Fotos: Cladmir Nascimento (arquivo pessoal)
O servidor público Cladmir Cordeiro do Nascimento, 60 anos, atualmente coordenador municipal da Defesa Civil, tem uma vida dedicada ao desenvolvimento da terra natal, Santa Maria. Casado com a professora Joselia Nascimento desde 1981, ele é pai de Lucas, 35, e Maurício, 31. Os netos, Pedro, Luiza, Bernardo e Mathias, completam a alegria de Cladmir. A família, assim como o clube do coração, o Internacional, são grandes paixões na vida do servidor. Como lazer, ela gosta de reunir a família para um churrasco, jogar aquele truco ou canastra, assistir partidas de futebol e escrever quando está inspirado. Conheça mais sobre a trajetória deste santa-mariense na entrevista a seguir.
Diário - Que recordações marcaram a sua infância em Santa Maria?
Cladmir Cordeiro do Nascimento - Recordo as pescarias de lambari no Arroio Cadena. Quando meu tio Darcy estava construindo a escola Mobral, Escola do Movimento Brasileiro de Alfabetização, onde hoje é o Prédio do Centro Administrativo da Prefeitura e no Parque Itaimbé, tínhamos o Arroio Cadena, com água transparente, cristalina e uma mata ciliar espessa, onde nós pescávamos, enquanto os adultos trabalhavam na construção. Também gostava de ver as tropas de bois que passavam pela minha Escola Duque de Caxias, em direção ao matadouro na zona norte, na Borges de Medeiros.
Diário - De que forma o senhor ingressou na vida profissional e o que faz atualmente?
Cladmir - Ainda adolescente, entre 14 e 17 anos, trabalhei em oficina como ajudante de mecânico de lambretas, vespas e motos. Aos 17 anos, ingressei na prefeitura como auxiliar de mecânico. Depois de seis meses na função, fui transferido para o departamento de pessoal. Atuei junto à assessoria do Gabinete do prefeito Osvaldo Nascimento, como relações políticas, juntamente a algumas pessoas reconhecidas com quem muito aprendi, entre eles, o saudoso Humberto Gabi Zanata, Miramal de Mattos, Antoninho Costa e José Woitechumas. Depois, em função de estar cursando técnico em contabilidade, fui designado para o setor de folha de pagamento, e, mais tarde, para a Secretaria de Recursos Humanos. Durante este tempo, tive a oportunidade de ocupar vários cargos. Fui diretor geral de recursos humanos, diretor geral de administração, secretário de município de recursos humanos, diretor de finanças da Câmara Municipal de Vereadores de Santa Maria (cedido), 1º presidente do Fundo de Previdência dos Servidores Municipais (Fundopas), presidente da Comissão de Servidores para Elaboração de Emendas a Lei Orgânica e Regime Jurídico dos Servidores Municipais, presidente da Comissão de Processos Administrativos e, atualmente, sou coordenador municipal da Defesa Civil. Entre todo o tempo de serviço, somam-se 14 anos de atividade neste órgão.
Reunião de família, um dos maiores tesouros da vida de Cladmir
Diário - Como é a experiência de trabalhar na Defesa Civil?
Cladmir - A Defesa Civil, no início da atividade, foi como "castigo". Eu havia feito campanha para um candidato a prefeito que não foi eleito. Na época, eu trabalhava na Secretaria de Administração. A Defesa Civil praticamente não existia. Era uma comissão que se reunia para atuar na solução de algum evento (desastre), em essência, ajudando a população. Então, me desafiaram a organizar esse trabalho e dar uma estrutura mínima para funcionamento permanente. É claro que tudo foi realizado com a ajuda de alguns colegas e amigos. Ao citar três deles, com certeza, estarei homenageando aos demais: Alexandre Almeida, Julio Uminski e o então promotor público João Marcos Adede y Castro. A ajuda deles fez tudo valer a pena. Logo, me apaixonei pelo trabalho e nunca mais quis sair.
Diário - Qual foi o fato mais marcante nesses anos de trabalho?
Cladmir - Pelo lado positivo, foi o reconhecimento do Governo do Estado com a condecoração da medalha da Defesa Civil, em 2008, e o recebimento da Medalha do Acampamento, recebida do Poder Legislativo de Santa Maria, em 2009. Já o fato mais dolorido foi a participação em todo o processo pós-incêndio da Boate Kiss, cujo assunto é doloroso. Até hoje, não encontrei palavras adequadas que amenizassem a dor das famílias que perderam tantos jovens. Mesmo com tantas histórias positivas, lamento não ter tido a oportunidade de ocupar o cargo de função gratificada. Lembro que, com a ajuda de alguns colegas, fiz o encaminhamento para essa criação. Inclusive, soube que o cargo estava sendo criado para reconhecer o meu trabalho. Por fim, por questões de outros interesses, o cargo acabou sendo ocupado por outra pessoa, que sequer trabalhou na Defesa Civil.fotos arquivo pessoal.
Condecoração da medalha da Defesa Civil, em 2008, recebida pela então governadora Yeda Crusius
Diário - Quais são as maiores paixões de sua vida?
Cladmir - Minha maior, paixão sem dúvida, é a minha família. Minha esposa, filhos, noras, netos e neta são os meus valores, a minha riqueza. Além deles, tenho outras alegrias. Sou apaixonado pelo meu trabalho e pelo Internacional, meu time do coração.
Cladmir com a esposa Joselia
Diário - E em relação ao futuro? Que objetivos faltam alcançar?
Cladmir - Nunca fui de planejar, principalmente em questões relacionadas à vida pessoal. Para mim, a vida é o agora, o hoje. O futuro a Deus pertence. Confesso que tenho alguns convites para avaliar e com certeza não irei ficar parado assistindo a vida passar. Não é o meu perfil. Em alguma atividade, irei me envolver. Gostaria muito de continuar até o final do atual governo, mas estou com a aposentadoria encaminhada. Penso que, se nada mudar, até junho deste ano, estarei aposentado. Só então, passarei a pensar nas propostas e decidirei o que fazer