Em conferência na Capital, especialistas dão dicas para fugir de golpes virtuais

Em conferência na Capital, especialistas dão dicas para fugir de golpes virtuais

Foto: Rafael Menezes (Bei)

Ocorreu nesta sexta-feira (14), em Porto Alegre, a Digital Investigation Conference Brazil 2025, um dos maiores eventos do país sobre investigação digital. O encontro reuniu especialistas em segurança pública, tecnologia e direito para discutir desafios e avanços no combate aos crimes cibernéticos.

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O evento foi idealizado e realizado pela WB Educação, sob a coordenação do delegado Emerson Wendt, ex-chefe da Polícia Civil no governo Sartori (MDB). Ele destacou que a conferência teve duas trilhas temáticas: uma estratégica e jurídica, e outra voltada para a parte técnica. O delegado defendeu a necessidade de unir forças entre o setor público e o privado para combater o crescimento dos crimes digitais.

– É um grande desafio hoje para quem trabalha em investigação digital unir pessoas do setor público e do setor privado para trabalhar na mesma frente, ou seja, enfrentando o crime digital que tem crescido muito. O setor privado, por ser mais vítima, está também mais preparado para nos ajudar a compreender a criminalidade cibernética – afirmou o idealizador da conferência.

Um dos destaques do evento foi o debate sobre o uso de criptoativos em crimes digitais, tema abordado por Alexandre Senra, do Ministério Público Federal, e Felipe Barros, do Serviço Secreto dos Estados Unidos.

– Eles trouxeram justamente um contexto internacional sobre como esse tipo de crime tem sido enfrentado lá fora – acrescentou Wendt.

Em Santa Maria

O delegado aposentado da Polícia Civil e atual diretor da Ulbra Santa Maria, Marcelo Arigony, participou da conferência como espectador e mediador de um painel sobre fraudes na internet. Ele elogiou a iniciativa e sugeriu a realização de um evento semelhante em Santa Maria.

– Estamos achando uma experiência fantástica. É o maior evento de investigação digital do país, reunindo especialistas de renome e as maiores autoridades em segurança da informação. O tema é muito aderente às necessidades dos novos tempos, onde a segurança da informação se faz muito necessária – ressaltou ele.

Arygony alertou sobre o impacto das novas tecnologias no aumento da vulnerabilidade dos cidadãos aos crimes cibernéticos.

– As novas tecnologias abriram portas das nossas vidas, especialmente pelo aparelho celular, possibilitando que criminosos e pessoas mal-intencionadas praticamente devassem nossos dados. Precisamos modificar nossos hábitos, educar nossos alunos e levar essa discussão para escolas, universidades e empresas – acrescentou.

Diante da importância do tema, o delegado revelou o interesse em promover um evento semelhante em Santa Maria.

– Pretendemos levar algumas ideias para Santa Maria e buscar parcerias para realizar um evento similar. Isso é essencial para o desenvolvimento da cidade e para que pessoas e empresas se adequem às novas demandas da segurança digital – concluiu Arigony.

Foto: Rafael Menezes (Bei)

Colaboração entre setor privado e forças de segurança

Um dos palestrantes da conferência, Marcos Peron, especialista em Relações Governamentais da Kodex na América Latina, falou sobre a requisição de dados como ferramenta essencial para investigações criminais.

– Eventos como esse são essenciais, pois aproximam a iniciativa privada das forças de segurança, como polícias e ministérios públicos. Essa interação permite a criação de políticas e estratégias para reduzir o crime digital, que cresce exponencialmente – afirmou Peron.

Ele alertou que os criminosos se aproveitam da internet para aplicar golpes e fraudes, tornando fundamental a cooperação entre empresas e órgãos de investigação.

– As polícias e as empresas precisam colaborar. A troca de conhecimento permite encontrar caminhos para reduzir a criminalidade digital – observou.

Foto: Rafael Menezes (Bei)

Estatísticas

Peron também chamou atenção para a crescente incidência de golpes virtuais.

– Estatísticas indicam que uma em cada cinco pessoas no Brasil já foi vítima ou será vítima de um golpe digital. Os criminosos exploram a ansiedade e o imediatismo das pessoas para enganá-las – explicou o especialista.

Para evitar cair em fraudes, ele recomenda cautela diante de propostas urgentes.

– Se alguém insiste para que você tome uma decisão imediata, pare, respire e analise. Se for uma oportunidade legítima, ela pode esperar. Esse cuidado pode evitar que você se torne vítima de um golpe digital – finalizou.

Outro debate importante envolveu o uso de criptoativos em crimes digitais, tema abordado por Alexandre Senra, do Ministério Público Federal, e Felipe Barros, do Serviço Secreto dos Estados Unidos.

Barros destacou a importância da cooperação internacional no combate aos crimes digitais, ressaltando que o cenário global exige maior interação entre as forças de segurança de diferentes países.

– Para mim, é de suma importância participar de uma conferência de crimes digitais, de investigações de delitos digitais, porque o mundo hoje é globalizado e, às vezes, o criminoso está em outro país e a vítima está aqui, e vice-versa. Então, é muito importante essa interação, essa cooperação internacional na esfera digital, primordial para que as coisas caminhem para uma sociedade mais segura em todos os países – afirmou.

O especialista também pontuou que a criminalidade digital tem um comportamento semelhante em diversos lugares do mundo.

– É uma tendência global essa transição do crime analógico para o crime digital – avaliou Barros.

O evento reuniu 350 participantes presenciais, além de mais de 100 inscritos na modalidade virtual e contou com a presença de autoridades e profissionais do setor. O repórter do Grupo Diário, Rafael Menezes, do Portal Bei, especializado em segurança pública, acompanhou a conferência.

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Rafael Menezes

rafael.menezes@bei.net.br

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