Claudemir Pereira: a Feicoop e a mentora que une adversários, a irmã Lourdes Dill

Claudemir Pereira

Claudemir Pereira: a Feicoop e a mentora que une adversários, a irmã Lourdes Dill

O ex-governador Eduardo Leite, do PSDB, almoçou nesta sexta-feira com empresários e políticos num evento por adesão. Já na manhã deste sábado, o tucano, até outro dia comandante do Palácio Piratini, tem na agenda, entre as atividades, uma passadinha na Feicoop.Se duvidar, até mesmo poderia levar um lero com outro ex-governador, no Centro de Referência Dom Ivo Lorscheiter. No caso, um arroz de festa dos eventos da economia solidária, o sempre líder dos petistas gaúchos Olívio Dutra.Sim, um dos grandes acontecimentos santa-marienses, não raro visto de lado por uns e outros, transcorre na zona sul da cidade. E por obra e graça de uma figura ímpar, singular, hoje em Barra do Corda, no longínquo Maranhão. Sim, é da Irmã Lourdes Dill que se está a escrever.Até o momento, seus amigos, que não são poucos, e estão até mesmo no lado destro da comunidade local e regional (ao contrário do que reza o mito), não conseguiram engolir direito essa transferência determinada nas internas do “establishment” religioso. Mas o fato é que Lourdes Dill, mesmo sem estar fisicamente, é presença que paira soberana sobre o evento que ela criou, desenvolveu e, com um punhado de apoiadores dedicados, consolidou, ao longo das últimas três décadas e pouco de atuação na cidade.A presença possível de governadores, como você leu no parágrafo inicial, já seria grandiloquente. Mas não é só. A viabilização do evento tem, em muito boa parte, a participação de parlamentares, com suas emendas aos orçamento federal e municipal. Da esquerda, sim. Mas não apenas.Veja-se que, além dos deputados petistas Paulo Pimenta e Elvino Bohn Gass, e dos vereadores da mesma agremiação, Valdir Oliveira e Ricardo Blattes, da comunista do B Rita Py, também os edis do PSB, Paulo Ricardo, MDB, Tubias Calil, e Republicanos, Getúlio de Vargas, contribuem para a sustentação econômica da feira.Mais: sem a contribuição histórica da UFSM e a decisiva participação da prefeitura municipal, hoje sob controle político do PSDB, via Jorge Pozzobom, (e ontem do MDB), responsável em grande parte pela infraestrutura que cerca o evento, e a Feira Internacional do Cooperativismo seria menos do que é, sem dúvida.Agora, o que une esse povo todo, ao longo de tantos anos e de pensamentos políticos diversos e, não raro, adversários? Sim, caros leitores. Ela, Lourdes Dill. A madrinha, mãe, mentora, idealizadora e sinônimo da economia solidária – a que tem em Santa Maria sua capital. Isso ninguém tira da religiosa. Ninguém. E ponto.

Leia também:

Primeiro dia de Feicoop reúne expositores da economia solidária em Santa Maria

À beira das convenções, as duas dúvidas que continuam

Sim, o jogo eleitoral de 2024 é, em parte bastante significativa, pensado e articulado agora, dois anos antes. Semana passada, a coluna listou quatro candidatos de hoje e que podem se qualificar para a disputa municipal. Além dos já parlamentares estaduais e candidatos à reeleição Valdeci Oliveira (PT) e Roberto Fantinel (MDB) e dos também concorrentes Evandro de Barros Behr (PP) e Paulo Burmann (PDT), aqui se citava o vice-prefeito (e fora da disputa de 2022) Rodrigo Decimo (hoje no União Brasil, mas amanhã…).Pois bem, ao longo da semana, o escriba foi cutucado. Afinal, esqueceu da dupla registrada na foto que ilustra esta nota. De fato, Ricardo Jobim (à esq.) e Giuseppe Riesgo estão nessa disputa de agora e de daqui a dois anos. Se o primeiro virar governador, transforma-se em grande eleitor na Boca do Monte e protagonista certo. Se não vitoriar-se, ainda assim pode se cacifar para a prefeitura, pelo desempenho eleitoral na cidade.

Aliás, a mesma condição justamente de Riesgo, hoje deputado estadual. Reeleito, é candidatíssimo ao Centro Administrativo Municipal. Se não lograr êxito na tentativa de continuar na Assembleia Legislativa, uma votação expressiva em Santa Maria também o catapulta à disputa de 2024.Resumo da ópera: o partido Novo e seus dois nomes fundamentais em 2022 terão grande presença na disputa municipal. E é melhor não duvidar disso.

A decisão que espera o MDB e a que não virá da Esquerda

As convenções oficializadoras dos candidatos no pleito de 2 de outubro começam pela do PSC. A sigla, no dia 20, quarta-feira, confirma Roberto Argenta como candidato ao Piratini e, entre outros, o santa-mariense Jader Maretoli a deputado federal (e o pai dele, de Itaqui, Jorge, a estadual).Mas é nos dois finais de semana, o próximo e o seguinte, que deslindarão as únicas dúvidas restantes. Se é que ainda se mantêm, como você confere a seguir.

ESQUERDA – no sábado, 23, o PSB firma a candidatura de Beto Albuquerque a governador e, provavelmente, Vicente Bogo a senador. Talvez a sigla ainda negocie (e há prazo até dia 5) o nome do vice. Sim, porque são cada vez mais ralas, se é que algum dia existiram, as chances de aliança com o PT – tanto quanto os socialistas, sem disposição para abrir mão da cabeça de chapa. E dia 24 é a vez dos petistas confirmarem Edegar Pretto como candidato ao Piratini e sem definição ainda dos nomes do vice e ao Senado.

EMEDEBISMO – Já no outro domingo, 31, será a vez do MDB. A cada dia que passa fica mais claro que a candidatura própria de Gabriel Souza se decompõe – não obstante a ira dos quadros mais tradicionais. O fato é que a ofensiva da direção nacional nesta semana mudou o quadro. Que falta? A vaga ao Senado. Que deve ser Ana Amélia Lemos, do PSD (que tucanos também querem). É só. Aparentemente.E assim se vão as derradeiras dúvidas antes do início oficial da campanha.

LUNETA

Pelas redes

Aparentemente, é estratégia. O PT santa-mariense opta, preferencialmente, pelas redes sociais dos seus parlamentares e dirigentes para divulgar suas informações. É onde devem estar alocados os jornalistas que atuam profissionalmente com a agremiação. Nada de enviar “relises” ou “notas informativas”. Imaginam, por certo, que se a mídia achar importante vai ela própria buscar as informações.

Cinco apenas

Não é número definitivo, por certo. E ao longo das próximas duas semanas ao menos outra meia dezena de nomes deve surgir. No entanto, até o momento, são só cinco os pré-candidatos confirmados à única vaga ao Senado. São eles: o atual titular da cadeira, Lasier Martins (Podemos) e os desafiantes Ana Amélia Lemos (PSD), Comandante Nádia (PP), Hamilton Mourão (Republicanos) e Roberto Robaina (PSol).

Outros nomes

E quem seriam os outros possíveis concorrentes à chamada “Câmara Alta”? As dúvidas estão do centro para a esquerda. Se o MDB não fechar com Eduardo Leite (PSDB) e Ana Amélia (PSD), emerge a eventual candidatura de José Ivo Sartori. Pela esquerda, PDT e PT ainda não têm definição e PSB deve apostar em Vicente Bogo. E talvez se pare por aí, com o acréscimo de no máximo dois ou três nomes de siglas menores.

Sem coincidência

Em política, como em quase tudo na vida, acaso não existe. Assim é que não há “coincidência” no fato de PSDB e MDB marcarem convenções para o mesmo dia. No caso, 31 de julho. Que ninguém duvide: é perfeitamente possível que o MDB apresente nessa data oficialmente Gabriel Souza como vice de Eduardo Leite, do PSDB. Aliás, se a tradição for cumprida, não se descarte convenções no mesmo lugar.

Leia todos os colunistas

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Sem consenso entre órgãos públicos, corte de árvore é realizado em meio a polêmica na comunidade Anterior

Sem consenso entre órgãos públicos, corte de árvore é realizado em meio a polêmica na comunidade

No Dia do Comerciante, conheça histórias de quem mantém vivo o setor que mais emprega em Santa Maria Próximo

No Dia do Comerciante, conheça histórias de quem mantém vivo o setor que mais emprega em Santa Maria

Geral