Alunos e professores de sete cursos diferentes da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) integram o Grupo de Automação e Robótica Aplicada (Garra) e, entre as muitas atividades que desenvolvem atividades, eles se dedicam a construir, testar e aperfeiçoar robôs que jogam futebol. Desde 2013, a Taura Bots, equipe que representa as criações da UFSM, participa de campeonatos mundiais que são organizados anualmente, a RoboCup. Para o ano que vem, quando a Alemanha sediará o campeonato, os alunos investem em um novo competidor. As peças já começaram a ser fabricadas e devem ser usadas na construção de um robô com tamanho entre 90 centímetros e 1m15cm.
Enquanto ele não fica pronto, os alunos seguem trabalhando com Juarez, que, em outubro, vai jogar em Uberlândia (MG), na Competição Brasileira de Robótica. O robô, que tem pouco menos de 60 centímetros, garantiu o segundo lugar no RoboCup, em julho, ao lado de Bender, outro robô que veio para a cidade após uma parceria entre a Garra e uma universidade alemã.
O professor Giovani Librelotto explica a RoboCup cria desafios técnicos a cada edição. Com isso, os robôs ficam com movimentos e habilidades cada vez mais parecidas com de humanos. Até o ano passado, elementos como a bola e a trave eram de cores diferentes e, assim, eram identificados pelo competidor. Em 2015, foi preciso que o robô soubesse o que era cada elemento, sem ter a cor como orientação. Também foi necessário cumprir outros desafios: andar sobre a grama artificial, chutar e saltar. E graças ao salto e a uma tecnologia desenvolvida na UFSM, a Taura Bots garantiu a pontuação para ser vice-campeã. O robô ficou no ar por 0,23 segundos.
Isso é uma das coisas que mais nos deixa orgulhosos, saber que ele foi bem em uma tecnologia que foi feita por nós explica Fabrício Montenegro, aluno da pós-graduação em Ciências da Computação. Ele é quem representou a equipe na China, ao lado do professor Rodrigo Guerra.
A ideia dos organizadores da RoboCup é que, no ano de 2050, uma seleção de robôs enfrente a equipe de jogadores vencedores da Copa do Mundo da Fifa.
Em algum momento, os robôs estarão em grama real, enfrentarão vento, terra, chuva, iluminação natural, o que não acontece por enquanto explica Fernando Henrique Berwanger, acadêmico de Engenharia de Controle e Automação.
Em outubro, Juarez jogara na Competição Brasileira de Robótica, em Uberlândia. A Taura Bots vai competir ao lado de um grupo de alunos da Universidade de Santa Cruz (Unisc).
É preciso investimento
Pesquisar novas tecnologias e descobrir como deixar os movimentos dos robôs cada vez mais parecido com os de pessoas não é o único desafio dos integrantes da Taura Bots. Custear as viagens e despesas para as competições e o material usado nas pesquisas também é uma tarefa difícil. Hoje, eles contam com alguns apoiadores e com auxílio da universidade, mas não é o suficiente para investir em tecnologia. Quem tiver interesse em ajudar a equipe pode acessar a fanpage.
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