Defesa Civil de Santiago (Divulgação)
O município de Santiago, na Região Central, contabiliza R$ 260 milhões em perdas na agricultura e na pecuária por conta da falta de chuvas. O decreto de emergência editado pela prefeitura afirma que todos os 48 mil habitantes da cidade estão afetados pela estiagem.
Conforme o prefeito Marcelo Gorski de Matos, os maiores prejuízos se concentram na soja. A principal cultura do município ocupa uma área de 57 mil hectares e o montante de perdas já chega a R$ 171 milhões. Em segundo lugar está a bovinocultura, com danos de R$ 84 milhões. Os dados foram compilados pela Emater através de um estudo na semana passada. Por isso, conforme o prefeito, os prejuízos podem ser ainda maiores.
+ Receba as principais notícias de Santa Maria e região no seu WhatsApp
Além dessas duas produções, também sofrem com a falta de água as lavouras de feijão, milho e fumo, além da criação de abelhas, parreirais de uvas e pomares de laranja.
Apesar de não registrar desabastecimento, o nível da única barragem que abastece a cidade já põe autoridades em alerta. Foi por causa disso que o prefeito afirmou ter sido aconselhado a editar o decreto incluindo toda a população como afetada pela seca.
— A população da cidade é toda atendida pela barragem, então a orientação da Defesa Civil é de registrar toda a população. Ano passado, por exemplo, quase ficamos sem água. E também todas as perdas econômicas refletem na população, menos impostos que voltam, menos recursos que podem ser ofertados à população — afirmou em entrevista ao programa Bom Dia, Cidade!, da Rádio CDN (93.5 FM), nesta sexta-feira (31).
Produtores rurais
Cerca de 500 pessoas da zona rural são atendidas com distribuição de água por caminhões-pipa. Por dia, cerca de 20 mil litros são distribuídos.
Com o decreto de emergência, a prefeitura espera receber aportes dos governos estadual e federal. Recursos são aguardados para reforçar a estrutura municipal – aquisição de combustível para caminhões, pagamento de hora/máquina para escavar açudes e bebedouros e compra de cestas básicas para os atingidos, por exemplo – e facilitar a inserção em programas de ajuda ao produtor rural.

— Vai precisar renegociar dívidas, vai precisar de mais tempo, porque no meio do ano esse produtor tem que plantar de novo para colher na safra de 2026. Estamos sentindo o efeito das outras estiagens. Não é somente a deste ano. Temos secas de três anos e mais a enchente do ano passado. Estamos aguardando a avaliação e a homologação do governo, principalmente com ação para renegociação de dívidas dos nossos produtores – afirmou o prefeito.