O ex-governador Eduardo Leite, do PSDB, almoçou nesta sexta-feira com empresários e políticos num evento por adesão. Já na manhã deste sábado, o tucano, até outro dia comandante do Palácio Piratini, tem na agenda, entre as atividades, uma passadinha na Feicoop.Se duvidar, até mesmo poderia levar um lero com outro ex-governador, no Centro de Referência Dom Ivo Lorscheiter. No caso, um arroz de festa dos eventos da economia solidária, o sempre líder dos petistas gaúchos Olívio Dutra.Sim, um dos grandes acontecimentos santa-marienses, não raro visto de lado por uns e outros, transcorre na zona sul da cidade. E por obra e graça de uma figura ímpar, singular, hoje em Barra do Corda, no longínquo Maranhão. Sim, é da Irmã Lourdes Dill que se está a escrever.Até o momento, seus amigos, que não são poucos, e estão até mesmo no lado destro da comunidade local e regional (ao contrário do que reza o mito), não conseguiram engolir direito essa transferência determinada nas internas do “establishment” religioso. Mas o fato é que Lourdes Dill, mesmo sem estar fisicamente, é presença que paira soberana sobre o evento que ela criou, desenvolveu e, com um punhado de apoiadores dedicados, consolidou, ao longo das últimas três décadas e pouco de atuação na cidade.A presença possível de governadores, como você leu no parágrafo inicial, já seria grandiloquente. Mas não é só. A viabilização do evento tem, em muito boa parte, a participação de parlamentares, com suas emendas aos orçamento federal e municipal. Da esquerda, sim. Mas não apenas.Veja-se que, além dos deputados petistas Paulo Pimenta e Elvino Bohn Gass, e dos vereadores da mesma agremiação, Valdir Oliveira e Ricardo Blattes, da comunista do B Rita Py, também os edis do PSB, Paulo Ricardo, MDB, Tubias Calil, e Republicanos, Getúlio de Vargas, contribuem para a sustentação econômica da feira.Mais: sem a contribuição histórica da UFSM e a decisiva participação da prefeitura municipal, hoje sob controle político do PSDB, via Jorge Pozzobom, (e ontem do MDB), responsável em grande parte pela infraestrutura que cerca o evento, e a Feira Internacional do Cooperativismo seria menos do que é, sem dúvida.Agora, o que une esse povo todo, ao longo de tantos anos e de pensamentos políticos diversos e, não raro, adversários? Sim, caros leitores. Ela, Lourdes Dill. A madrinha, mãe, mentora, idealizadora e sinônimo da economia solidária – a que tem em Santa Maria sua capital. Isso ninguém tira da religiosa. Ninguém. E ponto.
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À beira das convenções, as duas dúvidas que continuam
Sim, o jogo eleitoral de 2024 é, em parte bastante significativa, pensado e articulado agora, dois anos antes. Semana passada, a coluna listou quatro candidatos de hoje e que podem se qualificar para a disputa municipal. Além dos já parlamentares estaduais e candidatos à reeleição Valdeci Oliveira (PT) e Roberto Fantinel (MDB) e dos também concorrentes Evandro de Barros Behr (PP) e Paulo Burmann (PDT), aqui se citava o vice-prefeito (e fora da disputa de 2022) Rodrigo Decimo (hoje no União Brasil, mas amanhã…).Pois bem, ao longo da semana, o escriba foi cutucado. Afinal, esqueceu da dupla registrada na foto que ilustra esta nota. De fato, Ricardo Jobim (à esq.) e Giuseppe Riesgo estão nessa disputa de agora e de daqui a dois anos. Se o primeiro virar governador, transforma-se em grande eleitor na Boca do Monte e protagonista certo. Se não vitoriar-se, ainda assim pode se cacifar para a prefeitura, pelo desempenho eleitoral na cidade.
Aliás, a mesma condição justamente de Riesgo, hoje deputado estadual. Reeleito, é candidatíssimo ao Centro Administrativo Municipal. Se não lograr êxito na tentativa de continuar na Assembleia Legislativa, uma votação expressiva em Santa Maria também o catapulta à disputa de 2024.Resumo da ópera: o partido Novo e seus dois nomes fundamentais em 2022 terão grande presença na disputa municipal. E é melhor não duvidar disso.
A decisão que espera o MDB e a que não virá da Esquerda
As convenções oficializadoras dos candidatos no pleito de 2 de outubro começam pela do PSC. A sigla, no dia 20, quarta-feira, confirma Roberto Argenta como candidato ao Piratini e, entre outros, o santa-mariense Jader Maretoli a deputado federal (e o pai dele, de Itaqui, Jorge, a estadual).Mas é nos dois finais de semana, o próximo e o seguinte, que deslindarão as únicas dúvidas restantes. Se é que ainda se mantêm, como você confere a seguir.
ESQUERDA – no sábado, 23, o PSB firma a candidatura de Beto Albuquerque a governador e, provavelmente, Vicente Bogo a senador. Talvez a sigla ainda negocie (e há prazo até dia 5) o nome do vice. Sim, porque são cada vez mais ralas, se é que algum dia existiram, as chances de aliança com o PT – tanto quanto os socialistas, sem disposição para abrir mão da cabeça de chapa. E dia 24 é a vez dos petistas confirmarem Edegar Pretto como candidato ao Piratini e sem definição ainda dos nomes do vice e ao Senado.
EMEDEBISMO – Já no outro domingo, 31, será a vez do MDB. A cada dia que passa fica mais claro que a candidatura própria de Gabriel Souza se decompõe – não obstante a ira dos quadros mais tradicionais. O fato é que a ofensiva da direção nacional nesta semana mudou o quadro. Que falta? A vaga ao Senado. Que deve ser Ana Amélia Lemos, do PSD (que tucanos também querem). É só. Aparentemente.E assim se vão as derradeiras dúvidas antes do início oficial da campanha.
LUNETA
Pelas redes
Aparentemente, é estratégia. O PT santa-mariense opta, preferencialmente, pelas redes sociais dos seus parlamentares e dirigentes para divulgar suas informações. É onde devem estar alocados os jornalistas que atuam profissionalmente com a agremiação. Nada de enviar “relises” ou “notas informativas”. Imaginam, por certo, que se a mídia achar importante vai ela própria buscar as informações.
Cinco apenas
Não é número definitivo, por certo. E ao longo das próximas duas semanas ao menos outra meia dezena de nomes deve surgir. No entanto, até o momento, são só cinco os pré-candidatos confirmados à única vaga ao Senado. São eles: o atual titular da cadeira, Lasier Martins (Podemos) e os desafiantes Ana Amélia Lemos (PSD), Comandante Nádia (PP), Hamilton Mourão (Republicanos) e Roberto Robaina (PSol).
Outros nomes
E quem seriam os outros possíveis concorrentes à chamada “Câmara Alta”? As dúvidas estão do centro para a esquerda. Se o MDB não fechar com Eduardo Leite (PSDB) e Ana Amélia (PSD), emerge a eventual candidatura de José Ivo Sartori. Pela esquerda, PDT e PT ainda não têm definição e PSB deve apostar em Vicente Bogo. E talvez se pare por aí, com o acréscimo de no máximo dois ou três nomes de siglas menores.
Sem coincidência
Em política, como em quase tudo na vida, acaso não existe. Assim é que não há “coincidência” no fato de PSDB e MDB marcarem convenções para o mesmo dia. No caso, 31 de julho. Que ninguém duvide: é perfeitamente possível que o MDB apresente nessa data oficialmente Gabriel Souza como vice de Eduardo Leite, do PSDB. Aliás, se a tradição for cumprida, não se descarte convenções no mesmo lugar.
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