou na piscina
– Hidrate a pele normalmente. O portador de vitiligo não precisa de hidratantes nem de sabonetes especiais
– Evite traumas, ralados, cortes ou machucados, pois, assim, é mais difícil cuidar de áreas como pés, mãos, joelhos e cotovelos por estarem sempre em atrito