A situação da dengue no Brasil e no Rio Grande do Sul se agravou significativamente em 2022. De acordo com o boletim epidemiológico mais recente do Ministério da Saúde, o número de mortes aumentou 400% em 2022 em relação ao total de 2021 no país. Segundo a Vigilância em Saúde de Santa Maria, o cenário no município está controlado, mas a população deve continuar com as medidas preventivas diante do início do verão.
Apesar das ações durante o ano os números de casos confirmados e óbitos em 2022 são os maiores já registrados na série histórica de dengue no Estado. Segundo o Painel de casos de dengue RS, foram contabilizados mais de 66 mil casos confirmados e 66 óbitos a partir dos dados fornecidos pelos 453 municípios, que estão classificados como infectados.
No ano passado, foram registrados 10 mil casos e 11 óbitos em decorrência da dengue. Em 2020, durante a pandemia, o número foi menor: três mil casos e três óbitos.
O boletim do dia 19 de dezembro, apontou que Santa Maria possui 179 casos confirmados de dengue e 163 em investigação. Conforme o superintendente da Vigilância em Saúde, Alexandre Streb, o município teve uma maior incidência de casos e um surto em abril e maio deste ano, mas não houve registros de óbitos. Portanto, para ele a situação no Estado não se refletiu na cidade:
– A gente pode atribuir esse relativo sucesso há alguns fatores como ao trabalho preventivo intenso que já vem sendo feito há vários anos na cidade e a sensibilização da própria população que está sendo colaborativa nesse sentido.
Clima quente e aumento do mosquito
O Aedes aegypti costuma ter sua circulação intensificada no verão por causa da combinação da temperatura mais quente e das chuvas. Streb explica que a situação geralmente piora no mês de março com a maior intensidade de chuvas e o retorno da população das férias, pois muitos casos são trazidos de outras cidades.
No entanto, para o superintendente com as intensas ações educativas e de prevenção o clima quente não apresenta uma ameaça para a cidade, mas mesmo assim os cuidados devem ser mantidos.
– Os nossos agentes de saúde não esperam que aumento da temperatura ou a maior incidência de chuvas deixem o ambiente mais propício para a proliferação do mosquito. Tendo em vista, que temos ações cotidianas e diárias com trabalhos educativos de prevenção direto nas residências, principalmente naquelas onde são encontrados focos do mosquito. Esse trabalho é permanente, por isso é algo monitorado muito de perto – comenta Streb.
A Vigilância destaca que apesar da estabilidade dos casos as medidas de prevenção não podem diminuir. O superintendente recomenda que a população separe um dia na semana para fazer revisões de potenciais focos do mosquito nas suas residências. É importante estar atento para possíveis locais de acúmulo de água na varanda, no pátio e atrás do refrigerador. Além disso, garantir que as tampas das caixas d’água estejam bem vedadas e fazer o tratamento da água da piscina.
Prevenção
A forma de prevenção mais eficaz contra a dengue é manter o domicílio sempre limpo e eliminar possíveis criadouros. Isso pode ser feito a partir de alguns cuidados:
Manter a caixa d’água sempre fechada
Encher de areia os potes e os vasos de plantas
Não deixar a água da chuva acumular em recipientes
Manter tonéis e barris de água tampados
Atentar às piscinas, principalmente as de plástico
Utilizar repelente
Colocar telas em portas e janelas