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É possível economizar energia sem passar calor? Especialista dá dicas para diminuir conta de luz no verão

É possível economizar energia sem passar calor? Especialista dá dicas para diminuir conta de luz no verão

Ajustes inteligentes e um entendimento do funcionamento do sistema do ar condicionado podem levar a uma redução significativa no consumo de energia.

​A estação mais quente do ano começou no sábado (21) e, com ela, promete novas ondas de calor nos meses de janeiro e fevereiro de 2025, segundo a BaroClima Meteorologia. Neste período, o uso de ar-condicionado e ventilador vira algo indispensável para fugir do calorão, e a conta de luz acaba ficando mais cara. Pensando nisso, o Diário procurou uma especialista para responder a seguinte pergunta: é possível economizar sem deixar o conforto de lado? 

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A resposta é: sim. Conforme a engenheira elétrica, pesquisadora e professora da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Luciane Neves, é possível adotar medidas eficientes que reduzam de 20% até 30% a conta de luz nos meses de calor. ​

— Existem algumas medidas básicas para evitar o desperdício. O principal é utilizar os equipamentos de maneira racional. Precisamos lembrar que qualquer aumento de consumo pode estar relacionado ao aumento de acionamento das usinas térmicas, e isso significa um aumento também de missões legais e efeito estufa, o que a gente está buscando sempre reduzir — explica.

Confira as dicas abaixo

Mantenha os ambientes fechados

Uma forma de reduzir o consumo de energia elétrica no verão é manter os ambientes fechados, já que isso impede entrada do ar mais quente e segura a temperatura mais fria do local. Neste caso, cortinas podem ajudar para impedir a entrada do sol. Durante a noite, quando a temperatura estiver mais baixa, é o período ideal para abrir janelas.

Cuidados com o ar-condicionado

Considerado um dos favoritos para refrescar os ambientes nos dias quentes, o ar-condicionado possui um alto gasto energético e pode representar até 15% da conta, conforme dados da RGE. Porém, segundo Luciane, alguns ajustes podem diminuir o impacto do aparelho no bolso do consumidor:

— Isso é muito comum, as pessoas instalam em num quarto e abrem a porta para poder refrigerar outro ambiente, por exemplo. Com a área sendo mais ampla, você tem uma dissipação maior desse ar refrigerado e não tem uma temperatura adequada. Então, é preciso baixar a temperatura do ar para tentar manter um conforto, e o aparelho segue trabalhando com um consumo elevado, e não atende aquele quesito ali de conforto térmico — explica.

Para quem deseja comprar um ar-condicionado neste verão, é preciso levar em consideração o tamanho do ambiente a ser climatizado. Segundo ela, o ideal é evitar instalar um ar-condicionado que tenha uma potência menor do que a indicada para a área que está sendo refrigerada.  

Limpeza e manutenção 

A limpeza regular e a manutenção adequada do aparelho podem reduzir o consumo de energia, pontua Luciane. O acúmulo de poeira no filtro do ar-condicionado faz com que o aparelho trabalhe com uma certa sobrecarga. O mesmo serve para o nível de gás do ar-condicionado, que quando inadequado, faz com que o consumidor baixe ainda mais a temperatura, aumentando ainda mais o gasto.  

Por isso, o ideal é não deixar esses processos de lado.

Atenção com a temperatura: quanto mais baixa, maior é o gasto

Deixar o ar-condicionado ligado em uma temperatura muito baixa aumenta o consumo de energia e, consequentemente, a conta de luz. Por isso, o ideal é manter a temperatura na casa dos 23° e 26°, a depender da temperatura do dia, conforme aconselha Luciane.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que a temperatura ideal para o corpo humano é 23°C.

Combine os métodos

No dia a dia, o uso constante do ar-condicionado é inviável para quem deseja economizar. Por isso, o aparelho pode ser usado apenas para refrescar o ambiente e depois, o ventilador fica encarregado de manter o clima arejado.

Nas lojas santa-marienses, os principais eletrodomésticos da estação são vendidos lado a lado.Foto: Beto Albert (Diário)


Geladeira

No verão, é natural que equipamentos de refrigeração de alimentos consumam mais energia para manter sua temperatura interna. Segundo a RGE, o eletrodoméstico representa de 25% a 30% da conta de luz. Por isso, evite abrir a geladeira sem necessidade.

A manutenção do eletrodoméstico também é indispensável, já que problemas com o motor ou a borracha de vedação da porta podem colaborar para consumo mais alto do que o normal.

Chuveiro

Quem lidera o ranking dos aparelhos que mais pesam na conta de luz é o chuveiro elétrico. Segundo a RGE, o eletrodoméstico responde por até 35% do consumo mensal das residências. 

Luciane explica que uma das formas mais simples de economizar é ajustar o chuveiro para a posição "verão".

Priorize eletrodomésticos com o selo Procel

Optar pela compra de equipamentos que tenham Selo Procel também ajuda a reduzir os gastos não só no verão, mas durante o ano todo. O famoso adesivo da lâmpada amarela sorridente é encontrado em alguns eletrodomésticos e sinaliza ao consumidor que os aparelhos são eficientes e econômicos por meio de uma escala representada por letras e cores, de A a G. Na classificação, “A” é mais eficiente e “G” menos eficiente.

Criado pelo Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica, o selo Procel é diferente de outras certificações, como a etiqueta do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e o selo do Programa Nacional de Racionalização do Uso dos Derivados do Petróleo e do Gás Natural (Conpet), que tem a cor verde, e vem em fogões, aquecedores de água a gás e carros. Veja abaixo:

Adesivo da lâmpada amarela encontrado em alguns eletrodomésticos sinaliza ao consumidor que os produtos são eficientes e econômicos.Arte: Gov (Divulgação)

Lâmpadas LED

A iluminação consome de 15% a 25% da energia de uma residência, segundo a RGE. A dica é utilizar lâmpadas de LED, que economizam até 85% em relação às incandescentes, e aproveitar a luz natural sempre que possível.

Todo cuidado é pouco

A adoção de medidas básicas também auxilia na economia de energia. Desligar a luz de um cômodo que não está sendo utilizado é um bom exemplo disso, aponta Luciane.

Novos aparelhos elétricos no dia a dia

Com a crescente popularização de novos aparelhos, como adegas e cervejeiras, é importante conhecer o consumo de cada um e planejar seu uso. Uma cervejeira, por exemplo, consome cerca de 130 kWh por mês, enquanto as geladeiras comuns, consomem 83 kWh.

Dica para quem tem geração própria

A energia fotovoltaica é a eletricidade gerada a partir da luz do sol usando painéis solares, geralmente instalados nos telhados das residências. Locais que operam com este sistema podem economizar ainda mais na conta de luz por meio do autoconsumo, como explica Luciane:

— Utilizar aparelhos elétricos no mesmo horário em que o sol está produzindo energia é uma forma de diminuir os gastos. Isso ocorre porque o sistema usa a energia que está sendo produzida naquele horário. A economia acontece não só pela energia ela estar sendo produzida naquele momento, mas também porque o consumidor deixa de pagar um tráfego de energia na rede. Ele paga apenas o imposto por utilizar aquela energia que está vindo pelo fio até o abastecimento — explica.

Entenda a fatura

A RGE explica que cerca de 40% do valor total da fatura é composta por impostos e tarifas. Recentemente, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), é órgão que regulamenta as tarifas aplicadas, alterou a bandeira tarifária para vermelha, o que indica que o custo de geração de energia está elevado. Entenda o que significa cada cor e quanto custa:

  • Bandeira verde: condições favoráveis de geração de energia. A tarifa não sofre nenhum acréscimo;
  • Bandeira amarela: condições de geração menos favoráveis. A tarifa sofre acréscimo de R$ 0,01885 para cada quilowatt-hora (kWh) consumidos;
  • Bandeira vermelha — Patamar 1: condições mais custosas de geração. A tarifa sofre acréscimo de R$ 0,04463 para cada quilowatt-hora kWh consumido;
  • Bandeira vermelha — Patamar 2: condições ainda mais custosas de geração. A tarifa sofre acréscimo de R$ 0,07877 para cada quilowatt-hora kWh consumido.

Outros fatores que impactam a conta incluem a Tarifa de Uso do Sistema de Transmissão (TUST), que cobre os custos de transporte da energia até as subestações, além dos impostos como Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS).

A plataforma "Conta Fácil", disponível no aplicativo ou site da CPFL, permite comparar as variações de consumo de um mês para outro, fornecendo informações detalhadas sobre os fatores que influenciam a conta.

Rio Grande do Sul não teve reajuste da tarifa em 2024

O reajuste da tarifa de energia elétrica para os clientes residenciais da RGE ocorre anualmente no dia 19 de julho. Porém, diante do estado de calamidade pública enfrentado pelo RS nos meses de abril e maio, a Aneel atendeu o pedido da distribuidora e aprovou a flexibilização da taxa. Com isso, os consumidores de alta e baixa tensão ficaram de fora do reajuste de 12%, deixando a recomposição para os anos de 2026 e 2027.

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