“É impossível não ter impactos em uma chuva de 400 milímetros”, afirma governador Eduardo Leite sobre enchentes que castigam Santa Maria e região

“É impossível não ter impactos em uma chuva de 400 milímetros”, afirma governador Eduardo Leite sobre enchentes que castigam Santa Maria e região

Foto: Mauricio Tonetto / Secom

Na quarta-feira, Leite esteve em São Sebastião do Caí para conferir a elevação do rio da região

O governador do Estado, Eduardo Leite (PSD), falou na manhã desta quinta-feira (19), em entrevista ao programa Bom Dia, Cidade! (CDN 93.5 FM), sobre as fortes chuvas que castigam o Rio Grande do Sul desde a segunda-feira (16). Até o momento, além de casas invadidas pelas águas e danos estruturais em vias públicas, a Defesa Civil contabiliza duas mortes, um desaparecimento e mais de 65 municípios afetados.

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De acordo com o governador, mesmo com o acumulado de chuva três vezes maior do que o esperado para o mês inteiro na Região Central, a situação atual não é comparável ao registrado em maio de 2024, quando a escala de municípios afetados no Estado era maior e os acumulados superiores. Segundo ele, o contexto atual apresenta quadros pontuais, em comparação ao cenário generalizado do ano passado.

– É impossível não ter impactos em um volume de chuva de 400 milímetros. Compreendo o nível de tensão e ansiedade das pessoas, o que eventualmente gera cobranças, no sentido que o Estado deveria ter feito algo para evitar isso. Evitar completamente é absolutamente impossível quando você tem uma chuva de três vezes o volume do mês inteiro concentrado em poucos dias. O ponto é a reação e a ação para lidar com isso. Sistemas de proteção contra cheias não se aplicam em todas as localidades, nem se viabilizam de um ano para o outro – disse Leite.

Em comparação às ações tomadas nas enchentes do ano passado, Leite afirma que as estruturas de resposta do Estado melhoraram.

– Melhoramos a interação com os prefeitos e o nível de adesão da população aos alertas, que compreende que estamos vivenciando situações fora do comum. As estruturas dos municípios também (melhoraram), com planos de contingências mais bem estruturados. É nesse ponto que o Estado consegue avançar mais rapidamente – avaliou Leite.


Resposta

Quanto à ajuda aos municípios afetados, a primeira etapa, segundo o governador, é a resposta das autoridades públicas às necessidades das populações atingidas, como a remoção de pessoas de áreas de risco, e questões pontuais de estrutura das vias públicas. Para isso, Leite garante celeridade.

– O que for necessário será feito. Antes, os prefeitos tinham que apresentar um plano de trabalho, o que levava tempo até receber os recursos do Estado. Agora, repassamos na frente. Ao longo dos próximos dias, os municípios receberão um valor suficiente para atender as situações mais emergenciais. Depois, o prefeito apresenta o plano de aplicação dos recursos e presta contas. Enquanto isso, ele recebe recursos para contratação de restabelecimento dos serviços.

Sobre soluções que envolvem questões estruturais, como obras de infraestrutura, o governador destaca que os processos levam mais tempo.

– Há que se fazer estudos de soluções que viram projetos, para contratar e encaminhar para execução das obras. Não é simplesmente no dia seguinte das enchentes contratar centenas de milhões ou bilhões de reais em obras sem o desenvolvimento de estudos. Contratos no poder público tem um grau de burocracia – completou o governador.

Em paralelo à remoção das pessoas de áreas de risco e bloqueios parciais ou totais em rodovias, Leite afirma que o Estado já mapeia os impactos, juntamente com a Defesa Civil e o Daer, para oferecer soluções emergenciais. Segundo ele, ainda não há estimativas de valores dos estragos.


Região Central

Na quarta-feira (18), Leite esteve em São Sebastião do Caí, na Região Metropolitana, para conferir a elevação do nível do Rio Caí e alertar a população.

Os esforços na Região Central, que registrou maior acumulado de chuva, estão sendo centralizados pelas equipes da Defesa Civil dos municípios, com apoio das equipes do Estado para gerir e organizar os abrigos e os esforços de resgate.

Jaguari tem o maior número de pessoas desalojadas no Estado. De acordo com o prefeito do município, Igor Tambara, cerca de 320 casas foram tomadas pelas águas e sumiram completamente da vista dos moradores. Segundo nova atualização do prefeito, este número já baixou para menos de 250. Além disso, mais de mil pessoas precisaram sair de suas residências.

O Departamento de Logística da Defesa Civil estadual encaminhou itens de ajuda humanitária para o município, que recebeu colchões, kits de higiene, cobertores e roupas. Mata também deve receber auxílio estadual.  


Bloqueios nas estradas e alerta

Na Região Central, há pelo menos 11 bloqueios totais e cinco bloqueios parciais em rodovias. Leite reforçou o alerta para que a população evite passar por locais com acúmulo de água e citou as mortes registradas.

– As mortes que tivemos foram justamente de pessoas tentando fazer travessias em áreas alagadas, que acabaram sendo levadas pelas correntezas e perdendo a vida – alertou o governador.

Sobre os danos estruturais nas rodovias, em pontes ou no piso asfáltico, Leite reforçou que soluções emergenciais serão tomadas, enquanto projetos ainda não forem elaborados. É o caso da ponte sobre o Arroio Grande, que foi levada pelas águas em maio de 2024, e segue sem ser reconstruída. Conforme o governador, em situações como essa, o foco é em construir estruturas melhores e mais altas, já adaptadas à duplicação.


Confira a entrevista

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