
Foto: Fabrício Colvero (Bate-Papo Astronômico/Divulgação)
A madrugada de sexta-feira (14) terá uma atração diferente no céu em todo o Brasil. Trata-se do primeiro eclipse lunar total de 2025 e o único visível para os espectadores brasileiros.
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O fenômeno é conhecido popularmente como “lua de sangue”, pelo tom avermelhado que o satélite adquire, devido à ausência de luz solar direta. O eclipse acontece quando sol, Terra e lua se alinham. O momento em que a sombra do planeta cobre completamente a lua causa o ápice do evento.
De acordo com Fabrício Colvero, diretor-executivo do projeto Bate-Papo Astronômico, a totalidade do eclipse deve ocorrer por volta das 3h20min de sexta com o auge programado para 3h58min. Para ele, este é o “fenômeno astronômico mais aguardado de 2025”.
A última vez que os brasileiros puderam observar o evento foi em maio de 2022. Este ano reservará outro eclipse lunar total em setembro, mas não será visível no Brasil. A próxima vez que o fenômeno será observado no céu das cidades brasileiras será apenas em 2029.
Por que a lua fica vermelha?
O alinhamento de sol, Terra e lua e, consequentemente, o efeito da sombra do planeta na superfície lunar são as maneiras mais “simples” de explicar o fenômeno. Mas a justificativa para o evento é um pouco mais complexa.
– Durante a totalidade do fenômeno, uma pequena parcela da luz solar ainda consegue chegar à superfície do nosso satélite. Isso é possível por meio da refração na atmosfera terrestre, que em função dos gases, poeira e fumaça presentes na atmosfera, formam uma espécie de filtro natural. Isso permite que apenas os comprimentos mais longos do espectro de luz visível ultrapassem – explica Colvero.
As ondas mais longas correspondem aos tons avermelhados, como vermelho, laranja e amarelo. Esse mesmo fenômeno ocorre diariamente, ao entardecer e ao amanhecer, quando os astros adquirem essa coloração.

Como observar o fenômeno?
É possível observar eclipses lunares totais a olho nu. Mas algumas recomendações podem melhorar a experiência. Segundo Colvero, é importante que o céu esteja limpo, sem nuvens. Recomenda-se também que o evento seja observado longe da poluição luminosa, como em regiões afastadas da área urbana do município.
No momento do eclipse, o observador encontrará a lua na direção oeste. Equipamentos como binóculos, telescópios e câmeras fotográficas podem facilitar a visão do fenômeno, bem como registrá-lo. Diferente de eclipses solares, não é necessário uso de filtros especiais, como óculos de proteção.
– Nós recomendamos que todos olhem para o céu e prestigiem esse que é um dos mais lindos fenômenos astronômicos do nosso céu noturno – sugere Colvero.
Segundo a Agência Espacial Norte-Americana (Nasa), esta será a programação aproximada do eclipse, no horário de Brasília.
- 2h09min – Início do eclipse parcial
- 3h26min – Início da totalidade do eclipse (Lua avermelhada)
- 3h58min – Auge da totalidade
- 4h31min – Fim da totalidade
- 5h47min – Fim do eclipse parcial