
Foto: Beto Albert (Diário)
Centenas de famílias já contabilizam prejuízos em culturas como a soja
A falta de chuva tem deixado agricultores em alerta na Região Central. Até esta segunda-feira (27), pelo menos 15 municípios decretaram situação de emergência e contabilizam prejuízos, principalmente no setor agrícola. Em decorrência do tempo seco e ausência de chuva, outras cidades como Santa Maria, aguardam por laudos técnicos e não descartam a possibilidade de encaminhar o decreto ao governo do Estado.
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Desse total, 12 deles já estão com os decretos oficializados. São eles: Santa Margarida do Sul, Tupanciretã, Rosário do Sul, Cacequi, Silveira Martins, Júlio de Castilhos, Jari, Toropi, Vila Nova do Sul, Nova Esperança do Sul, São Francisco de Assis e Unistalda. Outros três aguardam a homologação por parte do governo do Estado: Santiago, Itacurubi e Jaguari. Os dados são da Defesa Civil do Estado e das prefeituras municipais.
Da lista, o último a decretar emergência foi Jaguari. Na manhã desta segunda-feira, a prefeitura encaminhou o decreto que contabiliza os prejuízos no município: já são mais de R$ 47 milhões perdidos no setor agropecuário. Ainda conforme o documento, com base em laudos emitidos pela Emater, a seca tem impactado as produções de soja, uva, milho e tabaco, além da pecuária. A estiagem atinge o município desde dezembro do ano passado, o que tem acarretado, também, em falta de água para consumo. Cerca de 30 famílias foram atingidas no último mês.
Prejuízos
Santa Margarida do Sul foi o primeiro município a oficializar a situação de emergência, em 14 de janeiro. De lá para cá, em um intervalo de duas semanas, outras 14 prefeituras se somaram à lista. Os prejuízos já são milionários e as perdas na área agrícola atingem a maioria dos produtores. O mesmo acontece em Rosário do Sul, que já contabiliza pelo menos R$ 17 milhões somente na agricultura. O abastecimento de água para as comunidades e as atividades agrícolas nessas cidades também estão comprometido.
– Situação bastante crítica de seca no município. A estimativa é de 40% de perdas na área agrícola e pecuária, principalmente na produção de milho. A área social também é afetada com a falta de água no interior. Os poços artesianos estão secando. Hoje, não conseguimos mais carregar o caminhão-pipa todos os dias. Estamos buscando o apoio da Corsan para ver como pode nos ajudar. E ainda temos problemas decorrentes de abril e maio do ano passado, com as enchentes. Esses são os maiores desafios desse começo de gestão – aponta o prefeito de Santa Margarida do Sul, Luiz Felipe Brenner Machado (PDT).
Em alguns municípios, as perdas são consideradas irreversíveis. É o caso de Tupanciretã, o maior produtor de soja do Estado. Conforme o prefeito, Gustavo Terra (Progressistas), o Executivo aguarda subsídios dos governos estadual e federal para amenizar os prejuízos:
– Em seis anos, em apenas um ano o produtor rural conseguiu pagar suas contas normalmente. Nos últimos anos, foi uma bola de neve financeira para os produtores. Nossos recursos materiais são limitados. Quando temos essa demanda, temos que tirar nossa equipe das estradas, por exemplo, para colocar dentro das propriedades. Por isso o aporte das instâncias superiores é importante. Que nos mandem mais recursos.
Situação em Santa Maria
Em decorrência do tempo seco e ausência de chuva, há a possibilidade de que outras cidades decretem emergência. Santa Maria, por exemplo, não descarta adotar a medida. Em resposta ao Diário, na tarde desta segunda-feira, a prefeitura informou que aguarda o laudo da Emater, que deve atestar perdas na agricultura. Somente após essas definições é que o Executivo terá informações suficientes para tomar uma decisão.
Em nota, a prefeitura também informa que atualmente, devido à estiagem, mais de 700 famílias estão sendo atingidas. Na terça-feira (28), com saída às 7h30min do Tecnoparque, equipes da Defesa Civil farão a entrega de água potável em localidades do interior, como Campestre e São Valentim.
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