O real impacto das 66 alterações no trânsito, apresentadas ontem pela prefeitura, deverá ser sentido a médio prazo. As alterações, que têm seis meses para ser implantadas na sua totalidade, vão começar pela área periférica e depois seguem em três principais eixos: as avenidas Medianeira, Presidente Vargas e Rio Branco (veja detalhes nos mapas abaixo).
Algumas modificações são de simples aplicação, como mudanças de sentido, proibições de contornos ou abertura e fechamento de canteiros. Outras, dependem de recursos e de prazo para a tramitação de licitações, como a compra de 20 sinaleiras e de um sistema Central de Controle de Tráfego.
Pelo menos dois especialistas em trânsito avaliam que, num primeiro momento, as medidas devem causar alguma confusão e congestionamento, mas apontam que podem ser um caminho para melhorar o fluxo, principalmente em horários de pico e de maior lentidão.
As pessoas estão acostumadas a usar determinado trajeto e sentido. Para que essas mudanças tenham real eficiência, elas deverão ser explicadas, sinalizadas e ter resultados práticos. Principalmente não causar confusão para quem está utilizando e, assim, evitar congestionamentos avalia o engenheiro de tráfego e professor universitário Carlos José Félix.
As alterações propostas pelo Plano Diretor de Mobilidade Urbana visam dar melhor fluidez em pontos de maior lentidão, assim como oferecer uma maior segurança não só para os condutores, mas também para pedestres, visando sempre à redução dos impactos no trânsito ponderou o instrutor teórico do CFC Viacentro, Rodolfo Toneto.
O presidente da Associação dos Transportadores Urbanos de Santa Maria (ATU), Luiz Fernando Maffini, considera ser cedo para uma avaliação mais profunda das alterações propostas. Uma reunião com os técnicos da prefeitura irá debater com mais profundidade as alterações nas linhas e itinerários.
No conjunto em si, essas alterações são positivas, mas precisamos que elas beneficiem também o transporte urbano coletivo, para diminuir o tempo de viagem afirma Maffini.
O presidente do Sinditáxi, Marco Antonio Fogliarini, acredita que as novas alterações devem melhorar o fluxo:
Em algumas ruas, o retorno será mais longo, o que pode causar uma estranheza. Mas as alterações tendem a fazer o trânsito fluir e as pessoas vão se acostumar.
Foram quase três anos de estudos para definir as modificações
De acordo com o secretário de Mobilidade Urbana, Miguel Passini, as alterações vêm sendo estudadas desde 2012 e foram planejadas com base nas orientações do Plano Diretor da área. Hoje, a cidade tem cerca de um veículo para cada dois moradores. Ou seja, 133,6 mil veículos, segundo dados de 2015 do Detran, e isso torna o trânsito lento e complicado principalmente no Centro.
Nossa preferência é que a zona central seja para o pedestre, que hoje precisa disputar espaço com os carros. Quando consolidado, o resultado será positivo. Se as mudanças não atenderem as expectativas, serão corrigidas e, se preciso, voltaremos atrás afirma o prefeito Cezar Schirmer.
Para adquirir equipamentos, como sinaleiras e a Central de Controle de Tráfego, que deve funcionar junto à Guarda Municipal, a prefeitura vai destinar cerca de R$ 500 mil. Esses equipamentos ainda serão licitados e as medidas só começarão a ser feitas nas principais avenidas quando o material chegar, o que pode levar de 30 a 60 dias. A instalação das sinaleiras e da central devem permitir a implementação plena de uma Onda Verde, dando uma velocidade de 40km/h para as vias.
Sem prazo
Não há prazos definidos para cada alteração. As primeiras medidas serão aplicadas nos bairros, entre eles o Noal e Vila Lídia, com a alteração de sentido na continuidade da Avenida Dois de Novembro até a Dom Ivo Lorscheiter. Na área central, uma alteração de grande impacto para os motoristas envolve a Avenida Fe"